Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 15 de março de 2007

Artigo - Mosquitos de cemitério

A maioria lembra da notícia sobre a estupenda prova arqueológica da existência histórica de Jesus. No ano seguinte, para desespero dos dependentes de sinais, foi descoberto que tudo não passava de uma fraude. A urna mortuária de 2 mil anos era verdadeira, mas as inscrições "Tiago, filho de José, irmão de Jesus" haviam sido forjadas por um espertalhão. Mesmo com cara de produto adulterado, a notícia da “Tumba de Jesus” vai se espalhar mais que a praga dos mosquitos e provocar coceiras naqueles que não tiverem repelente. No final das contas, não sei o que incomoda mais: os mosquitos de Cameron que têm suas larvas nas águas de túmulos perdidos, ou os mosquitos de águas sagradas e poderosas, ingeridas por aqueles que precisam ver, tocar e sentir para matar a sede da fé (João 20.25).
Entendo que não é simples coincidência o fato da arqueologia nunca ter encontrado evidências históricas de Jesus, o personagem principal da Bíblia. Um dos motivos pode estar nas palavras do próprio, ao contar a parábola do rico e de Lázaro (Lucas 16.19-31). No inferno, o ganancioso rico pede para Abraão enviar provas aos seus irmãos na terra a fim de não seguirem o mesmo caminho. Mas Abraão respondeu: - Os seus irmãos têm a Lei de Moisés e os livros dos Profetas para os avisar. O rico insistiu: - Só isto não basta, agora, se alguém ressuscitar e for falar com eles, então eles se arrependerão dos seus pecados. Abraão respondeu outra vez: - Se eles não escutarem Moisés nem os profetas (as Escrituras), não crerão, mesmo que alguém ressuscite.
Protegidos destes pernilongos, ainda são felizes os que não viram, mas assim mesmo creram - conforme Jesus mesmo lembrou a Tomé (João 20.29). Parece que Deus propositadamente anulou evidências e provas dos tempos bíblicos, porque a pessoa é aceita por Deus pela fé (Romanos 3.28), e fé é a prova de que existem coisas que não se pode ver (Hebreus 11.1). Se o Antigo e o Novo Testamento estão repletos com histórias de poder e milagres, pode-se perceber que havia uma clara intenção divina. Não para saciar o desejo daqueles que queriam transformar Deus num gênio da lâmpada mágica. Eram provas de amor e não de poder. Sobre aqueles que testemunharam as maravilhas de Jesus, diz o evangelista que a mente deles estava fechada e não tinham entendido o milagre (Marcos 6.52).
Pensando bem, se as provas ajudassem no propósito do Evangelho, Jesus teria dito antes de subir aos céus: Vão e procurem evidências arqueológicas - como naquela brincadeirinha do tempo quando se escondiam os ninhos de Páscoa. Mas ele disse: Vão pelo mundo inteiro e anunciem o Evangelho a todas as pessoas. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado (Marcos 16.15). Por isto, a maior prova para os que querem enxergar, está na vida dos que crêem e vivem o amor ao próximo. Infelizmente, numa sociedade perdida em interesses egoístas e mesquinhos, este poder pode ser confundido com fraqueza.
Pois nestes tempos de mosquitos, ressuscitados pela ação depredadora do ser humano, só existe um eficiente inseticida. Ou como disse o apóstolo: Pois Deus, na sua sabedoria, não deixou que os seres humanos o conhecessem por meio da sabedoria deles. Pelo contrário, resolveu salvar aqueles que crêem e fez isso por meio da mensagem que anunciamos, a qual é chamada de “louca” (1 Coríntios 1.21-23).
Marcos Schmidt (Jornal NH – 14 de março de 2007)