Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Artigo - Um cafajeste arrependido

Jece Valadão dizia que “ser macho era conquistar uma mulher por dia”. Depois da radical mudança, falou diferente: “conquistar a mesma mulher todos os dias é o que vale”. O “eterno cafajeste” se casou 6 vezes e teve 9 filhos. Ator consagrado do cinema nacional nas décadas de 60 e 70, sempre interpretou bandidos e machões. Por vontade própria seguiu o cafajestismo como modelo de conduta em tudo o que fazia. Sua biografia revela que se inspirou na própria vida para interpretar os "durões". Com 16 anos saiu de casa levando um baralho na mão e fez da vida real uma jogatina. Malandros, prostitutas, gigolôs, bicheiros e boêmios cruzaram seu caminho e serviram de modelos para construir os papéis de mau-caráter.
Numa entrevista em 1996, o ex-cafajeste declarou: “Sempre fui ateu, materialista, nunca acreditei em nada. Achava que Jesus era um extraterrestre que pousou no Oriente, fez algumas mágicas e o povo, na santa ignorância, o transformou em Deus. Minha concepção de Deus era de um ser inatingível, que não me interessava. Eu só acreditava em mim. Isso até o ano de 1995, quando Jesus resolveu me buscar. Foi um toque dele realmente”. Cinco anos depois da sua conversão, tornou-se pastor da Igreja Assembléia de Deus no Bairro Tijuca, Rio de Janeiro.
Conheço pessoalmente vários ex-cafajestes iguais a Jece Valadão. Pessoas que, por incrível que pareça, mudaram de vida depois de serem atingidas pelo Evangelho. Não sabia da história recente deste homem. Mas, se virou cristão, a mudança nas atitudes é uma coisa que não surpreende. Surpreenderia, sim, se continuasse na infame situação. Assim como escandaliza certas histórias de gente “boa” que seguiu o caminho inverso de Valadão, isto é, de “cristãos” que foram descobertos na safadeza. Na verdade, é isto que deixa qualquer um atônito, Valadãos que simulam santidade mas são cafajestes enrustidos.
Se bem que não existe diferença entre cafajestes e ex-cafajestes quando a Bíblia declara que pela graça de Deus alguém é transformado por meio da fé, e que isto não vem da pessoa, mas é um presente dado por Deus (Efésios 2.8). Por isto, a visível mudança na vida daqueles que antes obedeciam a natureza humana e o que o corpo e a mente exigiam (Efésios 2.3), é a besta arrogância dando lugar para a bem-aventurada humildade, é o machão virando um cavalheiro...
É preciso confessar que diariamente se luta com um cafajeste dentro de cada um. Carrega-se no íntimo aquele Valadão antigo. Mesmo com o novo, a todo instante não se faz o bem que se quer, mas justamente o mal que não se quer (Romanos 7.19). Quem livrará deste desgraçado imbecil, pergunta também o apóstolo, um ex-moralista durão, que depois de cair literalmente com o nariz no chão, confessou: Que Deus seja louvado, pois ele fará isso por meio do nosso Senhor Jesus Cristo! (Romanos 7.25).
“Eu era tão auto-suficiente”, confessou Valadão, “que não via razão nenhuma para almejar outra espécie de vida. Vivia sobre o tripé sexo, amor e dinheiro, cheio de empáfia, repleto de alegria de viver. E se alguém julgar que lá no íntimo sentia um grande vazio, engana-se: isso não acontecia comigo! Só que eu ignorava que havia alguém mais poderoso que eu, e que resolveria mudar radicalmente a minha vida - querendo ou não querendo”.
Pastor Marcos Schmidt
(artigo para o Jornal NH de 30.11.2006)