Manchete no Jornal Hoje da semana passada dizia: “Um setor que não conhece crise: o mercado de luxo no Brasil cresce em ritmo superior à economia e tem números que surpreendem – afinal, quem fica na fila para comprar uma bolsa que custa R$ 30 mil?”. Segundo a matéria, clientes de altíssimo poder de compra fizeram com que este mercado no país crescesse 17% no ano passado.
Nada contra os ricos. Afinal, dependendo onde me situo na pirâmide social, posso ser um Bill Gates. O que agride, mesmo, é a disparidade. Isto é, ricos aviltantemente ricos e pobres miseravelmente pobres. O Banco Mundial divulgou tempos atrás estudo informando que, no Brasil, os 20% mais ricos concentram 32 vezes mais renda do que os 20% mais pobres. Para se ter uma idéia, na França, os 20% mais ricos concentram 6,5 vezes mais renda do que os 20% mais pobres. Nosso país é a 8ª economia em termos de Produto Interno Bruto (PIB) e a 70ª quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano. Segundo especialistas, tal desigualdade ostensiva é a grande causa da violência. Quanto maior a disparidade entre ricos e pobres, maior o índice de criminalidade – afirmam as estatísticas.
Nada contra os ricos. Afinal, dependendo onde me situo na pirâmide social, posso ser um Bill Gates. O que agride, mesmo, é a disparidade. Isto é, ricos aviltantemente ricos e pobres miseravelmente pobres. O Banco Mundial divulgou tempos atrás estudo informando que, no Brasil, os 20% mais ricos concentram 32 vezes mais renda do que os 20% mais pobres. Para se ter uma idéia, na França, os 20% mais ricos concentram 6,5 vezes mais renda do que os 20% mais pobres. Nosso país é a 8ª economia em termos de Produto Interno Bruto (PIB) e a 70ª quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano. Segundo especialistas, tal desigualdade ostensiva é a grande causa da violência. Quanto maior a disparidade entre ricos e pobres, maior o índice de criminalidade – afirmam as estatísticas.
Este foi também o assunto nas leituras bíblicas deste último Domingo (conforme agenda litúrgica nas igrejas cristãs históricas: Amós 6.1-7; 1 Timóteo 6.6-16; Lucas 16.19-31). No Evangelho Jesus conta a célebre história do rico que, imagino morreu de colesterol, e foi para o inferno, e do Lázaro que morreu de inanição e foi para o céu. Os dois eram filhos de Abraão – diríamos, gente de igreja. Antes que alguém pense em fazer voto de pobreza, é bom lembrar que o pobre não foi para a bem-aventurança devido à sua condição econômica, nem o rico para o mundo dos mortos por sua prosperidade. As Escrituras mostram o único caminho: Pela sua graça e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva (Romanos 3.24). O problema do afortunado foi o que diz a Bíblia: Se vocês não lhes dão o que precisam para viver, não adianta dizer: Que Deus os abençoe. A fé é assim: se não vier acompanhada de ações, é coisa morta (Tiago 2.16,17). O fato agravante nesta história é que o rico tinha Moisés e os profetas, isto é, a Bíblia.
A todo instante alguém bate à minha porta pedindo dinheiro. Como saber se é um Lázaro ou um larápio? Com o tempo a gente aprende. Mas não foi isto que Jesus pretendia ensinar – quando os pobres sempre estarão conosco (Mateus 26.11). Na verdade, o que preciso mesmo é a riqueza do amor de Deus, a fim de que o amor ao dinheiro não se torne uma fonte da indiferença e me desvie da fé que conduz ao céu (1 Timóteo 6.10). E aqui está o “$”, digo, o “x” da questão: esta paixão que arde no coração de seres humanos que entram na fila para comprar uma bolsa de R$ 30 mil, enquanto tem gente na fila da fome e de bolsa vazia. Um amor doentio que entorpece ricos e pobres diante das ilusórias vitrines.
Enquanto você leu este artigo, 40 pessoas morreram de fome no mundo. Em cada 3,5 segundos, morre um ser humano de barriga vazia. Chocante flagelo neste planeta que tem comida suficiente para todos. Tenhamos misericórdia! Coração diante da miséria! Ou então, adverte o texto sagrado: Quando Deus julgar, não terá misericórdia das pessoas que não tiveram misericórdia dos outros (Tiago 2.13).
Marcos Schmidt
Jornal NH – 11 de outubro de 2007
Jornal NH – 11 de outubro de 2007