Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Artigo - Um dia a casa cai

O edifício de 30 andares que caiu em Belém do Pará é uma viva e decorrente parábola de Jesus (Mateus 7.24-27). Os construtores ouviram, mas não praticaram o que aprenderam na teoria. “Quem ouve esses meus ensinamentos e não vive de acordo com eles”, diz o Senhor, “é como um homem sem juízo que construiu a sua casa na areia”. Poderíamos também falar das cidades sem esgoto tratado e saneamento básico. Os prefeitos asfaltam, fazem calçadas, monumentos, praças floridas, e os moradores edificam casas bonitas. Mas, por debaixo corre uma sujeira fétida que contamina as águas. Um dia a casa cai, isto é, falta água limpa, os peixes morrem, os animais silvestres desaparecem, a fauna sofre, e as pessoas adoecem. Os rios são as coronárias da terra e estamos entupindo-os com gordura. Por isto padecemos na UTI pagando o preço da falta de juízo.

Em muitos aspectos vivemos a hipocrisia dos fariseus condenada por Jesus. A religião deles era como “túmulos pintados de branco, que por fora parecem bonitos, mas por dentro estão cheios de ossos e de podridão” (Mateus 23.25). Se na vida espiritual é preciso transformação dentro para fora, alicerce de baixo para cima, algo semelhante e lógico deveria acontecer neste mundo que se vê. Não adianta toda tecnologia se destruímos o coração do planeta. Estamos cavando a própria sepultura, e fatidicamente percebendo que o buraco está quase pronto.

Creio que o nosso mundo físico caindo é uma moderna e trágica parábola que nos faz repensar no fundamental, no miolo da vida. “Gememos enquanto vivemos nesta casa de agora” (2 Coríntios 5.2), escreve o apóstolo. Gememos porque o nosso corpo, o meio ambiente, o Universo, têm um tempo de validade que de maneira estúpida está sendo apressado. A fé cristã – que professa um Deus Criador, Redentor e Restaurador de tudo – faz vislumbrar o futuro com esperança quando o “mortal vai desaparecer” (5.4). Mas, enquanto isto é preciso um mínimo de inteligência para que as sinistras parábolas fiquem apenas nas parábolas.

Marcos Schmidt
Jornal NH de 03 de fevereiro, 2011