Foto panorâmica da Igreja

Foto panorâmica da Igreja

Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Artigo - Misericórdia, misericórdia!

Manchete no Jornal Hoje da semana passada dizia: “Um setor que não conhece crise: o mercado de luxo no Brasil cresce em ritmo superior à economia e tem números que surpreendem – afinal, quem fica na fila para comprar uma bolsa que custa R$ 30 mil?”. Segundo a matéria, clientes de altíssimo poder de compra fizeram com que este mercado no país crescesse 17% no ano passado.
Nada contra os ricos. Afinal, dependendo onde me situo na pirâmide social, posso ser um Bill Gates. O que agride, mesmo, é a disparidade. Isto é, ricos aviltantemente ricos e pobres miseravelmente pobres. O Banco Mundial divulgou tempos atrás estudo informando que, no Brasil, os 20% mais ricos concentram 32 vezes mais renda do que os 20% mais pobres. Para se ter uma idéia, na França, os 20% mais ricos concentram 6,5 vezes mais renda do que os 20% mais pobres. Nosso país é a 8ª economia em termos de Produto Interno Bruto (PIB) e a 70ª quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano. Segundo especialistas, tal desigualdade ostensiva é a grande causa da violência. Quanto maior a disparidade entre ricos e pobres, maior o índice de criminalidade – afirmam as estatísticas.
Este foi também o assunto nas leituras bíblicas deste último Domingo (conforme agenda litúrgica nas igrejas cristãs históricas: Amós 6.1-7; 1 Timóteo 6.6-16; Lucas 16.19-31). No Evangelho Jesus conta a célebre história do rico que, imagino morreu de colesterol, e foi para o inferno, e do Lázaro que morreu de inanição e foi para o céu. Os dois eram filhos de Abraão – diríamos, gente de igreja. Antes que alguém pense em fazer voto de pobreza, é bom lembrar que o pobre não foi para a bem-aventurança devido à sua condição econômica, nem o rico para o mundo dos mortos por sua prosperidade. As Escrituras mostram o único caminho: Pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva (Romanos 3.24). O problema do afortunado foi o que diz a Bíblia: Se vocês não lhes dão o que precisam para viver, não adianta dizer: Que Deus os abençoe. A fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta (Tiago 2.16,17). O fato agravante nesta história é que o rico tinha Moisés e os profetas, isto é, a Bíblia.
A todo instante alguém bate à minha porta pedindo dinheiro. Como saber se é um Lázaro ou um larápio? Com o tempo a gente aprende. Mas não foi isto que Jesus pretendia ensinar – quando os pobres sempre estarão conosco (Mateus 26.11). Na verdade, o que preciso mesmo é a riqueza do amor de Deus, a fim de que o amor ao dinheiro não se torne uma fonte da indiferença e me desvie da fé que conduz ao céu (1 Timóteo 6.10). E aqui está o “$”, digo, o “x” da questão: esta paixão que arde no coração de seres humanos que entram na fila para comprar uma bolsa de R$ 30 mil, enquanto tem gente na fila da fome e de bolsa vazia. Um amor doentio que entorpece ricos e pobres diante das ilusórias vitrines.
Enquanto você leu este artigo, 40 pessoas morreram de fome no mundo. Em cada 3,5 segundos, morre um ser humano de barriga vazia. Chocante flagelo neste planeta que tem comida suficiente para todos. Tenhamos misericórdia! Coração diante da miséria! Ou então, adverte o texto sagrado: Quando Deus julgar, não terá misericórdia das pessoas que não tiveram misericórdia dos outros (Tiago 2.13).
Marcos Schmidt
Jornal NH – 11 de outubro de 2007

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Doação de Sangue - Santa Casa

Dia 13 de Outubro, Sábado, 8h15, sairemos com um ônibus, da frente do CESASPA (Centro Social e Assistencial São Paulo), para o Hospital Santa Casa de Porto Alegre.
Além da vontade dos jovens em ajudar diversas pessoas, a motivação também surgiu com o desejo de auxiliar o senhor João Teixeira, membro da nossa congregação, que necessita de 60 doadores.
O custo total do ônibus será de R$ 230,00. Se alguém desejar auxiliar neste custo, favor fazer contato com o presidente dos jovens, Rômulo Kaufmann (Tel.:9234-2267).
Lembramos que é necessário confirmar participação na doação de sangue até dia 10 de noite, também com o presidente dos jovens.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Artigo - Novela e gerúndio

- “Isto já virou novela”. É o que a gente diz quando algo na vida real embroma, não sai do lugar. Por exemplo, uma manchete de tempos atrás dizia: “Escândalo Renan Calheiros já virou novela”. Pior que deste tipo de “enrolação” a gente não consegue escapar. Mas, e as novelas novelas mesmo? Tipo Paraíso Tropical? Santa paciência! Eu já não agüentava mais “quem matou Tais” nas rodas de conversa. Não entendo tamanha audiência com global falta de criatividade destes autores que utilizam sempre os mesmos enredos.
Criatividade foi o que não faltou nesta semana para o governador do Distrito Federal ao tomar a decisão de acabar com as novelas nos órgãos do seu governo. O Decreto nº 28.314 surpreendeu ao demitir os “gerúndios” por desculpa de "ineficiência". De todos os decretos nos últimos tempos, este merece o nosso apreço. O homem deveria ser escolhido para a Academia de Letras. O tal gerúndio é um tempo verbal formado pelo sufixo "ndo" que indica continuidade de uma ação, como, por exemplo, “vou estar providenciando” em vez de “vou providenciar”. Sem perceber - como ligar imediatamente a TV quando se chega em casa - o gerundismo virou mania que muitos estão adquirindo, desculpe, que muitos adquiriram.
Por conta disto, a pergunta deveria ter sido: “Quem está matando Taís?”. E a resposta: o gerundismo. Ou então, a embromação, a ineficiência, a falta de criatividade. Sim, porque a televisão e as novelas estão nos emburrecendo, digo, nos emburrece. Não é isto que diz uma pesquisa? Que boa parte dos jovens brasileiros do ensino fundamental não entende o que lê, mas só entende o que ouve? Tempos atrás foi dito que o analfabetismo funcional atinge 2/3 da população brasileira – pessoas que têm dificuldade de entender o que lêem. Falta de leitura mesmo. Mas existe uma outra situação segundo especialistas: “Um fenômeno intelectual de um tempo em que o texto praticamente sucumbiu ao recurso visual e, principalmente, à imagem da televisão”.
Ao tratar sobre certas “novelas” da época, Paulo recomendou maturidade e interação na história do Filho de Deus, para não acontecer o analfabetismo funcional na vida cristã. Diz o texto: Então não seremos mais como crianças, arrastados pelas ondas e empurrados por qualquer vento de ensinamentos de pessoas falsas (Efésios 4.14). Nesta epístola bíblica o apóstolo adverte o cristão que, em vez de viver e praticar a fé, se acomoda na poltrona do gerúndio como desculpa da sua ineficiência nas obras do amor. A carta tem endereço de entrega: Que a vida de vocês seja dominada pelo amor, assim como Cristo nos amou e deu a sua vida por nós (Efésios 5.2). Por isto, a fim de dar um nó nesta burocracia do reino de Deus, Tiago decreta: Que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações. A fé assim é uma coisa morta (Tiago 2.14,17).
Então, gerundismo e fé sem obras são crias da mesma mãe, que no fim tudo vira novela. E neste caso, a pergunta no ar é: Quem matou a fé?
Marcos Schmidt
Jornal NH – 04 de outubro de 2007