Foto panorâmica da Igreja

Foto panorâmica da Igreja

Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

PROGRAMA DE NATAL


Tema: “O Semeador da Paz”.
Atrações: Música, Dança, Musical (Cantata), Coral e muito mais.
Local: Salão de Atos do Colégio Pio XII, Av. Nicolau Becker, 182 – Vila Rosa.
Data e Horário: 20 de Dezembro (Domingo), 20h30.
Observação: Evento gratuito com estacionamento e segurança.
Informações: Pastor Ezequiel Blum (Telefone: 3066-6434).

Clique nos links abaixo para conferir reportagens sobre o assunto.

http://www.jornalnh.com.br/site/videos/playervideos,canal-3,ed-246,ct-961,cd-233600,midia-325737.htm

http://www.jornalnh.com.br/site/noticias/cidadesregiao,canal-8,ed-240,ct-556,cd-233676.htm

Artigo - Bugigangas de Natal

Tem uma explicação bem simples para este sentimento contraditório de frustração nesta época do ano! Somos bombardeados por votos de paz, felicidade, esperança – mas não é isto que vivemos. Natal e final de ano, apesar das festas, confraternizações, presentes, comida e bebida, carrega um sentimento de vazio, solidão, perda, fome e sede... Aliás, é zona de alto risco para o suicídio. “Eu quero paz”, suplica Leila Lopes, expondo um desejo de todos. “Estou cansada, cansada da cabeça! Não agüento mais pensar, pagar contas, resolver problemas”, reclama a estrela decadente. E pior que a gente se enche cada vez mais de compras e contas, na esperança de ser feliz com as últimas novidades. Mas logo depois descobre que tudo é velho. Por isto, não adianta salvar o clima do planeta se a gente entulha o mundo e o coração com lixo, e fica vazio daquilo que nunca estraga.
Mas Natal só tem sentido onde o clima está pesado. Afinal, o Deus que nasce humano vem resgatar os flagelados. É o socorro bem aventurado, a felicidade para os pobres de espírito – os que choram, os humildes, os que têm fome e sede (Mateus 5.3-6). É a resposta para os que emitem sinal SOS: “Ó Senhor, ouve a minha oração e escuta o meu grito pedindo socorro” (Salmo 102.1). Mas escreveu o teólogo: “O Senhor Jesus veio a uma humanidade acostumada com uma profunda miséria e desgraça, e feliz numa situação em que ninguém pode ser feliz – a menos que não esteja certo da cabeça”.
Este é o problema. Não é o aquecimento da Terra pela fumaça que vai para cima. É o esfriamento do coração que impede o amor para baixo. “Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu” (João 1.11). Como se vê, o primeiro Natal não foi diferente. Não tinha bugiganga debaixo do pinheirinho, mas já havia arrogância mesmo na desgraça. Por isto a tosca estrebaria, pois não havia lugar nos lares. Por isto os campos de Belém, pois as cidades estavam apinhadas de gente atarefada. Por isto os pastores de ovelhas, pois os sacerdotes eram lobos. Por isto os reis magos bem de longe, pois as pessoas de perto viviam distantes. Natal continua isto, é presente usado, é presente descartado. “É um menino que foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente” (Lucas 2.34).
Mas se Natal ainda existe, é porque a estrela não apagou. É porque ainda se canta “Oh! Jesus, Deus da luz, quão afável é teu coração que quiseste nascer nosso irmão para todos salvar”. É a promessa de que “Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo” (João 3.17). E se é um tempo de gente deprimida, então é a chance. Pois “no meio delas vocês devem brilhar como as estrelas nos céus, entregando a elas a mensagem da vida” (Filipenses 2.15,16).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 17 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Artigo - O bolo natalino no forno do efeito estufa

"O relógio está zerado. Chegou a hora. Temos que transformar propostas em ações", afirmou o chefe da ONU para o clima, no discurso de abertura na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Disse também que o "bolo de Natal" que espera de presente está dividido em três partes: diminuição das emissões de gases; ajuda financeira aos países pobres para adaptar a economia às novas tecnologias limpas e renováveis; e cooperação entre todos os países para combater o aquecimento global.
Não posso prever o final deste encontro, mas uma coisa afirmo com absoluta certeza: ele terminará sem as ações necessárias para resolver os graves problemas do planeta. A conclusão é lógica porque ninguém vai querer dividir o bolo de Natal. Só um exemplo: de acordo com um jornal inglês, os mais de 30 mil participantes vão produzir durante os 11 dias, cerca de 41 mil toneladas desta fumaça que provoca o efeito estufa. Estima-se que 140 jatos particulares pousarão no aeroporto da cidade e 1200 limusines vão transportar os participantes durante o período – gerando uma poluição de uma cidade de 140 mil habitantes. Se o “relógio está zerado”, se a hora é agora, o exemplo não deveria vir de cima? Mas numa economia mundial viciada na fumaça do petróleo e das chaminés industriais, o tratamento é doloroso e extremamente difícil. É que o remédio exige sacrifício próprio. E muito, muito dinheiro. E como diz a Bíblia, o amor ao dinheiro é a fonte de todos os tipos de males. É o nocivo combustível que fumega no coração e solta fumaça mortal. Parece que estamos numa chaminé cheia de fuligem e sem saída.
Mas, saída existe. Está descrita nas páginas da Bíblia: “Um dia o próprio Universo ficará livre do poder destruidor que o mantém escravo e tomará parte na gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Pois sabemos que até agora o Universo todo geme e sofre” (Romanos 8.21,22). Portanto, uma solução total e definitiva através da interferência direta do Senhor que veio, que vem e que virá. Não de mãos tecnológicas da ciência humana, mas do poder divino e criador, que resgatou o mundo das conseqüências do pecado e prometeu um novo céu e uma nova terra (Apocalipse 21.1).
No entanto, a esperança cristã, focada outra vez na Festa do Natal, não autoriza a omissão e o descaso com a preservação do meio ambiente. Muito pelo contrário. Aqueles que crêem na profecia do filho da mulher que esmagou a cabeça da serpente (Gênesis 3.15) – presenteada no Deus enrolado em panos, deitado em manjedoura – têm agora o compromisso de preservar os campos de Belém. Afinal, não foi revogado o primeiro mandamento das leis ambientais que ordena: cuidarás da terra e nela farás plantações (Gênesis 2.15).
Por isto, ó Deus-Homem, ilumina os senhores do mundo e dá-nos o amor do teu sacrifício para dividir o bolo de Natal. Amém.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 10 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Artigo - Jesus “Frankenstein”

Estou lendo o livro “Evangelhos perdidos” de Bart D. Ehrman, escritor norte-americano especialista sobre os primórdios do cristianismo. Ele fala sobre as várias cartas e evangelhos apócrifos – obras supostamente escritas por Pedro, Tomé, Paulo e outros apóstolos. Há umas quatro dezenas deste tipo de literatura que desapareceram ou que restam apenas fragmentos – a maioria do segundo século e que forjaram um documento usando o nome dos apóstolos. Bart explica que a razão na época para este tipo de falsificação era para “atrair mentes para uma opinião”. O que acontece ainda hoje pela internet, quando artigos e poemas são enganosamente atribuídos a Luis Fernando Verissimo, Charles Chaplin, e outros famosos, tudo para garantir atenção.
Além do mais, a maioria destas “bíblias” apócrifas, ou secretas, dizia coisas diferentes às doutrinas cristãs expostas nos 27 livros canônicos do Novo Testamento. Declaravam, por exemplo, que não havia somente um Deus, mas dois, doze, ou trinta. Outros diziam que o mundo não tinha sido criado por Deus, mas por uma divindade menor e ignorante. Todos eles com influência do gnosticismo – uma filosofia da Grécia antiga que anunciava a “salvação” através da “gnosis” (conhecimento). O resultado deste cristianismo místico foi um “Jesus Frankenstein”, isto é, um Cristo apenas humano e não divino, ou apenas divino e não humano, e assim cortava a cabeça da igreja – o próprio Salvador.
O apóstolo já alertava: “Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus; pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda parte. É assim que vocês poderão saber se, de fato, o espírito é de Deus: quem afirma que Jesus Cristo veio como um ser humano tem o Espírito que vem de Deus” (1 João 4.1,2). E se agora chega o Natal, nada mais oportuno para os cristãos fortalecerem a fé no Jesus “Luz de Luz, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, gerado, não criado, de uma só substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; o qual por nós homens e pela nossa salvação desceu do céu e se encarnou pelo Espírito Santo na virgem Maria e foi feito homem” (Credo Niceno).
Ainda preciso terminar o livro “Evangelhos perdidos”. Enquanto isto, assisto perplexo os políticos perdidos, escondendo dinheiro nas meias e nos bolsos. É a política apócrifa, secreta, falsa, que usa o nome do povo e até invoca Deus em oração, para enganar e roubar. Mas então lembro o Natal, tempo da justiça, e ouço o cântico de Maria com o Salvador no ventre: “Deus derruba dos seus tronos reis poderosos”. É a primeira e a última esperança.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 3 de dezembro de 2009

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Artigo - É tempo de não esquecer

Histórias de pais que esquecem filhos dentro do carro já viraram rotina. Agora foi na cidade de São Paulo. No último dia 18 de novembro uma menina de cinco meses morreu depois de permanecer cinco horas dentro de um veículo estacionado no sol. A mãe contou na delegacia que normalmente deixava a criança numa creche e depois seguia para a escola onde largava a outra filha de 6 anos. No dia da tragédia, ela inverteu a rotina e deixou a mais velha antes, e por isso não lembrou que a outra ainda permanecia no carro. A mãe de 40 anos, gerente financeira de uma empresa, só se deu conta quando deixou o trabalho e foi para o carro. Os vidros do veículo eram escuros e ninguém na rua movimentada enxergou o bebê que agonizava.
A Bíblia pergunta: “Será que uma mãe pode esquecer o seu bebê? (...) Mesmo que isso acontecesse, eu nunca esqueceria vocês” (Isaías 49.15). Pois este “será” não é mais uma possibilidade. Este “será” já é. Vivemos o tempo do relógio sem ponteiros, que não faz barulho e assim não avisa que os dias são iguais, com a mesma duração de antigamente. Queremos tudo em pouco tempo e não conseguimos nada. E assim – neste silêncio digital, moderno, de vida corrida e barulhenta, contraditória, de pais que esquecem filhos porque precisam trabalhar para sustentá-los – perdemos o que é mais precioso. Pois ainda há chance para acordar, sair do pesadelo, levantar. E refletir sobre as conseqüências deste jeito louco de viver.
No próximo domingo entra o Advento, dias que preparam para o Natal. Deveria ser um período mais tranqüilo, no entanto, é a época mais conturbada do ano. E quando chega o Natal, lá está o bebê na manjedoura, esquecido no meio de gente apressada nas calçadas de vitrines decoradas, escondido atrás de “vidros escuros” dos enfeites natalinos, do papai-noel, das compras e das festas. E ele morre, pois “as preocupações deste mundo sufocam a mensagem” (Mateus 13.22).
Mas a gente só esquece o que tem. Uma mulher não pode esquecer um bebê que não tem. Se hoje deixamos Deus de lado, é porque nós temos um Deus. “Eles se esqueceram de Deus, o seu Salvador” (Salmo 106.21), diz a Bíblia sobre um povo que tinha tempo e tinha salvação. E mesmo quando somos tentados a acreditar que Ele se esqueceu de nós, ou de pensar que a história do Natal é uma fábula, que a Salvação depende do esforço de cada um, mesmo assim, Ele permanece lá em cima e continua aqui em baixo. E quando esquecemos os filhos – e os “matamos” com coisas que os sufocam e que lhes negam a respiração da alma – a promessa fica: “Eu nunca esquecerei vocês”. É o Salvador do Advento. É o tempo que ainda corre. É a chance de lembrar, a hora de não esquecer.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 26 de novembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Artigo - Os maias, o fim e o medo

Só falta esta agora, o mundo acabar em 2012. Mas, e a Copa em 2014? As Olimpíadas em 2016? A gente brinca, mas o assunto é sério. Esta agitação sobre o calendário dos maias lembra um episódio parecido há dez anos. Naquela época uma profecia de Nostradamus fez muita gente acreditar que o mundo terminaria no dia 11 de agosto de 1999 – no último eclipse do século e do milênio. Lembro-me que a mídia criou um grande sensacionalismo, aproveitando o mito antigo “a mil chegará, de dois mil não passará”. Já se foi uma década, e é só espiar no retrovisor da história para desvendar uma infinidade de profecias que não deram em nada.
Mas o que dizer da promessa bíblica sobre a volta de Cristo e o juízo final? É outro mito de gente fanática que escreveu a Bíblia? Na verdade, o “novo céu e a nova terra” (Apocalipse 21.1) é uma das doutrinas básicas da fé cristã, professada no “creio em Jesus Cristo que virá para julgar os vivos e os mortos; creio na ressurreição da carne e na vida eterna”. E por mais que seja um assunto que faz muita gente torcer o nariz, hoje a própria ciência anuncia um “apagão” completo e definitivo de nosso planeta e do sistema solar. Conforme a série Poeira das Estrelas apresentada no Fantástico em 2006, o Universo tem um tempo de validade. Isto sem contar os alertas contra a destruição ambiental da Terra.
Em todo o caso, para os cristãos que aguardam a volta de Jesus, servem as palavras do próprio Cristo: “Ninguém sabe nem o dia nem a hora em que tudo isto vai acontecer” (Mateus 24.36). E se Pedro lembra que nos últimos dias vão aparecer pessoas dominadas pelas suas próprias paixões que vão zombar, dizendo: “Ele prometeu vir, não foi? Onde está ele?” (2 Pedro 3.3,4), por outro, o Salvador faz o alerta contra a aparição de muitos falsos messias e profetas anunciando o fim do mundo. De um lado, a total descrença – apoiada pela ciência puramente racional; de outro, a crença em qualquer coisa que aparece – alimentada pelo misticismo moderno.
Acho que estas profecias são semelhantes aos barulhentos sistemas de alarmes contra ladrões que a toda hora disparam por engano. Além de incomodar, ninguém mais acredita. No tempo em que as trombetas anunciavam o perigo, já se alertava: “Não acreditem em todos os que dizem que tem o Espírito de Deus. Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus; pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda a parte” (1 João 4.1). Mas, e se o alarme for verdadeiro? Creio que, mesmo quando a Bíblia anuncia que o “Dia do Senhor chegará como um ladrão”, o melhor jeito é estar preparado e receber um Jesus amigo – não alguém que nos faz sentir medo.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 19 de novembro de 2009

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Artigo - Guerra santa

Um leitor desta coluna, reagindo ao que escrevi nos últimos dois artigos, alertou-me: “O religioso deve ser extremamente cuidadoso na abordagem de determinados assuntos, principalmente quando falados em público, ou em meios de comunicação de massa. Pois existem entre as pessoas ditas normais, os fanáticos, os sociopatas, pessoas doentes e aparentemente normais, que podem cometer crimes em nome de Deus”.
Ele tem razão quando a história humana registra tantas atrocidades provocadas principalmente pelas religiões. E se o mundo lembra os vinte anos da queda do muro de Berlim, o começo disto tem um religioso Adolf Hitler que tentou reescrever a Bíblia com o intuito de eliminar as citações à cultura judaica. No entanto, mesmo se o pregador ou outro formador de opinião manter-se cauteloso, qualquer coisa que disser ou escrever pode ser motivo para um louco sentir-se convocado a uma guerra santa. Algo parecido com a barbárie do major americano que matou 13 colegas no Texas. A religião islâmica não incita ao terrorismo, mas caso ele tenha ligação com o Al-Qaeda, encontrou no Alcorão motivo para o ato criminoso. Outro exemplo é a perseguição dos universitários da Uniban contra uma colega. O regimento desta universidade prescreve que é proibido atitudes que “desrespeitam os princípios éticos, a dignidade acadêmica e a moralidade”. Uma regra boa e necessária, mas que pode dar vazão para uma turba linchar qualquer moça com vestido curto.
O apóstolo Paulo confessou: “Eu era tão fanático que persegui a Igreja” (Filipenses 3.6). Obcecado pelo farisaísmo judaico, diz que foi curado do extremismo com a ajuda da fé cristã. Mas o próprio Jesus alertou contra o falso cristianismo: “Tomem cuidado para que ninguém engane vocês. Porque muitos vão aparecer em meu nome” (Mateus 24.4). Pedro, num descuido emocional, cortou fora a orelha do soldado que prendia o seu Mestre. Depois de curar o homem decepado, Jesus deu ao discípulo uma lição que parece esquecida: “Guarda a sua espada, pois quem usa uma espada será morto por uma espada. Você não sabe que, se eu pedisse ajuda ao meu Pai, ele mesmo me mandaria agora mesmo doze exércitos de anjos?” (Mateus 26.52,53).
Diante isto, até onde as “marchas para Jesus” cooperam com o Evangelho, quando Paulo diz que “alguns anunciam Cristo porque são ciumentos e briguentos, mas outros anunciam com boas intenções”? (Filipenses 1.15). Creio que nestes tempos de passeatas, paradas, manifestações, cada qual defendendo ardorosamente as suas idéias, o equilíbrio permanece na recomendação: “O mais importante é que vocês vivam de acordo com o Evangelho de Cristo (...) Porque é Deus quem dá a vitória a vocês” (Filipenses 1.27,28)
Marcos Schmidt
Jornal NH de 12 de novembro de 2009

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Artigo - A sexualidade e a igreja

Meu último artigo, “a homossexualidade e a igreja”, provocou indignação. Um leitor desabafou: “Fica muito difícil para uma pessoa de bem, aceitar que Vossa Senhoria seja um pastor, um religioso e muito menos um cristão”. Outro escreveu: “Pastor, ao invés de impor críticas homofóbicas, deveria pregar a tolerância e o amor fraternal”. São opiniões sinceras, e creio que se estivéssemos frente à frente, haveria um clima de respeito mútuo quando a Constituição diz: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença”.
Mas ao sugerir-me que “os religiosos deveriam cuidar em passar a Palavra de Deus e estimular o conhecimento desta, ao invés de se meterem em questões que não lhes dizem respeito”, cabe responder que as Escrituras Sagradas orientam de maneira clara e única com respeito à sexualidade humana. Cumpro, assim, o meu papel. E ao contrário do que diz outro leitor – de que “Deus não se preocupa com práticas sexuais” e o “que interessa é o parecer da consciência” – o apóstolo argumenta: “Alguém vai dizer: ‘Eu posso fazer tudo o que quero’. Pode, sim, mas nem tudo é bom para você (...) Será que vocês não sabem que o corpo de vocês faz parte do corpo de Cristo? (...) Fujam da imoralidade sexual (...) Cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido” (capítulos 6 e 7 de 1ª Coríntios).
Obviamente, são orientações para cristãos, e a igreja não pode obrigar ninguém fora dela a seguir suas doutrinas e condutas. Por isto, se o livro sagrado do cristianismo não aceita a homossexualidade (Levíticos 18.22,23; Romanos 1.24,27; 1 Coríntios 6.9,10) e outras práticas sexuais fora do casamento, isto são regras para os que se submetem às letras que julgam ser divinas. Portanto, é uma questão de coerência. Não dá para rasgar páginas da Bíblia e dizer “isto serve e isto não serve”. Qualquer denominação cristã que admitir condutas que ferem o preceito bíblico, pode até contentar a sociedade pós-moderna, mas precisará omitir o adjetivo “Sagrada” da Escritura.
No entanto, ao lembrar o “não cometa adultério”, Jesus frisou: “Mas eu lhes digo: quem olhar para uma mulher e desejar possuí-la, já cometeu adultério no seu coração” (Mateus 5.27,28). Um recado para o “farisaísmo” religioso que gosta de julgar e esquece que todos necessitam do perdão incondicional de Cristo. Desta forma, não tiro a razão deste “preconceito” contra uma igreja humana manchada de hipocrisias e incoerências ao Evangelho de Cristo.
Na verdade, a vida íntima entre o homem e a mulher é tão sublime na Bíblia que é comparada com a própria relação de Jesus com os cristãos. Um amor do Salvador que usa o bisturi da sua Palavra para realizar uma incrível cirurgia plástica na vida das pessoas. E assim "trazer para perto de si a Igreja em toda a sua beleza, pura e perfeita, sem manchas, ou rugas, ou qualquer outro defeito (Efésios 5.27).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 5 de novembro de 2009

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Artigo - A homossexualidade e a igreja

Semana passada saiu nos jornais a notícia: “Igreja Luterana da Suécia aprova casamento gay”. Em agosto a Igreja Evangélica Luterana dos Estados Unidos (ELCA) já tinha ido mais longe. Decidiu que homossexuais ativos podem ser sacerdotes desde que "vivam uma relação homossexual duradoura e monógama". No entanto, neste mesmo mês, na conferência do Conselho Luterano Internacional (ILC), 32 igrejas luteranas do mundo (incluindo a Igreja Evangélica Luterana do Brasil à qual faço parte) aproveitaram o encontro para emitir uma declaração. Que a união permanente de um homem e de uma mulher é o lugar onde Deus abençoa a sexualidade humana, e que a homossexualidade em qualquer situação é uma prática contrária a vontade de Deus.
O assunto é polêmico e racha ainda mais o cristianismo. Dias atrás os jornais destacavam o fato de clérigos anglicanos ingressarem na Igreja Católica, contrários a estas inovações em sua igreja. Penso que duas coisas aqui devem ser consideradas – e que estão neste manifesto do Conselho Luterano Internacional. Primeiro: “Declaramos nossa determinação de nos aproximarmos daqueles com inclinação homossexual, com o mais profundo amor cristão possível e cuidado pastoral, em qualquer situação em que eles estejam vivendo. Segundo: “Firmados no testemunho bíblico e mantendo o ensino cristão durante os últimos dois mil anos, continuamos crendo que a prática da homossexualidade – em toda e qualquer situação – viola a vontade do Deus Criador e deve ser reconhecida como pecado”.
Mas daí vem o pessoal da “anti-homofobia”, lei que tramita em Brasília e que tenta punir pessoa ou grupo que se manifestar contrário ao homossexualismo. Daí vêm de rolo compressor a mídia, as novelas, o Ministério da Saúde e do Ensino e toda esta conversa de “isto é preconceito”. E nestas horas igrejas e cristãos, na onda do politicamente correto e de “alianças com Judas”, são levados ao que o Senhor Jesus disse: quem comigo não ajunta espalha (Lucas 11.23). Pois este é o mal que também acontece na igreja, parecido com o que disse Lula: “Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão”.
Longe de nós qualquer tipo de intolerância religiosa. Bem pelo contrário, pois ninguém é melhor do que ninguém. Infidelidade conjugal, desonestidade, mentira, ódio, ganância etc. são iguais em condenação à prática da homossexualidade. Infelizmente no ardor do debate surgem os santinhos da igreja com presunção, hipocrisia e até ódio, um caminho inverso daquele que disse: “Eu vim chamar os pecadores e não os bons”. Afinal, todos precisam ser chamados.
Mas nestas horas é preciso não confundir alhos com bugalhos.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 29 de outubro de 2009

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Artigo - Raio-X que mostra tudo

Um aeroporto britânico testou na semana passada uma máquina que permite ver os passageiros sem roupa. É um raio-x de segurança para procurar armas ou explosivos escondidos no corpo de terroristas suicidas. O aparelho mostra qualquer material dentro ou fora do corpo, além do contorno em preto e branco das partes íntimas do passageiro. Mas os responsáveis explicam que as imagens serão vistas apenas por um funcionário, não podem ser arquivadas e serão destruídas logo após o exame.
Esta máquina, que vai deixar muita gente ruborizada, me fez lembrar um texto bíblico: “Pois a Palavra de Deus (...) vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas. Não há nada que se possa esconder de Deus.” (Hebreus 4.12,13). É a checagem da lei divina que nos deixa “pelados” não do corpo, mas da alma. E que revela as bombas explosivas que todos carregam, descritas por Jesus (Marcos 7.21-23) e pelo apóstolo Paulo (Gálatas 5.19-21).
E na hora da vistoria não sobra um. “Não há ninguém que faça o bem” (Romanos 3.12). Mas sempre aparece um esperto que tenta um jeitinho, tipo o pretensioso jovem milionário com o seu “desde criança eu tenho obedecido a todos os mandamentos” (Marcos 10.20). Jesus não engoliu a santidade do rapaz e fez o último teste: - Bom, se você é santo igual a mim, então pode seguir o meu exemplo, eu que abandonei toda a minha riqueza no reino celestial. Larga todos os seus bens e me siga.
Isto foi um balde d’água fria. O santo de pau oco não conseguia obedecer nem o primeiro mandamento. Foi embora. E Jesus então disse uma coisa que deixa muita gente rica apavorada: – É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha. O problema, na verdade, não é o dinheiro e sim esta idéia de querer subornar o guarda e tentar passar por fora, sem os olhos deste raio-x. O que é impossível.
– Então, quem é que pode se salvar? A pergunta foi feita pelos espantadíssimos discípulos a Jesus. – Para os seres humanos isso não é possível; mas para Deus é. Pois para Deus tudo é possível (Marcos 10.27), respondeu o Salvador. Pois esta é a fantástica notícia quando a Bíblia mostra o jeito de escapar: se vestir com as qualidades de Cristo (Gálatas 3.27). Jesus é a roupa que esconde as bombas explosivas da natureza humana e o meio para desativá-las. Foi ele mesmo quem disse: Eu sou o check-in do aeroporto para o céu (João 10.9).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 22 de outubro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Artigo - Professor honrado e feliz

Um decreto federal de 1963 explica a razão para o feriado deste 15 de outubro: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino promoverão solenidades em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias". Isto é do tempo em que professor mandava no aluno e era respeitado. Havia educação na sala de aula porque ela vinha de casa. Hoje professor virou guarda de trânsito e as regras pouco resolvem. Mas então qual o jeito para enaltecer a função do professor quando a maior honra é o respeito na sala de aula?
Será que é seguindo o exemplo de um projeto de lei na Câmara de Vereadores de Porto Alegre? A lei permite que os guardas municipais fiquem escondidos com o radar móvel para multar os motoristas infratores. Mas um especialista em trânsito diz que “a função dos agentes de trânsito deve ser educativa e não punitiva”. Creio que o mesmo vale para o professor. Além do mais, “pardais” de tocaia, câmeras de vigilância resolvem apenas um problema localizado e momentâneo e deixam um rastro de desconfiança, desconforto e insatisfação.
Creio que o caminho para enaltecer o professor segue o mesmo princípio de uma recomendação bíblica que diz respeito àqueles que ensinam a Palavra de Deus. Lemos na carta aos Hebreus: “Obedeçam aos seus líderes e sigam as suas ordens, pois eles cuidam sempre das necessidades espirituais de vocês porque sabem que vão prestar contas disso a Deus. Se vocês obedecerem, eles farão o trabalho com alegria; mas se vocês não obedecerem, eles trabalharão com tristeza, e isso não ajudará vocês em nada” (13.17). Não é por nada que os sacerdotes da escola estão desanimados, tristes. E quem perde é toda uma sociedade que depende de bons cidadãos. A conseqüência é esta falta de educação no trânsito e na sociedade em geral. Um problema que vem da escola, que vem de professores desanimados. Um problema que começa mesmo em casa, porque professor existe para ensinar e não para educar.
Por isto nada resolve encher as escolas com câmeras e transformar os professores em policiais se quisermos mestres que ensinem com alegria e entusiasmo, e filhos preparados para a vida profissional e social. Aliás, o próprio Mestre Jesus necessitou de discípulos que o amassem para que a lição do reino de Deus fosse aprendida. E depois de honrado, não teve receio de se rebaixar lavando os pés deles. “Se eu, o Senhor e o Mestre, lavei os pés de vocês”, então façam o mesmo, lembra o Salvador (João 13.14). No final, a melhor educação é a humildade em aprender.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 15 de outubro de 2009

domingo, 11 de outubro de 2009

Artigo - Recall das crianças

O problema é que a gente esquece que os filhos são um presente de Deus, que são uma verdadeira bênção (Salmo 127) e entope os coitadinhos com presentes, coisas que eles também logo esquecem e jogam fora. E daí, no lugar de bênção viram maldição. Por tudo o que vem acontecendo nas famílias, o Dia das Crianças deveria ser uma ocasião para a reflexão e o arrependimento e não para o comércio e os presentes. Ou então vamos continuar brincando de casinha, ou simplesmente ameaçá-los com “vou te mandar para o conselho tutelar”.
Mas se a gente considerar o Salmo 127, o texto sublinha antes de lembrar que os filhos são uma bênção: “Se o Senhor Deus não edificar a casa não adianta nada trabalhar para construí-la”. Convenhamos, se cremos que a criança não é mero produto de um óvulo fecundado, um acaso da mãe natureza, um macaquinho evoluído, mas obra de Deus que tem alma, então está na cara – é ele, o Criador que pode nos oferecer os detalhes sobre o funcionamento destas criaturinhas. Mas daí vem o cara que sabe tudo – aquele que diz “pode deixar comigo”. E a burrada está feita! O que explica em grande parte os problemas com estes anjinhos – que podem ser bons ou maus dependendo deste “edificar a casa”, deste “leia o manual com atenção”.
E agora quando tanto se fala na importância do “não”, quer dizer que a Bíblia estava certa? Ou como ela sempre disse: “É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo a sua mãe passar vergonha” (Provérbios 29.15). “Não deixe de corrigir a criança. Umas palmadas não a matarão. Para dizer a verdade, poderão até livrá-la da morte” (Provérbios 23.13,14).
Em todo o caso, quando as Sagradas Escrituras afirmam que “é natural que as crianças façam tolices, mas a correção as ensinará a se comportarem” (Provérbios 22.15), elas apontam para aquele que veio consertar as tolices do mundo – começando com as crianças. Por isto o pedido do único técnico autorizado: “Deixem que as crianças venham a mim e não proíbam que elas façam isto” (Marcos 10.14).
Esta é a salvação para adultos e crianças – gente que já vem com defeito e precisa de recall (do inglês "chamar de volta"). Solução do próprio Criador que se tornou criança, quando o anjo disse: “Estou aqui para trazer uma boa notícia: nasceu o Salvador de vocês” (Lucas 2.10,11). Pensando assim, o maior presente que um pai e uma mãe podem dar aos seus filhos é eles aceitarem a solicitação de devolução e fazer o recall – isto é, levá-los de volta para o conserto. Um gesto para o qual tem promessa: “Eduque a criança no caminho em que deve andar, e até o fim da vida não se desviará dele” (Provérbios 22.6).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 8 de outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Artigo - Não se esqueça do principal

Lembram daquele alpinista que cortou fora uma das mãos? Aron Ralston é o nome dele. Em 2003 ele caiu de uma montanha nos Estados Unidos e ficou com a mão direita presa entre as rochas. Depois de cinco dias agonizando, sozinho naquele deserto, precisou tomar a decisão mais radical da sua vida. "Eu consegui primeiro quebrar o rádio e minutos depois quebrei o cúbito na área do pulso", referindo-se aos dois ossos do antebraço. Para concluir o serviço, usou o seu canivete e finalmente ficou livre, livre para a vida.
Em outras situações não é a mão, mas coisas que persistem nas mãos e prendem o corpo à morte. Tais como a bebida, o cigarro, as drogas, o jogo, o volante perigoso do carro, o cartão de crédito, ou até mesmo a mão de outra pessoa. Às vezes é o próprio trabalho, a exemplo da operadora francesa France Telecom, onde nesta última segunda-feira ocorreu o 24º suicídio nos últimos 18 meses. Por isto, dependendo do caso, a decisão precisa ser tomada logo, antes que não haja mais tempo para a escolha. Foi o que fez o meu amigo Teno Luguesi, 69 anos. Devido à diabete, precisou amputar as duas pernas. Hoje ele está feliz da vida, igual ao alpinista. Afinal, quando existe chance para escolher entre a vida e a morte, a gente não pensa duas vezes.
- “O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira?” (Marcos 8.36), pergunta Jesus. Por isto ele radicaliza: “Se uma das suas mãos faz com que você peque, corte-a fora! Pois é melhor você entrar na vida eterna com uma só mão do que ter duas e ir para o inferno” (Marcos 9.43). O problema não é o “mundo inteiro”, mas a “vida verdadeira pela metade”. Na verdade, tudo nesta vida terrena é presente do Criador. Mas quando este “mundo” prende a mão, o único jeito é cortar fora para ficar com o que interessa. E se o alpinista mais tarde confessou que não sabia de onde veio a coragem para livrar-se da mão, o seguidor do “Caminho, da Verdade e da Vida” sabe. Vem de cima.
A história da mulher com uma criança no colo bem que poderia ser uma parábola de Jesus. Ao passar diante de uma caverna, ouviu uma voz misteriosa: - “Entre e pegue tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se, porém que depois de sair, a porta se fechará para sempre”. A mulher entrou e encontrou muitas riquezas. Fascinada, ajuntou tudo o que podia no seu avental. E a voz misteriosa advertia: - “Não se esqueça do principal”. Carregada com ouro e pedras preciosas, correu para fora da caverna e a porta se fechou. Foi então que ela lembrou-se do principal: o filho que carregava no colo tinha ficado lá dentro.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 1º de outubro de 2009

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Artigo - Do que a terra mais garrida?

Nesta terça-feira chegou a lei junto com a Primavera obrigando a execução do Hino Nacional uma vez por semana nas escolas públicas e particulares de Ensino Fundamental. Não sei se foi esta a intenção, mas deveríamos cantar o “Ouviram do Ipiranga” sempre inspirados pelo perfume primaveril deste lugar abençoado. Ou como diz o verso: “Do que a terra mais garrida (florida), teus risonhos, lindos campos têm mais flores”. No entanto, nossos hinos por vezes têm cara de inverno, daqueles que faz a gente ficar encolhido na cama, “deitado eternamente em berço esplêndido”. Omissos, coniventes. Porque se o Brasil é gigante pela própria natureza, se é belo, forte, impávido colosso – isto se deve graças ao vasto e rico território. Mas se o futuro pretende espelhar essa grandeza, o brado retumbante do grito do Ipiranga necessita de um povo heróico.
Por isto não basta cantar o hino uma vez por semana. Isto é coisa de todos os dias, começando lá por Brasília. E se os nossos governantes e políticos fogem à luta, se temem quando se ergue da justiça a clava forte – então não adianta obrigar nossos filhos cantarem “nem teme, quem te adora, a própria morte”. Uma lei pode até fazer a gente decorar, mas é somente a transformação moral, cívica e política, capaz de traduzir palavras complicadas em gestos construtores de uma pátria amada, Brasil.
“Não se enganem”, admoesta a Bíblia, “não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas ponham em prática o que ela manda. Porque aquele que ouve a mensagem e não a pratica é como um homem que olha no espelho e vê como ele é. Dá uma olhada, depois vai embora e logo esquece de sua aparência” (Tiago 1.22-24). De fato, isto acontece também na igreja. A gente canta de cor e salteado os hinos, mas depois esquece o significado. E daí vem o recado: “Se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a ele” (Romanos 12.1).
Então pouco resolve enfiar na cabeça. É preciso colocar no coração. É o jeito de Deus: “Eu porei a minha lei na mente deles e no coração deles a escreverei” (Jeremias 31.33). Fórmula didática experimentada em Jesus (Hebreus 8.10). E assim a terra garrida é a própria vida. É o que diz a Bíblia: “Porque somos como cheiro suave do sacrifício que Cristo oferece a Deus, cheiro que se espalha” (2 Coríntios 2.15). Perfume que se renova a cada dia graças a um raio vívido de amor e de esperança que à terra desce.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 24 de setembro de 2009

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Artigo - Farroupilha ou imperialista

“Mostremos valor, constância, nesta ímpia e injusta guerra”. Valores? Constância? Quais são? É o chimarrão, a bombacha, o Centro de Tradições Gaúchas? E nas injustas guerras? Sou farroupilha ou imperialista, maragato ou chimango? Sou contra ou a favor da governadora? Gosto ou não gosto do presidente? Sou da direita ou da esquerda? Quero os mercados abertos ou fechados aos domingos à tarde? Sou gremista ou colorado? Tenho fé ou sou descrente? Sou desta ou daquela religião? Ou prefiro ficar em cima do muro, na idéia de que “política, religião e futebol não se discute”? Mas, em cima do muro os tiros não vêm dos dois lados? Então é preciso descer e posicionar-se? Mas de que lado está a verdade? Onde encontrar valor e constância nesta guerra da falta de valores, da inconstância de virtudes em meio à corrupção e indecência?
Na Revolução Farroupilha boa parte da sociedade rio-grandense ficou com o Império, entre eles os comerciantes portugueses, os imigrantes alemães, a classe média urbana, parte dos charqueadores e a própria cidade de Porto Alegre. Se a guerra farroupilha fosse hoje, com quem ficaríamos? Com o revolucionário Bento Gonçalves ou com o governador imperialista Fernandes Braga? Sem dúvida é fácil cantar os nossos hinos, difícil é decidir qual o lado ficar e depois defender a posição tomada. Ou como diz o hino: “Mas não basta pra ser livre ser forte, aguerrido e bravo. Povo que não tem virtude acaba por ser escravo”.
Algo parecido em outra revolução quando a Bíblia diz que “nós não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal que vivem nas alturas”. E daí o recado: “Por isso, peguem agora as armas que Deus lhes dá” (Efésios 6.12,13). Aqui não tem meio termo: “Quem não é a meu favor é contra mim; e quem não me ajuda a ajuntar, está espalhando” (palavras de Jesus em Lucas 11.23). Por isto é fácil cantar nas trincheiras do templo: “Se fiel até à morte, luta com real valor, mesmo sendo a tua sorte sofrimento, aperto e dor”. Difícil é guerrear contra o mundo das vantagens egoístas e ter uma vida dominada pelo amor de Cristo que entregou a sua vida (Efésios 5.2).
Graças a Deus não precisamos mais morrer por ideais como aconteceu com os três mil e quatrocentos combatentes nos campos farroupilhas. Nossa constituição democrática oferece garantias e liberdade de expressão política e religiosa. O que não nos permite baixar a guarda, pois “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”. Ou como diz o livro dos cristãos: Cristo nos libertou para que nós sejamos realmente livres. Por isso, continuem firmes como pessoas livres e não se tornem escravos novamente” (Gálatas 5.1).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 17 de setembro de 2009

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Semanal – Ano 5, nº 232 – 10 à 16 de setembro de 2009

Cultos – 15º Domingo após Pentecostes
Tema: Dominando a língua!
Textos: Sl 116.1-9; Is 50.4-10; Tg 3.1-12; Mc 9.14-29.Hinário Luterano: 174, 311, 384, 396, 259.
Mensagem: Tiago usa algumas ilustrações para mostrar o poder e o perigo que a língua representa. Ela não pode trazer incoerência: bendizer a Deus e amaldiçoar as pessoas. De fato se quisermos seguir a Cristo, demonstrar religiosidade, prestemos atenção no uso das nossas palavras. O falar impuro traz brigas, desunião de grupos, famílias, Igrejas e Congregações. Por isso o nosso texto fala da importância e dos perigos da língua. Diz: "A língua é fogo" (Tiago 3.6a). (pastor Figur)
Aniversariantes – 10 a 16 de Setembro de 2009
10-Claudio Costa; Nikolas Oliveira; Roger Kleemann; 11-Neli Borba; Silita Werb; Andre Pinto; Erny Panitz; Vera Froelich; Liliane Soares; Mayara Arend; Leonardo Pinto; Lurdes Esspich; Manoela Kulmann; 12-Decio Bohn; Jean Zambon; 13-Lori Bauer; Marcia Silva; Vitoria Boes; Lurdes Kayser; Cristiane Correa; Andressa Soares; 14-Daiane Costa; Nilce Schirmer; Roberto Arnold; Leonardo Muller; 15-Dilane Roese; Sandro Petry; Tatiana Petry; Andre Schwartzhaupt; 16-Celia Holler; Paulo Zitzke; Adenira Beck; Delcia Adams; Rosane Jacoby; Miqueline Albrecht.
Lembretes
Escola Bíblia: a) O Congresso das Crianças da paróquia no dia 17/10 (sábado de tarde) em Sapiranga, junto com a Congregação São Mateus. Com ônibus que sairá do Ginásio. Confirmar presença no máximo uma semana antes. b) As dracmas na Escola Bíblica poderão ser trocadas por brindes no dia da Feirinha da Escola Bíblica, dias 1, 3 e 4 de outubro após os cultos. d) A próxima reunião de professores(as) de Escola Bíblica será dia 19/09, 17h30, na igreja.
Convite para instalação de pastor – O segundo pastor da Comunidade Da Paz de Campo Bom, André Francisco Kurg Kurtz, será instalado neste dia 13/09, 19h.
Retiro de Casais - "Reencontrar-se: o desafio do casal moderno!" - tema da palestra do pastor André Cardoso neste 13 de setembro em São Leopoldo.
Congresso da 3ª Idade – 19/09, na CEL Rei Jesus no Bairro Rondônia. Lema: “Na velhice, eles ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheios de vida” Salmo 92.14. Palestra com o pastor Gerhard Grasel. Saída em frente ao Cesaspa as 7h30.
Adesivo para o carro – Adquira o adesivo com a identificação da igreja (1 real) para colocar no vidro traseiro do seu carro. Nos cultos ou na secretaria.

Artigo - A saliva de Deus

A confiança do consumidor brasileiro neste mês de agosto teve uma queda conforme resultado da pesquisa “Índice de Confiança do Consumidor”. É uma “acomodação” após período de confiança em alta, explicam os responsáveis pelo estudo. Enquanto isto, outra pesquisa no mesmo período registra igualmente uma queda de confiança no governo do presidente Lula. A explicação é devido à crise do Senado e ao embate entre a ex-secretária da Receita Federal e a ministra-chefe da Casa Civil.
Fico imaginando uma pesquisa sobre a confiança na religião. Nem penso nas outras religiões – penso na minha, mais diretamente em mim, eu que carrego o título de pastor. Penso também naqueles que são seguidores da minha denominação – gente que é a cara de uma igreja. Qual seria o grau de confiança das pessoas de fora? Bom, ruim, mais ou menos? Estaria em queda, em elevação?
Vi no Jornal Hoje desta terça-feira uma matéria dizendo que boa parte dos consumidores entra numa loja por causa da vitrine. Durante a entrevista com uma especialista sobre a importância da boa vitrine, pensei com os meus botões: Qual a vitrine de uma igreja? Acho que é um conjunto de coisas, mas todas dependendo de meios, de instrumentos. Algo parecido com a história daquele surdo-mudo curado por Jesus (Marcos 7.31-37), onde o evangelista destaca a boa impressão das pessoas que assistiram: “Tudo o que faz ele faz bem”.
Três detalhes neste texto bíblico interessam quando o assunto é confiança. Jesus tirou o homem do meio da multidão, narra o Evangelho. O atendimento foi individual, personalizado. Um serviço indispensável. Outro detalhe: Jesus pôs os dedos nos ouvidos dele. Tocou nele, relacionou-se de maneira íntima e carinhosa, indicando o problema e a solução. Terceiro: Jesus cuspiu e colocou um pouco de sua saliva na língua do homem. Depois olhou para o céu, deu um suspiro profundo e disse: “Efatá” – que significa “abra-se”. Jesus poderia simplesmente curar o homem com o seu olhar. Isto lembra que o poder de Deus para desobstruir o que está lacrado sempre acontece por meios visíveis. Para abrir o céu Deus usou o próprio Filho, o Deus de carne e osso – a única “saliva” (João 14.6). Hoje Deus continua abrindo os corações pela saliva do Evangelho – pregadores e Palavra; pela saliva do Batismo – água e Palavra; pela saliva da Santa Ceia – pão, vinho e Palavra.
Na verdade, o índice de confiança do consumidor no assunto “igreja” é o resultado destes três quesitos: tratamento personalizado, o dedos de Jesus no problema e na solução, e a saliva de Deus que realiza o “efatá”. Sem esquecer que na vitrine sempre estarão aqueles que foram “curados”.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 10 de setembro de 2009

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Semanal – Ano 5, nº 231 – 3 à 9 de setembro de 2009

Cultos – 14º Domingo após Pentecostes
Tema: “Tudo o que Jesus faz, ele faz bem”
Textos: Sl 146; Is 35.4-7; Tg 2.1-10, 14-18; Mc 7.31-37.
Mensagem: Nós até podemos viver com uma certa desconfiança sobre os produtos e serviços que este mundo nos oferece. Isto é até muito importante pois infelizmente não podemos confiar totalmente nas pessoas. No entanto, não temos nenhum motivo para desconfiar dos produtos e dos serviços de Deus. Nós podemos contar com Jesus, porque “tudo o que faz ele faz bem”. (pastor Marcos)
Aniversariantes – 03 a 09 de Setembro de 2009:
03-Eloir Ritter; Viviane Gomes; Camila Hugentobler; 04-Marli Buss; Sofia Kruse; Mario Christ; Claudio Silva; Rosani Frank; Sadi Barbosa; 05-Vivian Dieter; Ellen Schutz; Ladi Sommer; Mauro Fagundes; Rosimar Wisniewski; 06-Rosani Silva; Margot Sand; Neiva Mauhs; Gustavo Cardoso; Lucas Souza Filho; 07-Roseli Auler; Valmor Opitz; Grasiela Costa; Otmar Cardoso; Pedro Hanauer; Danieli Schirmer; 08-Leane Figur; Muriel Bauer; Adones Jandrey; 09-Otto Muller; Fernanda Martin; Mariana Kulmann; Evelyn Kleemann; Renato Bunkoswki; Vinicius Hugentobler.
Lembretes
Falecimento – Geny Mendes da Silva, nascida em 20/10/1939, falecida em 02/09/2009 aos 69 anos. Deixa enlutados os filhos James e Débora, genro Marcos, netos Maitê e Álan e demais familiares e amigos.
Batismo – Augusto Bomm Tomm, filho de Rubens Gilberto e Raquel Marli, nascido no dia 27/04/2009, batizado em 6 de setembro de 2009. Padrinhos: Rafael R. Lange, Andressa B. Teixeira, Giovani Bittarello, Nadia Teresinha A. Bittarello, Roque Braga, Enedina Braga, Rogério de Vargas, Luci Diloni Cocenski.
Casamento - 12/09, 18h, os noivos Wagner da Silva e Gabriela Goularte de Souza.
Escola Bíblia: a) O Congresso das Crianças da paróquia no dia 17/10 (sábado de tarde) em Sapiranga, junto com a Congregação São Mateus. Com ônibus que sairá do Ginásio. Confirmar presença no máximo uma semana antes. b) As dracmas na Escola Bíblica poderão ser trocadas por brindes no dia da Feirinha da Escola Bíblica, dias 1, 3 e 4 de outubro após os cultos. d) A próxima reunião de professores(as) de Escola Bíblica será dia 19/09, 17h30, na igreja.
Convite para instalação de pastor – O segundo pastor da Comunidade Da Paz de Campo Bom, André Francisco Kurg Kurtz, será instalado no dia 13/09, 19h.
Retiro de Casais - "Reencontrar-se: o desafio do casal moderno!" - tema da palestra do pastor André Cardoso, de Estância Velha, dia 13 de setembro. O pastor André também está se formando em Psicologia. Total dos custos por casal: 45 reais. Saída em frente ao Ginásio, as 8h30. Inscrições na Secretaria ou pastor Marcos.
Congresso da 3ª Idade – 19/09, 9h, na CEL Rei Jesus no Bairro Rondônia. Lema: “Na velhice, eles ainda produzem frutos; são sempre fortes e cheios de vida” Salmo 92.14. Palestra com o pastor Gerhard Grasel.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Artio - Dia do Saio

A última denúncia contra Sarney é a aquisição de um castelo em Portugal adquirido por ele quando presidente do Brasil em 1990, pago em dinheiro provindo de um paraíso fiscal e não declarado à Receita Federal. Se a notícia é verdadeira, já passou a hora do chefe do Senado instituir o “dia do saio”: “Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, digam ao povo que saio". O Dia do Fico, dez meses antes do Grito do Ipiranga, é um brado que simboliza a nossa libertação de Portugal. Mas o grito do Senado simbolizaria a independência de todos os castelos portugueses sonegados, ou seja, corrupção, falcatruas, injustiça social, desvio de recursos, impunidade etc.
Pensando bem, a vida de cada um pode ser descrita em decisões de ficar e de sair. E o grito, a coragem de decidir, depende do bom juízo. Foi este discernimento que fez o Príncipe Regente dizer: “Se é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, digam ao povo que fico". Uma escolha que deveria nortear todas as nossas decisões. Ao menos é um princípio cristão: “Para o bem de todos, Deus dá a cada um alguma prova da presença do Espírito Santo” (1 Coríntios 12.7). O texto refere-se aos diversos dons espirituais – todos visando um fim proveitoso no serviço ao semelhante, que no final é um serviço a Deus. O apóstolo, no entanto, revela a chave para que os “recursos” não sejam desviados: “Porém eu vou mostrar a vocês o caminho que é o melhor de todos” (1 Coríntios 12.31). E logo adiante ele aponta a direção: “Se não tivesse amor isso não me adiantaria nada”.
Não dá para misturar alhos com bugalhos nem religião com política. Mas se no serviço público igualmente não existir o amor, o desejo de servir, então não adianta nada. Um despreendimento que exige decisão de permancer no lado da honestidade e de sair do meio da malandragem. O que não é fácil. No caso de Dom Pedro I, o custo era a própria vida: “Pelo meu sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil. Independência ou morte!". Se nossos políticos não têm esta disposição, então que sigam o caminho pelo qual o presidente do Senado ainda não tomou coragem de trilhar.
Mas como disse, este ficar e sair são atitudes indispensáveis a todos, príncipes e plebeus. Um grito que quer ecoar dentro de cada um contra o jeitinho da mentira e da desonestidade. Decisão que o Livro dos livros já sublinhou: “Por isto não mintam mais. Que cada um diga a verdade (...) Quem roubava que não roube mais, porém comece a trabalhar a fim de viver honestamente e poder a ajudar os pobres” (Efésios 4.25,28).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 3 de setembro de 2009

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Artigo - Mundo hospício

Qualquer coisa pode virar doença compulsiva. Por exemplo, este famoso médico de fertilização acusado de estupro. Abusou a primeira vez, depois a segunda e nunca mais parou com suas perversões. Algo parecido na política onde a tara é a mentira e os violentados são o povo. Mentem uma vez, depois outra e mais outra, e no final vira obsessão. Este tipo de doença a gente vê na política, nas profissões, na religião. E pensando bem, ninguém escapa, porque de louco todos têm um pouco. São as fraquezas de cada um que Freud não explica. Na verdade, a constante luta que qualquer ser humano enfrenta é manter este maníaco bem acorrentando dentro de si. Uma batalha cada vez mais difícil numa sociedade onde “tudo está liberado” e os valores morais viraram chacota.

E se agora estamos tão preocupados com bactérias, vírus e outros bichinhos que andam por aí nas maçanetas, carrinhos de supermercados, nos recintos fechados, é preciso se dar conta que existe coisa mais letal e que álcool gel não resolve. Aliás, se a recomendação é lavar bem as mãos, o costume é dos tempos bíblicos e ajudou os judeus contra doenças da época. Só que virou obsessão compulsiva religiosa, e por isto duramente criticada por Jesus. Escreve o evangelista que os fariseus e os mestres da Lei ficaram de cabelo em pé quando viram os discípulos do Mestre comer com mãos impuras. O Salvador não deixou por menos: “Hipócritas (...) Tudo o que vem de fora e entra numa pessoa não faz com que ela fique impura, mas o que sai de dentro (...) Porque é de dentro, isto é, do coração que vêm os maus pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a calúnia, o orgulho, e o falar e agir sem pensar nas conseqüências” (Marcos 7.1-21).

Ao perceber que muita gente não tinha controle de seus atos e vivia totalmente entregue aos vícios (Efésios 4.19), o apóstolo recomendou um remédio eficaz: “É preciso que o coração e a mente de vocês sejam completamente renovados. Vistam-se com a nova natureza criada por Deus” (Efésios 4.23,24). Paulo fala de experiência própria ao confessar: “Eu era tão fanático que persegui a igreja” (Filipenses 3.6). Ele havia transformado a religião numa obsessão e por isto precisou jogar tudo fora para “poder ganhar a Cristo” (Filipenses 3.8) e ter uma mente sadia.

Neste mundo hospício onde é fácil ficar louco, vale a recomendação: “Encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente” (Filipenses 4.8).

Marcos Schmidt

Jornal NH de 27 de Agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Artigo - Lobos e lobistas

A exploração da fé religiosa sempre foi um mercado lucrativo. A forma é parecida com o que acontece na política: troca-troca de favores. No caso da religião cristã, a transação é entre a criatura e o Criador, e no meio os lobistas (não os que fazem lobby, mas os lobos de quem Jesus falou). Um covil que tem nome e endereço. Mas, assim como em qualquer alcatéia onde a disputa pelo território é voraz e marcada pela urina, lobos vão e lobos vêm. A novidade é que eles têm proliferado nos últimos tempos e vêm atacando não só os apriscos eclesiásticos, mas também os campos seculares. E isto tem despertado a fúria dos fazendeiros.
Lembro-me de dois abigeatos quando trabalhei em Pelotas. Após escrever uma série de artigos no jornal da cidade sobre a Teologia da Prosperidade, um renomado vereador me telefonou pedindo ajuda. Ele não sabia mais o que fazer com a sua esposa que era ludibriada por promessas em troca de dinheiro. A gota d’água foi a “visão” do pastor: ela precisava doar 10 mil reais para ser abençoada e ficar livre do mal. No meu gabinete conversei com esta mulher que parecia perturbada e distante. Não tive mais conhecimento do destino do casal nem dos 10 mil reais. Algum tempo depois outro telefonema parecido, agora de um ex-líder da mesma igreja. Apareceu duas vezes no meu escritório. Era um pequeno empresário e já tinha doado um carro e boa parte de seus bens à igreja. A vida dele continuava na desgraça, apesar das promessas de prosperidade. O que me marcou foi o lamento dele: “Eu sou fiel, cumpro tudo o que eles pedem. Por quê não sou abençoado?”
A maior heresia da Teologia da Prosperidade é a exigência da fidelidade humana para a obtenção das bênçãos divinas. O ensino bíblico é claro: “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus. Mas, pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva” (Romanos 3.23,24). Mas o que fazem estes mercadores? Usam trechos da Bíblia como lhes convêm e anunciam um deus toma-lá-dá-cá. Uma fraude praticada pelo próprio Diabo quando citou a Bíblia para tentar Jesus no deserto.
O Salvador que foi negociado por trinta moedas de prata alertou: “Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Um empregado trabalha somente por dinheiro; ele não é pastor, e as ovelhas não são dele” (João 10.11,12). Sem dúvida, quando os dentes e as garras dos lobos crescem na mesma proporção do poder da mídia, todo o cuidado é pouco.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 20 de agosto de 2009

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Semanal – Ano 5, nº 228 – 13 a 19 de agosto de 2009

Cultos – 11º Domingo após Pentecostes
Tema: Seguidores e discípulos de Jesus...
Textos Bíblicos: Sl 34.12-22; Pv 9.1-10; Ef 5.6-21; Jo 6.51-69.
Mensagem: Jesus separa seguidores dos discípulos dele. E a maneira encontrada foi escandalizar os judeus em seus preconceitos e legalismo religioso. Mais tarde o apóstolo Paulo escreveria: “a mensagem da cruz é escândalo para os judeus”. Os textos bíblicos nos mostram que o discípulo de Jesus inevitavelmente se escandalizará com o mundo – isto é, se afastará das coisas erradas que as pessoas descrentes praticam. Ou como diz o Salmo: “Afastam-se do mal e façam o bem”. (pastor Marcos)
Aniversariantes – 13 a 19 Agosto de 2009:
13-Elzira Silva; Melita Lima; Magda Rieth; Ezequiel Roth; Vanessa Dieter; Marlene Pereira; Tatiana Mônaco; Waldenei Walter; Gabriela Schmidt; Margarete Krause; 14-Clelia Petters; Almira Hippen; Daniel Dummer; Luiza Grazziotin; Rodrigo Pereira; Rafaela Almeida; Orlanda Neumann; Domingos Rodrigues; 15-Juliano Klak; Carolina Arend; Danubia Wachter; 16-Roger Jacua; Kim Ellwanger; Carolina Muller; Fabricio Farias; Bernardo Rostirolla; Rosimar Nascimento; 17-Maria Thoen; Sandra Paula; Eduardo Muller; 18-Nelsi Opitz; Claudia Lima; Eduardo Karg; Gertrudes Muller; Jovelina Esspich; Roselaine Muller; Andre Reinheimer; Sidonia Dienstmann; 19-Marco Martin; Rosi Marques; Simone Flach; Nestor Bunkoswki; Marcos de Souza; Manuela Adams.
Lembretes
Ação de graças – Acildo Helio Dietrich faleceu no último dia 4 de agosto, aos 76 anos. Deixa enlutados a esposa Dulce, 1 filho, 1 irmão, 1 irmã, demais parentes e amigos. O culto em ação de graças será no dia 16/08, 9h.
Assembléia Geral – Após o culto do dia 16/08, todos os membros votantes da Comunidade São Paulo são convocados para Assembléia Ordinária. Assuntos: 1) ata da última assembléia; 2) relatório financeiro e de atividades; 3) indicação para cargos no Distrito; 4) contratação de funcionários; 5) admissão e demissão de membros; 5) outros
Instrução de Confirmandos – A partir desta 6ª feira, 07/08 reiniciam as aulas, com a nova turma de catecismo (1º ano). Os jovens com 12 anos entre agosto/2009 a julho/2010 podem se inscrever na Secretaria.
Culto 20 anos – Para lembrar os 20 anos de atividades das Servas Guarani, no dia 19 de agosto (quarta-feira), 14h30, será realizado um culto na igreja. Haverá a participação do coral da OASE da Floresta Imperial (grupo de mulheres da IECLB)
Campanha do leite – O Departamento de Servas convida a todas da congregação para a campanha do leite, em prol da assitência social no distrito. Vai até o dia 30 de agosto. A arrecadação será entregue no Encontro da Primavera, 12 de setembro.
3ª Idade a Assistência Social – As atividades destes departamentos estão suspensas neste mês de agosto em prevenção à gripe. Reiniciam em setembro.
Blog da Comunidade – celspnh.blogspot.com. Informações do Semanal, artigos do pastor Marcos e indicações de vários sites da igreja.
Mensageiro Luterano – Faça assinatura desta revista mensal da nossa igreja. Informações com pastores ou na Livraria Pesquisa – rua Bento Gonçalves, 3066 (com completo material evangélico).
Instalação de pastor – Neste 16 de agtosto, 18h, na Comunidade Cristo do Rincão, será instalado o pastor recém formado, Hilbert Wendler Junior.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Artigo - Mordomia política

“Ninguém pode exigir minha renúncia”, afirmou o presidente do Senado, José Sarney. Uma convicção fortalecida pelo conselho do seu guru, o pai-de-santo Bita do Barão: – “Continue no teu lugarzinho e banque o duro. Tu tens o corpo fechado”. Sarney com corpo fechado? Não seria o Senado? Creio que a palavra mais apropriada é corporativismo! Ou seja, “daqui não saímos e daqui ninguém nos tira”. Por isto a urgência da reforma política.
O problema é que a referida reforma depende dos próprios parlamentares. Pois para acabar com a falta de mobilidade dos eleitores diante desta troca de interesses entre os políticos, existe a idéia do “recall” – expressão para uma proposta de reforma que consiste em oferecer mecanismos de mobilização popular para cassar os parlamentares que desonram seu mandato.
Infelizmente a nossa política sempre foi uma estrada livre de vantagens inescrupulosas – para si e para os parentes e achegados. E se a desonestidade aumenta junto com a ganância, é fácil compreender toda a corrupção. Uma situação vergonhosa que começa na administração dos próprios municípios e estados. Acredito que um bom jeito para minimizar esta cultura da farra do dinheiro público seria instituir a vereança voluntária – o ensino fundamental que prepara para o ensino médio (Estado) e superior (Brasília).
No entanto, em tudo é preciso viver “a” mordomia, e não “na” mordomia. A Bíblia recomenda: “Sejam bons mordomos dos diferentes dons que receberam de Deus. Que cada um use o seu próprio dom para o bem dos outros” (1 Pedro 4.10). A palavra “mordomia” no original no Novo Testamento é oikonomos – que literalmente significa “a lei da casa”. Na vida cristã isto lembra que todas as coisas vêm de Deus. E com um propósito: “para o bem dos outros”. A força e o exemplo surgem do Filho de Deus que disse: Eu não vim para ser servido mas para servir e dar a vida para salvar muita gente (Mateus 20.28).
Evidentemente que cristianismo é uma coisa e política é outra. Mas os dois têm o mesmo caráter funcional: receber e repassar. “Para o bem de todos, Deus dá a cada um alguma prova da presença do Espírito Santo” (1 Coríntios 12.7), lembra o apóstolo sobre os diversos dons que o cristão desempenha dentro e fora da igreja. E se este cristão é um servidor na vida política, é uma bela oportunidade para “viver de acordo com o Evangelho de Cristo” (Filipenses 1.27). Lembro que “viver” aqui, no original grego. é politeuesthe, e a tradução adequada seria: “Viver politicamente correto neste mundo de acordo com o evangelho de Cristo”.
Mas a Constituição brasileira, no artigo 37, avisa crentes e descrentes indistintamente sobre a mordomia: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Sarney tem razão, ninguém pode exigir que um mau político renuncie. Ele deve ser afastado. Portanto, que venha logo a reforma.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 13 de agosto de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Artigo - Cara do pai

Também existe o trauma de pai. O trauma de mãe é assunto complicado, resultado do cordão umbilical rompido, coisas de mulher. Mas o problema do pai é bem fácil de explicar: é a dor pelo fim do monopólio das atenções agora dirigidas ao rebento. Penso que o filho, sobretudo o primogênito, é um soldado que surge do cavalo de Tróia, presente de grego. Grande tragédia se não fosse outro sentimento inexplicável que surge em cena: o amor paternal – força instintiva que defende o filho com unhas e dentes. Porque no fim das contas este pequeno “inimigo” é ele mesmo, ou como lhe disseram: “É a tua cara”. E assim, enquanto a mulher é carne e ossos do marido (Gênesis 2.24), o filho é carne e ossos moldados na forma do pai. (Alguns não se curam deste trauma e se voltam contra os filhos, histórias que a gente conhece).
Mas este é só o primeiro trauma. Aquele pai, herói, grande, forte, não demora, fica pequeno, fraco, exposto à realidade. E se hoje os filhos estão maiores que os pais, não é somente no aspecto físico, mas pelo tamanho dos inimigos deles. É a voraz crueldade da sobrevivência, do mundo selvagem repleto de predadores. Desemprego, violência, drogas, trânsito – tubarões que tentam engolir os filhos, frágeis presas neste mar de pais procurando Nemo.
E se a luta fosse meramente física, se os filhos fossem apenas moldes de carne e osso, então bastaria o empenho por um bom colégio, plano de saúde, boa companhia, Tamiflu, coisas deste gênero. Mas eles carregam outro molde, uma cara espiritual dos genitores. Uma herança maldita. No princípio era a cara de Deus (Gênesis 1.27). Mas depois veio a imagem dos homens (Gênesis 5.3), isto é, o pecado. Por isto a constatação: “Não estamos lutando contra seres humanos, mas contra as forças espirituais do mal” (Efésios 6.12).
Um trauma incurável e eterno caso não existisse o Pai nosso que está nos céus. “Vocês são filhos queridos de Deus e por isso devem ser como ele. Que a vida de vocês seja dominada pelo amor” (Efésios 5.1,2). Amor que domina? Sim, mas um domínio para o bem. Amor que é fruto da união com aquele que deu a vida (Efésios 2.5). Poder para ser novamente parecido com o Criador. E assim seguir a recomendação: “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os ensinamentos cristãos” (Efésios 6.4).
Sábado passado assisti pela televisão uma chocante cena vinda de São Paulo: um pai com uma arma apontada para a própria cabeça, e o filho de onze anos suplicando que desistisse da idéia. A cena durou 15 horas e com final feliz. Mas este filho carregará para sempre o pesadelo deste dia. Histórias deste tipo estão por toda a parte. Pais atormentados, desequilibrados, traumatizados... Saída existe, não com uma arma na cabeça ou outro escape egoísta e trágico. O caminho é parecido com aquilo que ajudou Felipe Massa: “Recebam a salvação como capacete” (Efésios 6.17). Pai com tal proteção está curado e pronto para dirigir a família.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 30 de julho de 2009

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Artigo - Mel, limão e atenção

O que é verdade e o que é mentira sobre esta gripe? Corre pela internet o texto “Pandemia do lucro” alertando que há um grande alarde com interesses comerciais para vender o Tamiflu. Fiz uma pesquisa sobre os lucros da referida empresa com este remédio, e as informações são intrigantes. Nos anos da gripe aviária, 2006 e 2007, foram aproximadamente 4 bilhões de dólares (esta gripe matou 250 pessoas em dez anos). Em 2008, as vendas caíram para 600 milhões de dólares. Mas agora, com a nova gripe, as vendas do Tamiflu aumentaram em 203%, ou seja, houve um lucro de 1 bilhão de dólares (uma caixa com dez comprimidos custa 170 reais aqui no Brasil). Enquanto isto, a Organização Mundial da Saúde confirmou nesta semana que a gripe suína continua semelhante a qualquer outro tipo de gripe. Até o momento há em torno de 135 mil casos desta gripe no mundo, e as mortes não passam de mil pessoas.
Por enquanto é mais fácil morrer atropelado do que por este vírus H1N1. Evidentemente que o vírus requer dobrada atenção, igual ao atravessar uma rua movimentada. Mas transformou-se em paranóia. E pelo jeito um medo interessante e lucrativo. O que não é novidade na medicina, e nem na própria religião – “meio de enriquecer” (1 Timóteo 6.5). E com uma fórmula parecida: semeando pânico. Quantas pessoas entregam seus bens materiais, se sacrificam, cumprem ritos, tudo por conta do pavor provocado pela propaganda de um Deus que castiga, de um Diabo que entra no corpo. Sim, quanta gente supersticiosa infectada pelo vírus da fobia. E olha que o mês do cachorro louco vem aí...
Há informações que a vacina contra o vírus que causa a gripe suína já pode ser fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan, mas a permissão está sendo negociada com os fabricantes. Qual o valor desta liberação – os royalties? Mas se é uma pandemia mundial porque não fazer de graça? Ora, de graça nem injeção na testa. Mas se viesse gratuitamente, com certeza algum cambista entraria no meio. É o que fazem com o remédio do Evangelho, que vem dos céus sem nenhum custo, pois “é um presente dado por Deus” (Efésios 2.8). Foi o que o apóstolo revelou para uma escrava que era obrigada a enganar as pessoas adivinhando o futuro. Mas “quando os donos da moça viram que não iam mais ganhar dinheiro com as adivinhações dela, agarraram Paulo e Silas...” (Atos 16.19). Que Deus nos proteja!
O médico Moacyr Scliar escreve sobre a gripe que é “melhor falar do que calar”. E lembra a meningite de 1974 que o governo brasileiro proibiu de divulgar e o resultado foi catastrófico. Na verdade, em tudo é preciso informação, e de boa qualidade. Afinal, quando Jesus falou sobre as “epidemias” como sinal dos tempos, antes alertou: “Tomem cuidado para que ninguém engane vocês”. E disse ainda: “Não tenham medo”(Lucas 21. 8-11). Penso que esta gripe é uma boa oportunidade para tomar um chazinho com mel e limão, e ficar atento com o surto das informações.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 30 de julho de 2009

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Artigo - Ainda...

“O que adianta o homem ter ido à Lua se ainda não resolveu tanta coisa aqui”. Alguma vez a gente já disse ou pensou isto. E com razão, afinal, a conquista do espaço ainda não nos libertou do tempo das carroças. É o ainda da gripe A e outras epidemias, o ainda das guerras, dos golpes políticos, da fome, da corrupção, do descaso com o meio ambiente, o ainda de muita coisa. Será que um dia o ser humano dará o passo definitivo para resolver todos estes “ainda”?
No encontro dos astronautas com o presidente Obama nesta segunda-feira, Armstrong declarou que a corrida espacial trouxe desenvolvimento à ciência, ao conhecimento e à exploração. De fato, desde o Sputnik lançado pelos russos em 1957, centenas de satélites orbitam a Terra além de outras tecnologias úteis no dia a dia, fruto da ciência espacial. Mas nem as odisséias humanas lá de cima nem as aqui de baixo parecem resolver os desastres da vida humana. Então o que fazer?
A história da Apollo 8, esta que foi a primeira nave tripulada a dar a volta em torno da Lua, carrega um detalhe que pode ajudar aqueles que exploram o espaço da verdade. No dia 24 de dezembro de 1968 a tripulação enviou uma mensagem de Natal. Era a leitura dos primeiros dez versículos da Bíblia: “No começo Deus criou os céus e a terra...” Ativistas do ateísmo processaram a NASA por esta manifestação religiosa no espaço, mas ninguém mais podia desfazer o testemunho. Até porque o céu anuncia a glória de Deus sem discurso, sem palavras... (Salmo 19.1,3).
Na verdade, o “ainda” sempre dependerá do Criador, não da criatura nem da criação, e muito menos da criação da criatura. Por isto esta imagem da Terra, parecida com aquilo que o astronauta Aldrin presenciou no solo lunar: “Um lugar tão desolado, tão completamente sem vida”. O apóstolo Paulo já dizia no seu tempo: “Estão cheios de todo o tipo de perversidade, maldade, ganância, vícios, ciúmes, crimes de morte, brigas, mentiras e malícia. Caluniam e falam mal uns dos outros. Têm ódio de Deus e são atrevidos e vaidosos. Inventam maneiras de fazer o mal, desobedecem os pais, são imorais, não cumprem a palavra, não tem amor por ninguém e não têm pena dos outros”(Romanos 1.29-31).
Mas o que fazer enquanto não se descobre outro planeta? Pior que a desgraça irá escondida na espaçonave mesmo se eu for o único astronauta – algo parecido com “Alien, o oitavo passageiro”. Coisa que o salmista já sabia: “Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito? Se subir ao céu, tu lá estás” (Salmo 121.7,8). Mas ele encontrou o jeito: “Vê se há em mim algum pecado e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 121.24). E se é para acabar com a nave-mãe de todos os “ainda”, tem a história daquele que disse: “Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu (...) para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna” (João 3.13,15).
“Se subir ao céu, tu lá estás; se descer ao mundo dos mortos, lá estás também (...) Ainda ali a tua mão me guia, ainda ali tu me ajudas” (Salmo 139.8,10). Este é um ainda diferente...
Marcos Schmidt
Jornal NH de 23 de julho de 2009