Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Artigo - Hora do silêncio, hora do barulho

O barulho das “vuvuzelas” me incomoda já faz tempo. Tenho um zumbido nos ouvidos, um chiado constante e perturbador. Dizem que 17% dos brasileiros sofrem deste mal. Meu desafio é fazer igual a um alemão que encontrou a fórmula para "filtrar" o incômodo zunido das cornetas africanas, que chega aos ouvidos do mundo inteiro pela televisão. Ele desenvolveu um programa de computador que deixa a transmissão livre do barulho. No meu caso, o “filtro” é não pensar na zoeira que vem de dentro da cabeça.

Parece que o único jeito nesta sociedade do barulho é se acostumar com o barulho. Vivemos a cultura das “vuvuzelas”. Tem saída? A Fifa diz que não. Permitiu as cornetas nos estádios porque fazem parte da cultura local. Este é o nosso problema. Nos acostumamos com as loucuras que chamamos de cultura. E daí, o único jeito é inventar “filtros”. Mas já disse o Sábio que tudo neste mundo tem a ocasião certa – tempo de ficar calado e tempo de falar (Eclesiastes 3.7). Só que hoje não encontramos mais o tempo do “ficar calado”. Se não é o barulho que vem da rua, é o ruído constante dentro de casa vindo da televisão. E assim falta o saudável silêncio para a conversa com os outros e a conversa com Deus. Silêncio para a leitura, reflexão, meditação, oração. Coisa que o Senhor Jesus recomendou: vá para o silêncio do seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai (Mateus 6.6). E se até no céu houve silêncio após os gritos de louvores a Deus (Apocalipse 8.1), então, mais do que nunca, precisamos aqui em baixo de uma pausa para as vuvuzelas.

O próprio Filho de Deus foi um “mistério guardado em silêncio nos tempos eternos”, explica o apóstolo (Romanos 16.25). Uma quietude divina do Antigo Testamento antes da revelação de Jesus, rompida pelo coro dos anjos na noite de Belém (Lucas 2.14). E se o Salvador morreu igual a uma ovelha muda, sem abrir a boca (Isaías 53.7), prometeu que um dia voltará em meio às vuvuzelas celestiais (Mateus 24.31). Por isto a oração: “Ó Deus, não fiques em silêncio! Não te cales” (Salmo 83.1). Mas também a ordem: “Que todos se calem na presença de Deus, o Senhor, pois ele vem do seu lugar santo para morar com o seu povo” (Zacarias 2.13). Por isto, feliz aquele que sabe a hora do barulho e respeita a hora do silêncio.

Marcos Schmidt
Jornal NH de 17 de junho 2010


terça-feira, 15 de junho de 2010