Foto panorâmica da Igreja

Foto panorâmica da Igreja

Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 5 de abril de 2012

O SEMANAL - ANO 8, N° 366






O SEMANAL - 5 a 11 de abril de 2012

IELB – Comunidade Evangélica Luterana São Paulo - celspnh.blogspot.com
Rua Joaquim Nabuco, 973 – Centro – Novo Hamburgo / RS
Secretaria: 3066-6434 / celspnh@sinos.net
  Pastores: Marcos Schmidt:  8162-1824 – marsch@terra.com.br
                         Edgar Züge: 8574-1172  –  edgarzuge@yahoo.com.br            


Sexta-Feira Santa
Tema: Como e por que Jesus sofreu e morreu!
Leituras:   Sl 22.1-18     Jo 18 e 19
Mensagem: Na Sexta-feira Santa só há um tema que merece nossa reflexão: Como e por que Jesus sofreu e morreu. O sentido foi bem resumido por Anás, um inimigo de Jesus: “... era melhor para eles que morresse apenas um homem pelo povo.” (Jo 18.14b) Mesmo sem querer, Anás acertou na mosca: Jesus morreu para que tivéssemos vida! Jamais duvide disto, mas tão somente creia! (pastor Edgar)

Domingo de Páscoa
Tema: Os nossos problemas não eliminam a Páscoa. A Páscoa elimina os nossos problemas...
Leituras: Sl 16 Is 25.6-9 1 Co 15.1-15 Mc 16.1-8
Mensagem: O conflito das três mulheres naquela manhã de Páscoa, conforme o Evangelho, tem algo a nós dizer em nossos problemas. Naquele momento elas só enxergaram a pedra. E quando ela nem estava mais lá, ainda assim não perceberam aquilo que está no Salmo 16: “Estou certo de que o Senhor está sempre comigo; ele está ao meu lado direito, e nada pode me abalar”. O poder da Páscoa estava com elas, mesmo que não notassem. (pastor Marcos).

Programação na Semana


10/04 - Terça
13h30
18h30
19h30
Assistência Social
Musicalização - flauta doce
Coral
11/04 - Quarta
14h30
Servas Centro
12/04 - Quinta
14h
20h
3ª Idade
Culto “São Paulo” 
13/04 - Sexta
18h15
19h
19h40
20h
Instrução 1º e 2º Anos
Instrução Pré- Confirmandos
Juventude Mirim
Leigos
14/04 - Sábado
9h
16h
18h
20h
Aulas de teclado e violão / Instrução de Adultos
Servas Aliança/Jesus Redentor  c/ instalação
Culto “Jesus Redentor”
Culto “São Paulo – Aniversário dos Leigos
15/04 - Domingo
9h
12h
18h
Culto “São Paulo”
Almoço dos Leigos
Jovens


Lembretes

ANIVERSÁRIO – Para lembrar o aniversário dos Leigos (no culto de 14/04), eles promovem no dia 15/04 um almoço/churrasco, 15 reais, no Cesaspa.
TEOLOGANDO – Marcos Augusto dos Santos é o nome do estudante de teologia, que irá auxiliar a nossa congregação. Sua atuação será dirigida às visitas com santa ceia aos idosos e enfermos nas 2ª e 6ª-feiras à tarde.
PROFISSÃO DE FÉ – Interessados em ser membro da igreja, falem com os pastores ou na Secretaria. Encontros aos sábados, 9h, com o pastor Marcos.
ENCONTROS TEOLÓGICOS – Já tem as datas: 25/04, 02/05, 23/05, 30/05/, 13/06 e 27/06. São 6 encontros nestas 4ª feiras, 20h, na igreja, com o professor Gerson Linden, sob o tema: Introdução ao Novo Testamento. Informações na Secretaria.
LIBRAS – No dia 24/03 inciou o curso de Libras da AMIS. São 4 opções de horário na semana: Sábado, 8h30, e terça, quarta e quinta-feira, 19h. Informações com o pastor Gilberto Lange pelo telefone 9933-1502.
CASAIS – No dia 21 de abril, sábado, o Grupo de Casais participam do culto (20h) e depois tem uma janta. Inscrições na Secretaria ou com pastores.
SINGULARES – Nos dia 28 e 29 de abril, Encontro de Singulares no Grêmio Atiradores de NH, organizado pela Comunidade São Lucas, NH. Inscrições com Milena Rieger (9336-0024), no valor de 35 reais. Informações na Secretaria.
SERMÕES – Leia no blog celspnh.blogspot.com os sermões dos cultos, mensagem de Páscoa do presidente da IELB...


Amigo(a) visitante, bem-vindo(a) a esta igreja. Qualquer dúvida ou informações, fale com os recepcionistas ou pastores!

Sermão de Páscoa – 2012


Textos bíblicos: Sl 16 Is 25.6-9 1 Co 15.1-15 Mc 16.1-8
Texto base: Marcos 16.1-8

Tema: Os nossos problemas não eliminam a Páscoa.
É a Páscoa que elimina os nossos problemas...
                                               pastor Marcos Schmidt  
                                                  
__________________________________________


- Como eu vou resolver este problema? 
Esta é a pergunta que mais aparece em nosso dia-a-dia. 
- E agora, o que eu faço? 

No Domingo de madrugada, bem cedinho, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, estavam nervosas com uma situação que atrapalhava a vida delas: “Quem vai tirar para nós a pedra que fecha a entrada do túmulo”? Uma pedra, muito pesada, estava na entrada do jazigo, e aquelas três mulheres, sozinhas, não iriam conseguir tirá-la do lugar. Era madrugada, todos ainda estavam dormindo. E elas queriam o quanto antes embalsamar e arrumar o corpo de Jesus, antes que ele começasse a decompor. 

Todos os dias aparecem pedras no nosso caminho. Terça-feira passada , meio dia, fui buscar meu filho na escola. Na volta, entrei no meu gabinete, e procurei os óculos – sem eles não consigo ler nada. Mas, onde eles estão? Ao imaginar onde eles pudessem estar, me deu um frio na espinha, e pedi a Deus que a desconfiança não fosse verdade. Tinha colocado os meus óculos em cima do capô do carro, e lá ficaram na hora quando sai para buscar o meu guri no colégio. Pior, era verdade! Rapidamente disse para o meu filho: Pedro, vamos fazer o caminho de volta para a tua escola, e ir atrás do que deve ter sobrado dos óculos. No caminho, no meio do movimento intenso dos carros, numa das ruas mais movimentadas de Novo Hamburgo, na hora do pique, lá estavam eles, no meio do asfalto, intactos, apenas um pouco arranhados. Deus meu livrou imediatamente de um problema, bem no meio das minhas tarefas onde preciso ler e escrever. 

Os nossos problemas às vezes são simples, outras vezes são bem complicados. As vezes logo vem a solução, outras vezes não. Um simples óculos perdido, ou o prognóstico de uma doença grave. Não importa. São problemas, dificuldades, situações incômodas que atrapalham a nossa vida e nos causam nervosismo e ansiedade. E, dependendo do nosso estado emocional, do nível de estresse que já estamos passando, uma pequena “incomodação” pode transformar-se num grande e terrível problema. 

Eu fico imaginando aquelas três mulheres, depois de passarem por toda aquela angústia e aflição na Sexta-feira, quando o seu mestre e amigo Jesus morreu barbaramente na cruz. Creio que nem conseguiram dormir nas últimas horas, muito menos se alimentar direito. Estavam em estado de choque por tudo o que presenciaram. E agora, no caminho, outro problema: a pedra, quem vai removê-la? 

É muito fácil aqui julgar estas mulheres e dizer: - Mas que coisa, enquanto Jesus estava vivo, enquanto tinha sido ressuscitado, elas se preocupavam com uma pedra? Onde está a fé destas seguidoras de Jesus? 

Nestes meus anos de conselheiro pastoral, eu tenho aprendido algo muito importante no que se refere ao assunto “sofrimento”: de não julgar os cristãos que estão diante de problemas e reagem com dúvidas e perguntas sobre o amor e cuidados de Deus. 

Eu até penso que é por isto que os membros das nossas congregações preferem guardar os seus problemas, e não contá-los para ninguém, nem para o pastor. Ainda mais quando o sofredor é um líder – alguém que precisa dar o exemplo. Eles têm medo de que serão julgados e chamados de “alguém fraco na fé”. 

Pois a história da Páscoa vem desmistificar este “supercristianismo, esta arrogância, esta prepotência, esta ideia de ser imbatível na hora das dificuldades – sejam pequenas ou grandes. 

É só dar uma olhadinha, e descobrimos que estes discípulos e seguidores de Jesus, eles são iguaizinhos a nós. Diz o nosso Evangelho que depois do anjo dizer que Jesus estava vivo, as mulheres fugiram do túmulo, apavoradas e tremendo. A pedra tinha sido removida, e Jesus estava vivo, mas mesmo assim ainda continuavam aflitas e desorientadas. 

Depois vemos os discípulos, conforme narram os Evangelhos. Eles também não acreditaram na ressurreição, mesmo quando Jesus apareceu a eles. O Senhor precisou dizer: Olhem, eu não sou um fantasma. Mesmo assim eles tremeram de medo e ficaram com dúvidas. Tomé foi o principal deles. Nas diversas vezes que Jesus apareceu a eles, eles não o reconheceram – tamanha era a situação de espanto e fraqueza emocional. É claro, havia fraqueza espiritual – mas ali estava Jesus para socorrê-los, e não para condená-los. 

Penso que aquela pedra que impedia a Páscoa – e que nem mais estava no caminho das mulheres – tem algo muito significativo a nos ensinar – nós que somos as atuais testemunhas da ressurreição de Jesus. Até porque, se Jesus é ROCHA PODEROSA E NOSSO ABRIGO, e FUNDAMENTA A NOSSA VIDA, precisamos saber lidar com outras rochas, pedras, que tanto estragam o nosso dia a dia, trazendo-nos inúmeras preocupações. 

E a primeira coisa que precisamos entender é a seguinte: as incômodas pedras aparecerem todos os dias, pedras pequenas, pedras grandes. E as elas nem sempre serão removidas, de uma hora para a outra, como aconteceu com os meus óculos. 

E daí vem outro fato importante: se os óculos não forem encontrados, se a pedra não for tirada do lugar, ainda permanece a Páscoa. Imaginemos aquelas mulheres chegando lá no sepulcro, e aquela enorme pedra ainda na frente dele, obstruindo a entrada? Ora, Jesus não atravessou as portas trancadas quando apareceu aos discípulos? O Deus que enfrentou a inacessível muralha da morte, por acaso não pode atravessar uma rocha para sair do túmulo? 

A pedra removida no túmulo de Jesus foi apenas um simples fato, uma cotidiana situação, que não muda em nada a história da Páscoa, mesmo que ela não tivesse sido removida. Os detalhes da experiência humana – sejam eles positivos ou negativos, bons ou ruins, de sucesso ou de fracasso, enfim, o que acontece de bom ou de ruim em nossa vida, não muda em nada o que ocorreu dentro daquele túmulo, onde foi colocado o corpo de Jesus. 

E por isto então o mais espetacular, o mais impressionante nesta história: nem mesmo a nossa morte, nem mesmo a morte de nossos entes queridos, pode mudar a realidade da Páscoa. Aliás, é o contrário: A Páscoa é que muda a realidade de nossa morte, a Páscoa é que muda tudo aquilo que é consequência da realidade do pecado e da morte... 

Pena que muitos não acreditam nisto. É o caso do escritor Luis Fernando Verissimo (e que foi assunto do meu artigo no NH). Verissimo, no artigo que saiu na Zero Hora na última segunda-feira, sob o título “Bandarilheiro” – toureiro espanhol – escreve que a morte de Millôr Fernandes é “a burrice irreversível, a burrice triunfante” ao comparar o ilustre chargista com um toureiro vencido nos chifres da besta. Ele diz o seguinte sobre a morte “Por mais ridicularizada que ela seja, a vitória é sempre dela. E depois vem a burrice eterna”. 

Escrevi no meu artigo que “É uma lástima que este escritor ofereça à morte um prêmio que não lhe compete e transforme a Páscoa em mero coelhinho de chocolate”. 

Ora, nós cremos que a morte não é uma burrice irreversível, triunfante. Foi o apóstolo quem disse: “A morte está destruída! A vitória é completa! Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir? (1 Coríntios 15.54,55). 

Paulo, ele mesmo confessa nesta carta aos coríntios, logo depois da leitura da epístola de hoje, que também é um bandarilheiro: “Eu enfrento a morte todos os dias”. 

É nosso caso. Também enfrentamos a morte todos os dias: no trânsito, nas doenças, na violência... E um dia ela nos irá nos alcançar, e seremos derrotados. Seremos? Se confiarmos no poder da morte e não no poder da vida, então seremos. Mas nós temos a Páscoa e podemos dizer com Paulo: “Se a nossa esperança em Cristo só vale para essa vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo. Mas a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de os que estão mortos também serão ressuscitados”. 

O conflito das três mulheres naquela manhã de Páscoa, relatado aqui em no Evangelho, com certeza tem algo a nós dizer. Naquele momento elas só enxergaram a pedra. E quando ela nem estava mais lá, ainda assim não conseguiram enxergar aquilo que está no Salmo 16(8): “Estou certo de que o Senhor está sempre comigo; ele está ao meu lado direito, e nada pode me abalar”. 

Pois são nos momentos de aflição, angústia, medo, são nas horas de “e agora, o que eu faço”, que Jesus está e continua do nosso lado. E não importa o tamanho de nosso problema. Esta é a maravilhosa notícia da Páscoa: o Senhor Jesus está vivo e muito presente em todos os momentos e situações de nossa vida. Creio que é por isto que, junto com a principal história da Bíblia, encontra-se uma pergunta que é minha e é tua: Quem vai tirar para nós a pedra? Pois a Páscoa tem a resposta! Amém! 

Sermão Sexta-feira Santa


Sexta-feira Santa, NH, 6 de abril de 2012
Meditação sobre João 18 e 19

Pastor Edgar Züge


Em lugar do sermão tradicional convido a todos a fazermos uma leitura de partes seletas de Jo 18 e 19, da Bíblia NTLH, sempre intercaladas por dois destaques meditados e uma estrofe do hino 85 do hinário luterano, como segue:

Hino: 85, estrofe 1
Leitura: Jo 18.1-11
Meditação: Jesus sabe e concorda com tudo que lhe vai acontecer.
1.      “Jesus sabia de tudo que lhe ia acontecer.” (v.4)
2.      “Por acaso você pensa que eu não vou beber o cálice de sofrimento que o Pai me deu?” (v.11)

Hino: 85, estrofe 2
Leitura: Jo 18.12-27

Meditação: A afirmação de uma verdade e uma negação.

1.      “... era melhor para eles que morresse apenas um homem pelo povo.” (v.14)
2.      “Eu, não!” (Pedro, no v.17)

Hino: 85, estrofe 3
Leitura: Jo 18.28 – 19.16
Meditação: A afirmação de uma verdade e uma dúvida.
1.      “O meu Reino não é deste mundo.” (v.36)
2.      “O que é a verdade?” (Pilatos, no v.38)

Hino: 85, estrofe 4
Leitura: Jo 19.17-30
Meditação: A preocupação de Jesus com a pessoa integral, bem estar do corpo e da alma.
1.      “Este é o seu filho.” “Esta é a sua mãe.” (vv. 26, 27)
2.      “Tudo está completado!” (v.30)

Hino: 85, estrofe 5
Leitura: Jo 19.31-42
Meditação: Dois testemunhos de fé, em registro e em atitude.
1.      “Quem viu isso contou o que aconteceu para que vocês também creiam.” (v.35)
2.      “José, da cidade de Arimatéia ...” “Nicodemos ...” (vv.38, 39)

Hino: 85, estrofe 6

Pode-se concluir com uma oração.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Artigo - Cantando de Galo

   Luis Fernando Verissimo, no artigo Bandarilheiro, escreve que a morte de Millôr Fernandes é “a burrice irreversível, a burrice triunfante” ao comparar o ilustre chargista com um toureiro vencido nos chifres da besta: “Por mais ridicularizada que ela seja, a vitória é sempre dela. E depois vem a burrice eterna”. É uma lástima que o nosso querido escritor ofereça à morte um prêmio que não lhe compete e transforme a Páscoa em mero coelhinho de chocolate. Que a morte é uma grande burrice, isto ninguém duvida. Mas, irreversível, triunfante? Claro, ninguém voltou “de lá” para provar que existe vida além, mas o contrário também é verdade. Ou seja, é preciso ter fé que a morte pode cantar de galo. Por isto, prefiro considerar outro escritor: “A morte está destruída! A vitória é completa! Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir? (1 Coríntios 15.54,55).



     O apóstolo Paulo diz isto após confessar que ele é um bandarilheiro: “Eu enfrento a morte todos os dias”. A tradição relata que no final ele não escapou da perseguição cristã e acabou na guilhotina. Mas foi derrotado na implacável tourada da vida? Responde antecipadamente em sonoro “não” – certeza que vem da ressurreição de Cristo. Por isto suas palavras que são a própria Bíblia: “Se a nossa esperança em Cristo só vale para essa vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo. Mas a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de os que estão mortos também serão ressuscitados”.

    Ninguém está achando graça da morte de Chico Anysio e Millôr, contesta Veríssimo. O Senhor da vida e da morte também não acha graça, tanto a morte de gente famosa quanto desconhecida. Por isto então a “Graça” de Cristo no real sentido da palavra: presente. “O que dá a morte o poder de ferir é o pecado”, lembra o apóstolo nesta infeliz experiência humana. “Mas agradeçamos a Deus, que nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo”.



Marcos Schmidt
pastor luterano
Igreja Evangélica Luterana do Brasil
Comunidade São Paulo, Novo Hamburgo, RS
5 de abril de 2012

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Sermão Domingo de Ramos - 2012


Tema: “O Rei vem ao seu povo.”

Texto: Mc 11.1-10

NH - 1º de abril de 2012.
       

   Às vezes, ao meditarmos nas coisas espirituais, temos a impressão de que tudo é tão abstrato, distante, irreal. Parece que não tem nada a ver com a realidade presente do dia a dia. Mas ao lermos o evangelho de hoje calmamente, passo a passo, tudo se materializa, concretiza: “um jumentinho e capas sobre ele...palmas, galhos e capas no chão...2 grupos, um atrás e outro à frente de Jesus...”.
   Há um “frisson” no ar. Todos sabem que algo extraordinário está por acontecer. E o silêncio vai sendo quebrado pelo vibrante grito de saudação da multidão: “Hosana (Oh, salva!), Bendito (Abençoado, Louvado), o Rei sucessor do trono de Davi, Hosana nas alturas!”
  O Rei dos reis desfruta um momento de glória (como já acontecera no Monte da Transfiguração). Mas ele sabe que é um vislumbre de glória antes da cruz. A multidão o aclama por ter ressuscitado a Lázaro, sendo isto para eles o sinal definitivo de que ele era o Messias prometido, o qual, na esperança política deles, os libertaria do jugo romano. Usam no louvor elementos do grande Halel (Sl 117, 118) e da Festa das Barracas, apesar de ser Páscoa, comemoração da libertação da escravidão no Egito. Em não se cumprindo tal expectativa, posteriormente virá o grito: “Crucifica! Crucifica!”
  O que eles não sabem é que seu reino não é deste mundo, não é visível e não é implantado à força. Mas é um reino espiritual, eterno, de paz (Is 9.6,7; Zc 9.9-12; Mq 5.2-4). Para conquistá-lo ele tem que morrer. Ao morrer na cruz ele paga por toda culpa da humanidade, pois esta sempre erra o alvo diante de Deus. Assim ele destrona satanás e nos compra com seu sangue para Deus Pai. Vence pecado, morte e inferno. Morremos para o pecado e ressuscitamos para uma vida com Deus, pelo batismo. (Rm 6.2-4) No dizer de Lutero, recebemos “perdão, vida e salvação”.
   O Rei dos reis, agora entronizado à direita do Pai (em toda sua majestade), vem ao nosso encontro. Nos encontra em nossa situação vivencial, no lar, trabalho, escola, casamento (ou separação), saúde (ou doença); rodeados de doutrinas falsas como curas milagrosas revestidas de farsas, prosperidade material não prometida, negação das duas naturezas do Rei, salvação de qualquer jeito desde que se seja bem intencionado.
    É bem verdade que estamos repletos de erros ao alvo proposto pela santidade de Deus em pensamentos, palavras, ações, omissões, falta de amor, egoísmo, orgulho, vaidade. Mas é igualmente verdade, aliás, a única verdade, que só nos livramos destes males pela fé no sacrifício do Rei por nós.
    Nesta Semana Santa, ou da Paixão, que iniciamos hoje, que nossa primeira atitude seja de arrependimento e fé. Em resposta ao amor de Deus que nós louvemos e adoremos o Rei dos reis; que demonstremos nosso amor em atitude de amor e serviço ao nosso semelhante, a começar pelo que está mais próximo, o cônjuge, a família; que confessemos com os lábios que Jesus Cristo, que deu sua vida por nós, é Senhor, para a glória de Deus Pai. (Ef 2.8-11).
   Então, ainda é abstrato, distante ou irreal o que estamos vivenciando? O evangelho, a boa notícia da salvação eterna por Jesus Cristo, sempre provocou diversas reações: “Escândalo para os judeus e loucura para os gentios, mas para nós, que cremos, poder de Deus para salvação.” (1 Co 1). Não espere de Cristo o que ele não prometeu. Não confie em seus próprios méritos. Confie em Jesus Cristo você também. Amém. (Pastor Edgar Züge)