Foto panorâmica da Igreja

Foto panorâmica da Igreja

Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Artigo - No paredão das manias

Alguém dizer que não tem mania já é mania: a de mentir. Agora, esta do Big-Brother é um surto de febre amarela que também tem vacina. Qual a explicação desta febre? E o que dizer da “patomania” lá na Itália? Isto mais parece uma patologia!
Um psicólogo comenta que o costume de olhar o outro torna-se doença quando o indivíduo perde a identidade e passa a viver a história de quem observa. “Doente é aquela pessoa que deixa de jantar para ver o outro jantando, ou põe em risco o trabalho para não perder um lance da vida do vizinho”. Eugênio Bucci, presidente da Radiobrás, é mais crítico: “O reality show é a fusão do pior da realidade com o pior do show, do pior do jornalismo com o pior do entretenimento”.
Alguns explicam o fenômeno da audiência de tais programas com uma decadência cultural. Lembram que o artigo 221 da Constituição Brasileira determina que rádios e televisões têm obrigação de estimular programas de finalidade educativa, artística, cultural e informativa, mas que a lei não é cumprida. Isto não é novidade num país com tantas leis inócuas. Esta tem validade, mas sabe-se que programas educativos não têm audiência porque não tem mercado. O negócio é vender – nem que seja leite fraudado. Alguns programas religiosos vendem, mas isto já é outro tipo de mania.
O sociólogo Ciro Marcondes observa que o que se vê hoje é a vida das pessoas deixando as ruas e entrando nas telas de suas casas. Pela Internet as pessoas conversam, compram, lêem, conhecem pessoas; a televisão trouxe através dos reality shows esta intimidade que já está nos sites de relacionamentos e dos blogs. “Mostrar-se, mas principalmente mostrar-se na tela, já que o outro mundo dissolveu-se no ar, torna-se a meta mais alta e a única”, acrescenta.
Enquanto isto educadores e psicólogos desaconselham tal programação para crianças por conta do erotismo e dos valores questionáveis. Lembram que tais programas prejudicam a formação da criança porque expõem os pequenos a uma competição sem valores morais e prematuramente à erotização, quando estes nem sempre diferenciam o real da fantasia. No entanto, deveriam pesquisar qual influência disto no comportamento do adulto, cidadão que lida com negócios, casado, pai ou mãe de família? Aí podem obter as respostas para tanta safadeza e corrupção nos paredões da política e da sociedade como um todo.
Sou suspeito no assunto. Em todo o caso, despreocupado em ser ou não moralista de batina, também tenho a minha opinião. Evidentemente com base bíblica: Encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios; isto é, tudo o que é verdadeiro, digno, correto, puro, agradável e decente (Filipenses 4.8).
Não é preciso demonizar a televisão e exorcizá-la com “isto não entra na minha casa”. Mas por vezes não sei se esta atitude radical não leva vantagens em tempos de tanta opressão da TV sobre a mente das pessoas. Tão grande é a dependência da tela, que se de uma hora para outra ficássemos sem as suas cativantes imagens, não sobreviveríamos. Seria o fim do mundo. Ou o começo de um novo. Quem sabe com imagens verdadeiras da realidade dentro da própria casa.
Poderíamos fazer um teste: no lugar de aceitar o convite do Pedro Bial, ver algo mais interessante, quem sabe a mulher, o filho, alguém dentro da própria casa! Se conseguirmos, pode ser um saudável sinal de que desta mania estamos longe do paredão.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 17 de janeiro de 2008

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Artigo - Infrações no trânsito

É difícil não cometer infração no trânsito. Mas o diretor do Detran de Brasília extrapolou: 42 nos últimos dez anos. Justificou: “Eu sou um ser humano como outro qualquer, sujeito a erros”. Mas são 42 infrações? Uma situação constrangedora para alguém que já cassou a carteira de 30 mil motoristas do Distrito Federal. Se a lei fosse aplicada, este sujeito do “façam o que eu mando, mas não façam o que eu faço” teria 220 pontos na carteira. O que chama a atenção é que ele assumiu o cargo prometendo acabar com a indústria das multas, e hoje no posto, além de desistir da idéia, ter incrementado a aplicação de multas e cassações de habilitação de motorista. "Os pardais são um mal necessário", explicou o diretor do Detran. Mas neste caso, um mal só para os outros.
O que vemos aqui é uma incoerência, algo típico de certas autoridades que se colocam acima da lei quando deveriam ser os primeiros a dar o exemplo. Isto me fez pensar no assunto deste primeiro domingo após Epifania, quando lembramos o batismo de Jesus conforme a liturgia na tradição cristã. Distante da condição de um ser humano igual a outro qualquer, sujeito a erros, Jesus é o próprio Deus-Homem, santo e perfeito. Mesmo assim ele se colocou debaixo da lei. E mais, pagou a pior multa, humanamente impagável, pregando-a na cruz (Colossenses 2.14).
Narra o Evangelho que no momento em que estava saindo da água, Jesus viu o céu se rasgar e o Espírito de Deus descer como pomba sobre ele. E do céu veio uma voz que disse: Tu és meu Filho querido e me dás muita alegria (Marcos 1.10,11). Marcos usa a expressão “o céu se rasgar” enquanto os outros evangelistas dizem “o céu se abrir”. As versões do original grego para o português não observam este detalhe. Em todo o caso, é somente uma força de expressão para sublinhar o poder misericordioso de um Deus que não teve dúvidas em “explodir” as portas do céu. Tudo porque o paraíso estava trancafiado devido as infrações cometidas por todos os seres-humanos. O que custou um alto preço para o Filho de Deus. O apóstolo explica: Ele tinha a natureza de Deus, mas não tentou ficar igual a Deus. Pelo contrário, abriu mão de tudo o que era seu e tomou a natureza de servo tornando-se assim igual aos seres humanos (Filipenses 2.6,7).
A desculpa deste diretor do Detran, de que é “um ser humano como outro qualquer, sujeito a erros”, não justifica seus delitos. Nem os nossos quando é comum este tipo conversa. Evidentemente é preciso reconhecer as falhas, mas não justificá-las comparando-se com os outros. Se é difícil evitar infrações de trânsito, com certeza isto não convence o guarda rodoviário. O jeito é pagar a multa e fazer de tudo para não receber outro “canetaço”.
- “Senhor Deus, eu sei que sou um pecador, mas todo mundo é”.
Longe de nós este papo-furado. Mesmo quando o céu já está “rasgado”. Mesmo quando a Bíblia diz que todos se desviaram do caminho certo e são pecadores (Romanos 3.12). Mesmo tranqüilos sob a graça de Deus, que não exige nada diante do sacrifício de Cristo (Romanos 3.24,25). Longe de nós a petulância de estar acima da lei de Deus. Por isto, se o batismo de Jesus é a “sujeição do chefe do Detran” aos códigos divinos, tudo aconteceu para que através do nosso batismo fôssemos ressuscitados com Cristo para uma nova vida (Romanos 6.4).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 10 de janeiro de 2008