Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Artigo - O protecionismo do pão nosso

“O mundo está com fome”, destacou o Bom Dia Brasil desta quarta-feira. O alerta vem da ONU sobre a crise de alimentos, cada vez mais caros e escassos. Nos últimos seis meses o preço dos alimentos no mundo aumentou em mais de 50%. Só neste ano o arroz subiu 140% no mundo, e num dia o trigo 25%. O secretário-geral da ONU comparou esta inflação com um "tsunami silencioso". Na abertura da Conferência da ONU para o Desenvolvimento e Comércio no último fim de semana, pediu por um urgente plano internacional a fim de evitar uma tragédia. Uma das soluções seria o fim do protecionismo comercial por parte dos países ricos.
Se depender da boa vontade dos donos dos celeiros, muita gente vai morrer de fome. Alguém já disse que "os países ricos podem pagar para não produzir enquanto os pobres têm que produzir para pagar." É o caso do implacável “protecionismo”, em que países do primeiro mundo querem que países emergentes abram seu mercado interno para os produtos industriais, mas se fecham na área agrícola. Em outras palavras, é a perversa lei do mercado e dos lucros. Não entendo muito deste assunto, e acho que a maioria tem a mesma dificuldade. Mas o que está por traz disto tudo é de fácil assimilação: ganância.
Conforme comentário da economista Miriam Leitão, “o Brasil pode ser parte da solução para esta crise mundial. Há muita terra sendo desprezada. Basta usar terra já desmatada”. Mas será que estaríamos dispostos com nossas riquezas para ajudar os pobres do mundo? Já temos miséria que chega aqui, porque socorrer os famintos da Ásia, da África? E agora vem o Paraguai querendo mais dinheiro da Itaipu!
Sem dúvida, este negócio de economia é bem complicado. Parecido com aquela história do homem que disse a Jesus: — Mestre, mande o meu irmão repartir comigo a herança que o nosso pai nos deixou. (Lucas 12.13-21). O Evangelho segue com uma intrigante resposta de Jesus e um exemplo de protecionismo daquele tempo: — Homem, quem me deu o direito de julgar ou de repartir propriedades entre vocês? E continuou, dizendo a todos: — Prestem atenção! Tenham cuidado com todo tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas que ela tem, mesmo que sejam muitas. Depois Jesus contou uma parábola: — As terras de um homem rico deram uma grande colheita. Então ele começou a pensar: “Eu não tenho lugar para guardar toda esta colheita. O que é que vou fazer? Ah! Já sei! — disse para si mesmo. — Vou derrubar os meus depósitos de cereais e construir outros maiores ainda. Neles guardarei todas as minhas colheitas junto com tudo o que tenho. Então direi a mim mesmo: ‘Homem feliz! Você tem tudo de bom que precisa para muitos anos. Agora descanse, coma, beba e alegre-se.’ ” Mas Deus lhe disse: “Seu tolo! Esta noite você vai morrer; aí quem ficará com tudo o que você guardou?” Jesus concluiu: — Isso é o que acontece com aqueles que juntam riquezas para si mesmos, mas para Deus não são ricos.
Na verdade, comida tem de sobra e apodrece neste planeta criado por Deus, onde ninguém precisaria morrer de fome. O que falta mesmo é a prática da oração: “O pão nosso de cada dia nos dá hoje”. No entanto, isto já é outro assunto complicado, mais que economia. Uma lição que muitos nunca terão interesse em aprender.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 24 de abril de 2008