"O relógio está zerado. Chegou a hora. Temos que transformar propostas em ações", afirmou o chefe da ONU para o clima, no discurso de abertura na 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Disse também que o "bolo de Natal" que espera de presente está dividido em três partes: diminuição das emissões de gases; ajuda financeira aos países pobres para adaptar a economia às novas tecnologias limpas e renováveis; e cooperação entre todos os países para combater o aquecimento global.
Não posso prever o final deste encontro, mas uma coisa afirmo com absoluta certeza: ele terminará sem as ações necessárias para resolver os graves problemas do planeta. A conclusão é lógica porque ninguém vai querer dividir o bolo de Natal. Só um exemplo: de acordo com um jornal inglês, os mais de 30 mil participantes vão produzir durante os 11 dias, cerca de 41 mil toneladas desta fumaça que provoca o efeito estufa. Estima-se que 140 jatos particulares pousarão no aeroporto da cidade e 1200 limusines vão transportar os participantes durante o período – gerando uma poluição de uma cidade de 140 mil habitantes. Se o “relógio está zerado”, se a hora é agora, o exemplo não deveria vir de cima? Mas numa economia mundial viciada na fumaça do petróleo e das chaminés industriais, o tratamento é doloroso e extremamente difícil. É que o remédio exige sacrifício próprio. E muito, muito dinheiro. E como diz a Bíblia, o amor ao dinheiro é a fonte de todos os tipos de males. É o nocivo combustível que fumega no coração e solta fumaça mortal. Parece que estamos numa chaminé cheia de fuligem e sem saída.
Mas, saída existe. Está descrita nas páginas da Bíblia: “Um dia o próprio Universo ficará livre do poder destruidor que o mantém escravo e tomará parte na gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Pois sabemos que até agora o Universo todo geme e sofre” (Romanos 8.21,22). Portanto, uma solução total e definitiva através da interferência direta do Senhor que veio, que vem e que virá. Não de mãos tecnológicas da ciência humana, mas do poder divino e criador, que resgatou o mundo das conseqüências do pecado e prometeu um novo céu e uma nova terra (Apocalipse 21.1).
No entanto, a esperança cristã, focada outra vez na Festa do Natal, não autoriza a omissão e o descaso com a preservação do meio ambiente. Muito pelo contrário. Aqueles que crêem na profecia do filho da mulher que esmagou a cabeça da serpente (Gênesis 3.15) – presenteada no Deus enrolado em panos, deitado em manjedoura – têm agora o compromisso de preservar os campos de Belém. Afinal, não foi revogado o primeiro mandamento das leis ambientais que ordena: cuidarás da terra e nela farás plantações (Gênesis 2.15).
Por isto, ó Deus-Homem, ilumina os senhores do mundo e dá-nos o amor do teu sacrifício para dividir o bolo de Natal. Amém.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 10 de dezembro de 2009
Jornal NH de 10 de dezembro de 2009