Foto panorâmica da Igreja

Foto panorâmica da Igreja

Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

sábado, 6 de janeiro de 2007

Culto - Epifania (6 de Janeiro de 2007)

Leituras Bíblicas: Sl 72; Is 60.1-6; Ef 3.1-12; Mt 2.1-12.
Hinário Luterano:
74, 63, 69, Santa Ceia: 60, 62, 65, 68.
Tema:
Deus nos leva até o Salvador prometido.
Resumo da Mensagem:
A história dos magos do Oriente faz parte da Festade Epifania, celebrada pela Igreja Cristã. A visita que os magos fizeram ao Menino Jesus aponta para o verdadeiro sentido da Epifania: a manifestação de Jesus às nações. Homens, que não faziam parte do povo judeu, vieram de muito longe para adorar o Messias prometido. Esta história vem renovar o espírito missionário da Igreja Cristã, pois nos mostra que Jesus veio salvar não apenas os judeus, mas o mundo todo. Cristo é para todos. Naquela ocasião, Deus guiou os magos do Oriente até o local onde havia nascido o Messias. Hoje, Deus continua nos guiando através de sua palavra e assim nos leva a adorar o Salvador.

Artigo - Exibição e Prazer

A tela eletrônica virou a praça pública neste mundinho de gente exibida e bisbilhoteira. E se a tecnologia avança de forma impressionante, o ser humano permanece estagnado naquilo que sempre foi. O celular com câmera, por exemplo, pode fazer alguém milionário da noite pro dia apenas vendendo alguns segundos de tragédias. Foi o caso na execução de Saddam em que um espertinho aproveitou a chance que muitos sonham ter. É estranho, muito estranho o que acontece nestes tempos quando tudo é registrado por estes olhos digitais. E o que dizer da invasão na privacidade daqueles que são flagrados em lugares desertos ou em coberturas de edifícios? Intimidade descoberta agora por câmeras de zoom poderoso, acopladas em satélites na órbita da Terra? Interessante, porque enquanto alguns procuram se esconder, outros se expõem propositadamente buscando fama e dinheiro. É o caso do Big Brother com estupendo sucesso em audiência. Só mesmo especialistas para explicar esta insana diversão. Um psicólogo argumenta que assistimos novelas e programas de TV – principalmente estes reality shows – projetando as próprias fantasias na ilusão de que aqueles são outros, nada a ver conosco. Mas a verdade é que assistimos porque nos tocam, porque projetam uma parte de nós.
Existem dois tipos de gente: o exibicionista – pessoa que tem prazer em mostrar-se, e o voyeur - alguém que observa em busca de prazer. Por natureza, cada um tem alguma coisa disto que, quando não é controlado, vira obsessão. Saddam Hussein foi um exibicionista sádico. Gostava de assistir o sofrimento dos inimigos que morriam lentamente, torturados pelos algozes. Isto está cheio por aí, de bandidos que matam por diversão. Que Deus nos proteja desta gente impiedosa! Mas, qual a razão da página policial ser a mais lida no jornal? Por que o sucesso do vídeo em que Saddam é enforcado? Sem dúvida, ou somos exibicionistas ou voyers!
Quando Paulo escreve: posso fazer qualquer coisa, mas não vou deixar que nada me escravize (1 Coríntios 6.12), lembra do perigo de ser “Maria vai com as outras” num mundo onde as pessoas perderam a noção do que é certo ou errado (Romanos 12.2). E se é fácil seguir a boiada, não é difícil nem impossível ter uma “completa mudança da mente” e viver o contrário no reality show dos desejos egoístas. Afinal, existe um zoom todo-poderoso que ninguém escapa. “Tu me vês quando estou trabalhando e quando estou descansando” (Salmo 139.3), confessa Davi. Quando este homem permitiu o lado bisbilhoteiro assumir o controle (2 Samuel 11.2), caiu nas graças e desgraças da paixão, e o olho divino o perseguiu impiedosamente (Salmo 32.4). Mas quando desistiu de fugir, a câmera dos céus não mais focalizou os pecados dele, mas apagou todas as suas maldades (Salmo 51.9).
- Ó Senhor Deus, tu me examinas e me conheces. Aonde posso ir a fim de escapar do teu Espírito? (Salmo 139.1,7). Estas palavras deixam de ser a corda da forca quando o olho de Deus não é o foco da lei, mas a lente de Cristo. Pois mesmo quando a realidade da miséria humana não está apenas nos vídeos, mas revelada em nítida definição dentro de cada um, existe outra imagem real que é a nova vida no Salvador. Isto sim vale a pena exibir e assistir.
Marcos Schmidt
(Artigo para o Jonral NH - 4 de janeiro de 2007)

Artigo - Feliz 2013

Com o tempo a gente esquece a idade que tem. Não por um lapso de memória nem por um defeito de vaidade, mas por uma questão de sobrevida. Afinal, cada ano que passa são doze meses a menos de existência. Por isto 2007 não é bem vindo! Toda a festa, os brindes, as felicitações, é puro cinismo misturado com pavor, tudo para agradar o chefe do calendário. Este 2007 que chega pelo corredor do tempo com seu passo firme e preciso, é o arrogante dono da festa que vem promulgar: Eu vou contar até 365 e depois desligo a luz. 2007 não é novo, de jeito nenhum! É um velho enrustido atrás de uma plástica mal feita, que não consegue apagar as rugas e as pelancas de coisas que nunca morrem. 2007 é um zumbi que vem em nossa direção quando não conseguimos fugir, tipo aqueles sonhos em que se corre apavorado sem sair do lugar. 2007 é o começo desta contagem irritante: primeiro de janeiro de 2007, dois de janeiro de 2007, três de... Ninguém agüenta! 2007 é a mesmice de números que não aumentam mais diminuem. Diminuem a audição, saúde, força, expectativas, metas, vida. Alguém já disse que a vida deveria começar na velhice e terminar na barriga da mãe, a gente ficando novo em vez de velho a cada ano. Mas a vida, digo a morte, é invariavelmente assim mesmo.
Está lá no livro sagrado: Não há nada de novo neste mundo. Tudo já aconteceu antes, bem antes de nós nascermos (Eclesiastes 1.9,10). Quem sabe é por isto que a Bíblia não tem preocupação cronológica com acontecimentos históricos. Nem o nascimento de Jesus - o único fato novo neste mundo sem novidades – é datado pelos evangelistas. E nem podiam, já que os antigos calendários romanos eram pouco confiáveis, além de que datas de nascimento ou morte eram privilégios de poucos quando o tempo era tratado de forma cíclica e repetitiva sob a perspectiva da Lua, voltado para a agricultura. Nem o nosso atual calendário é confiável. Inventado pelo monge Dionysius Exiguus no século sexto, calculou mal a nova contagem feita a partir do nascimento de Cristo. Nestes tempos precisos de milésimos de segundos, ironicamente estamos atrasados uns seis anos depois de Cristo.
Mas o que interessa a precisão de datas quando a gente começa a esquecer a idade que tem, além de outras coisas? E até seria muito desagradável festejar a chegada de 2013, pois o mundo aparentemente estaria mais velho. Ou estaria mais novo? Aproximando-se para o novo céu e a nova terra? (Apocalipse 21.1) E o que é o tempo quando para o Senhor um dia é como mil anos, e mil anos como um dia? (2 Pedro 3.8)
Quem sabe este erro do monge nem é um erro, mas um acerto proposital em que o Senhor do tempo mostra a sua bondade. Porque são seis anos a mais de Natal, o tempo da salvação. São seis anos que podem ser a sábia recomendação: Aproveitem todas as oportunidades que vocês têm (Efésios 5.16). Ou a confirmação dos céus: Quando chegou o tempo de Deus mostrar a sua bondade, ele atendeu o nosso pedido e nos socorreu quando chegou o dia da salvação (2 Coríntios 6.2).
Pensando assim, 2007, ou 2013, é muito bem vindo! Deixa de ser um tic tac irritante do cartão ponto de uma jornada inútil e monótona, transformando-se num tempo livre e novo. Assim, não somos mais escravos do tempo, porque, quando chegou o tempo certo, Deus enviou o seu próprio, que veio como filho de mãe humana e viveu debaixo da lei para libertar os que estavam debaixo da lei (Gálatas 4.4,5).
Marcos Schmidt
(Artigo para o jornal NH - 28.12.2006)

Artigo - Natal - Magia ou Verdade

Não adianta, o assunto é a conquista do Internacional, são os 90,7% de aumento no salário dos deputados e senadores, é o Natal. É futebol, política e religião. Do Japão gritos de vitória e orgulho colorado. De Brasília, derrota e vergonha nacional. De Belém, promessa e cumprimento divino. Não tem como escapar destes assuntos. Querendo ou não, interferem na vida de todos. É o barulho dos foguetes, é a atitude comprometedora dos parlamentares, são as festas, os presentes, o feriado. E no meio de tudo as dúvidas: O título foi merecido? O Brasil tem jeito? O nascimento de Jesus é uma lenda?
Dias atrás o assunto “Natal” cruzou o caminho de uma professora na Inglaterra. Disse para os seus alunos de 9 e 10 anos que o Papai Noel não existe. Defendeu sua posição e foi sumariamente demitida. "Nós ficamos realmente chateados, porque ainda acreditamos que ele existe", disse uma das crianças. Os pais ficaram furiosos. "Estou perturbada porque foi tirada parte da magia no Natal. Um professor não deveria ter o direito de dizer essas coisas", lamentou uma mãe desconsolada. Sem dúvida, a educadora poderia ter ficado quieta. Ou mencionado que quem não existe é Jesus, assim não estragaria o Natal e nem expulsa do colégio. Seguir, por exemplo, a recomendação de lojas nos Estados Unidos que instruem os funcionários a desejar apenas, “Boas Festas” e não “Feliz Natal”, temendo ofender os clientes que não acreditam em Cristo. A professora não foi politicamente correta e a sua história saiu em todos os jornais.
O velho Simeão também não “tinha o direito” de dizer que aquele menino tinha sido escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação. Segurando no colo o recém-nascido filho de Maria, revelou que muitas pessoas falariam contra Jesus, e assim os pensamentos secretos delas seriam conhecidos (Lucas 2.34,35). Se os líderes religiosos tivessem escutado estas coisas, José e Maria teriam que antecipar a sua fuga para o Egito. Mas, cá para nós, Simeão não queria estragar a alegria do primeiro Natal. Ao contrário, cumpria o seu papel, inspirado pelo Espírito Santo conforme narra o evangelista. Poderia ter ficado quieto, mas isto custaria a legitimidade da história natalina.
Em certas situações não existem três ou mais alternativas, apenas duas. No final do jogo era o Internacional ou o Barcelona. No reajuste dos 90,7% era o voto contra ou a favor. No colo de Simeão era a salvação ou a destruição das pessoas. Lembro aqui uma explicação do meu professor de Teologia, Otto Goerl: “Jesus está no mundo. Está nos braços de Simeão. Está no caminho de todo ser humano. Não pode ser ignorado. Não pode ser contornado. Qual rocha no meio da corrente que faz as águas se partirem – correm à direita, correm à esquerda – assim Jesus divide as pessoas, os séculos, os pensamentos, os destinos eternos. Para Deus só existem justos e injustos, crentes e descrentes, os da direita e os da esquerda no juízo final, enfim, os que encontram em Jesus o seu levantamento ou a sua ruína”.
Vitória ou derrota! Sim ou não! Fé ou descrença! O próprio aniversariante confirma: Aquele que crê em mim não é julgado; mas quem não crê já está julgado porque não crê no Filho único de Deus (João 3.18).
Natal é magia ou é verdade! É para cá ou é para lá! Pensando melhor, nem é uma questão de escolha, porque Natal é um presente dado por Deus (Efésios 2.8).
Marcos Schmidt
(Artigo para o Jornal NH)