Esperar o quê de alguém abandonado por uma mãe drogada e por um pai fichado na polícia 7 vezes? Criado pela avó, não teve uma família que toda criança precisa. Há exceções, mas são milagres. Em todo o caso, o infortúnio deste goleiro está na mídia porque é a vida de gente famosa. Mas uma história comum – fruto dessa sociedade que não sabe mais onde enfiar tanta gente nos presídios, que se prende a si mesma em segurança atrás de muros, e que sofre a violência no próprio lar.
Foi o ministro Gilmar Mendes que declarou num encontro sobre drogas: “Só a Justiça não conseguirá vencer a guerra. Cada família, cada cidadão – somos todos responsáveis”. Agora então a solução para salvar a sociedade está na família? E a solução para salvar a família? O psicanalista francês Charles Melman já alertou: “A instituição familiar está desaparecendo e as conseqüências são imprevisíveis”. Isto todos percebem. O que se desconhece é a causa da falência do lar, e que alguns sugerem a ausência paterna. Segundo Melman, devido o declínio do referencial masculino na família, os jovens têm dificuldades para estabelecer um ideal de vida. Um assunto abordado também pelo psicanalista brasileiro Rubens de Aguiar Maciel, ao afirmar que há descaso e desconhecimento científico sobre o tema “paternidade”. Sustenta que o pai é figura fundamental na estruturação da personalidade da criança, do lado emocional dela. Conclui que a falta do pai sempre é prejudicial, pela função que tem de estabelecer limites à criança, passar a noção de ela não é o centro do Universo. Na ausência do modelo paternal, afirma que isto “pode trazer uma série de fantasias e consequências, mais ou menos sérias, dependendo do convívio da criança com outras figuras masculinas”.
É por isto que, dos Dez Mandamentos, o único que contém uma promessa é este que trata da família pai, mãe, filhos: “Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe (...) Faça isso a fim de que tudo corra bem para você, e você viva muito tempo na terra” (Efésios 6.1,3). Bruno, tragicamente, não teve pai nem mãe para obedecer e se dar bem na vida. Deu no que deu.
Foi o ministro Gilmar Mendes que declarou num encontro sobre drogas: “Só a Justiça não conseguirá vencer a guerra. Cada família, cada cidadão – somos todos responsáveis”. Agora então a solução para salvar a sociedade está na família? E a solução para salvar a família? O psicanalista francês Charles Melman já alertou: “A instituição familiar está desaparecendo e as conseqüências são imprevisíveis”. Isto todos percebem. O que se desconhece é a causa da falência do lar, e que alguns sugerem a ausência paterna. Segundo Melman, devido o declínio do referencial masculino na família, os jovens têm dificuldades para estabelecer um ideal de vida. Um assunto abordado também pelo psicanalista brasileiro Rubens de Aguiar Maciel, ao afirmar que há descaso e desconhecimento científico sobre o tema “paternidade”. Sustenta que o pai é figura fundamental na estruturação da personalidade da criança, do lado emocional dela. Conclui que a falta do pai sempre é prejudicial, pela função que tem de estabelecer limites à criança, passar a noção de ela não é o centro do Universo. Na ausência do modelo paternal, afirma que isto “pode trazer uma série de fantasias e consequências, mais ou menos sérias, dependendo do convívio da criança com outras figuras masculinas”.
É por isto que, dos Dez Mandamentos, o único que contém uma promessa é este que trata da família pai, mãe, filhos: “Filhos, o dever cristão de vocês é obedecer ao seu pai e à sua mãe (...) Faça isso a fim de que tudo corra bem para você, e você viva muito tempo na terra” (Efésios 6.1,3). Bruno, tragicamente, não teve pai nem mãe para obedecer e se dar bem na vida. Deu no que deu.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 15 de julho, 2010