Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

terça-feira, 13 de abril de 2010

Artigo - Lixo: o que fazer?

O que impressiona nesta tragédia no Morro do Bumba é o fato das pessoas não saberem que moravam em cima de um monte de lixo. O morro era um antigo lixão desativado em 1981 – um vulcão que acordou e explodiu pelo gás metano. Parece que este é o nosso problema: não sabemos, ou fazemos de conta que não sabemos, que o lixo volta, e volta com poder destruidor.

O apóstolo Paulo também não sabia que a vida dele estava construída sob um entulho. Depois de descobrir, confessou: “Eu joguei tudo fora como se fosse lixo, a fim de poder ganhar a Cristo” (Filipenses 3.8). No original do Novo Testamento está a palavra “skubalon”, que deriva da palavra grega “skor” – refugo. Ele usa este termo para falar da sua antiga crença, uma montanha de regras religiosas e que produziu um terrível gás, tão forte que explodiu em fanatismo e ódio. Paulo, no entanto, foi resgatado dos escombros e saiu com vida, e por isto o seu testemunho: “Tudo o que eu quero é conhecer a Cristo e sentir em mim o poder da sua ressurreição” (3.10).

Se este escritor da Bíblia vivesse nos tempos do lixo moderno, quem sabe usaria o Morro do Bumba para dizer: “Antes de construir as casas, olhem bem o terreno. Usem como fundamento o Cristo ressuscitado e não o lixão”. E penso que ele não escreveria mais “Eu joguei tudo fora como se fosse lixo”. No lugar, diria: “Eu reciclei, separei o lixo, coloquei no devido lugar”. Nesta mesma epístola, onde fala do refugo espiritual que polui a alma, Paulo observa: “Vivam de acordo com o evangelho de Cristo” (1.27). “Viver” aqui no grego é “politeuesthe”, e a tradução mais exata seria: “Vivam politicamente de acordo com o Evangelho de Cristo”. Ou seja, o cristão não tem desculpa – ele sabe que o meio ambiente é um presente de Deus, e que tem um compromisso político de preservá-lo.

Tragicamente estamos colhendo as consequências da nossa ganância, irresponsabilidade, estupidez. Mas ainda existe uma saída para este problema do lixo, tanto o espiritual como o material. E certamente não é para debaixo do tapete...

Marcos Schmidt
Jornal NH de 15 de abril de 2010