Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Sermão Ascensão do Senhor


ASCENSÃO DO SENHOR – 2012
Textos:  Sl 47    At 1.1-11     Ef 1.15-23     Lc 24.44-53
Tema:  Os efeitos da Ascensão de Jesus nas subidas e descidas de minha vida terrena!
pastor Marcos Schmidt
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       A Ascensão de Jesus aos céus tem implicações muito importantes na tua e na minha vida. Implicações que a gente nem percebe no dia-a-dia. Eu gostaria, neste sermão de hoje, lembrar o valor deste fato bíblico – de Jesus ser levado aos céus 40 dias depois de ser ressuscitado. Não lembrar simplesmente da histórica, de um episódio que aconteceu há dois mil anos atrás. Mas avivar em nossa memória e em nosso coração os efeitos desta ação gloriosa de Jesus para a nossa vida terrena.
         Antes de tudo, é preciso perceber este detalhe: Jesus subiu com o seu corpo ressuscitado e glorioso. Subiu visivelmente. Conforme os anjos, assim “ele voltará do mesmo modo que o viram subir” (Atos 1.11).
         Muito importante este detalhe para a nossa fé na doutrina da ressurreição. Especialmente nestes tempos quando o espiritismo toma conta nesta ideia da reencarnação, da vida além da morte sem o corpo – só espírito.
         Ao subir com o seu corpo, Jesus nos diz: Cuidem do corpo de vocês enquanto estão aí na terra, porque ele foi criado e é sustentando por nós, por mim e por meu Pai. O corpo de vocês foi santificado pelo Espírito Santo, ele é templo do Espírito Santo. Um dia ele será perfeito, igual ao meu corpo glorificado. Por isto, vocês que já vivem o céu aí na terra, lembrem-se de usar o corpo de vocês como se já estivessem vivendo a vida no céu. Usem o seu corpo para me glorificar.
         Jesus não está apenas em espírito à direita de Deus, no reino glorioso dos céus. Ele está com o seu espírito e corpo. O Deus encarnado, o Deus homem, que nós recebemos misteriosamente e sacralmente na Santa Ceia, nos entrega esta mensagem importantíssima ao ser levado aos céus desta forma visível – numa manhã, creio eu, com “céu de brigadeiro”, claro e ensolarado: - “Eu sou homem, e sei exatamente o que vocês são e precisam”.
         Sem dúvida, foi uma imagem de cinema, de 3D, mas uma imagem real, com centenas de testemunhas.
         No entanto, este fato da última visão terrena de Jesus, subindo aos céus e desaparecendo entre as nuvens, não desperta grande interesse na vida dos que continuam pisando o chão deste planeta. O Natal – a descida de Jesus – é festejado e lembrado. Está na mídia, nos jornais, na televisão. Mas a subida de Jesus até entre os cristãos não tem grande destaque e impacto.
         E por quê?
         Penso que isto se deve a algo parecido ao que acontece com a ascensão do dólar, conforme escrevi no meu artigo no Jornal NH: alguns gostam, outros acham ruim, e há os indiferentes. E pelo que se percebe, os indiferentes são a maioria...
         Todos vocês devem estar acompanhado esta questão sobre a valorização do dólar. Para alguns é uma coisa boa, no caso as indústrias que exportam a exemplo do setor calçadista. Já para a importação, é uma coisa ruim, pois encarece os produtos estrangeiros.
         E para os indiferentes?
         De alguma forma ou de outra, todos nós, consumidores, cedo ou tarde sentiremos as consequências desta ascensão do dólar, boas e ruins.
         Nesta comparação com a Ascensão de Jesus, é preciso lembrar que todos serão atingidos por aquilo que Jesus foi fazer no céu.
         O apóstolo Paulo tentou dizer isto a um grupo de pessoas pagãs, na câmara municipal de Atenas (conforme Atos 17). Ele afirmou a estas pessoas que adoravam ídolos: “Deus não mora em templos feitos por seres humanos (...) É Deus quem dá vida a todos, respiração e tudo mais (...) Nele vivemos, nos movemos e existimos (...) Deus não é parecido com um ídolo de ouro, de prata ou de pedra (...) Ele manda que todas as pessoas, em todos os lugares, se arrependam dos seus pecados. Pois ele marcou o dia em que vai julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu”.
         Diz o texto mais adiante que alguns zombaram, outros não deram ouvidos, mas alguns creram.
         Estas são as mesmas reações das pessoas hoje, quando ouvem a história deste Deus que criou o mundo, que desceu a este mundo, e que subiu aos céus para governar o mundo. São três tipos: deboche, indiferença e fé.
         Penso que nenhum de nós aqui pratica este tipo de blasfêmia: debochar, zombar da Palavra de Deus. Aliás, parece que isto hoje está também em ascensão: a zombaria com as coisas de Deus.
         Em todo o caso, o perigo que nós, cristãos, enfrentamos é sermos indiferentes. Fazer como alguns diante de Paulo, quando responderam: “Em outra ocasião queremos ouvir você falar sobre este assunto” (Atos 17.32).
         É um grande perigo para aqueles que creem, porque o costume da indiferença tragicamente leva à descrença. E mais. Cristãos apáticos, que esquecem que são cristãos, estão no caminho para um dia serem zombadores da Palavra de Deus. Que Deus nos livre da indiferença...
         Ainda sobre esta comparação do dólar com Jesus, um fato nos tranquiliza: Deus não oscila, não desvaloriza, não muda. É, portanto, uma dependência boa. Já quanto ao dólar que sobe e desce, tem gente ganhando, tem gente perdendo. 

         Por isto na epístola de hoje Paulo refresca a nossa memória: “Como são maravilhosas as bênçãos que ele prometeu ao seu povo e como é grande o seu poder que age em nós, os que cremos nele. Esse poder que age em nós é a mesma força poderosa que ele usou quando ressuscitou Cristo e fez com que ele se sentasse ao seu lado direito no mundo celestial” (Efésios 1.18-20).

         Que bênçãos são estas que Deus nos prometeu? Que poder é este que age em nós? Poder que ressuscitou Jesus e o fez subir e sentar-se à direita de Deus?
         Antes de responder a estas perguntas, precisamos pensar um pouco em outro poder, no poder terreno e humano, e que tanto nos atrai e seduz. Como por exemplo, o poder desta moeda americana que é e representa o reino financeiro e político no mundo todo. Quem não gostaria de ter hoje uns dólares guardados no colchão?
         Vejam o que está acontecendo na Europa e nos Estados Unidos, nos países mais ricos do mundo? Hoje eles vivem uma crise econômica sem tamanho, bancos quebrando, empresas falindo, gente que tinha muito e agora não tem mais nada. E isto gera uma intranquilidade e traz efeitos nos quatro cantos do planeta.
         Este quadro da economia mundial é uma imagem que pode e deve ser transportada para a nossa vida pessoal. Ninguém de nós, rico, da classe média ou pobre, pode confiar plenamente  nas coisas terrenas que possui. Aqui mesmo em Novo Hamburgo, quantas empresas já faliram, quantas pessoas ricas já ficaram pobres? Muitos destes, que tinham o dinheiro como ídolo, não suportaram a falência e tiraram a própria vida, se suicidaram.
         Diante disto, respondendo a pergunta: Que poder é este que age em nós, que bênçãos são estas que Deus nos prometeu?... Na verdade, é o poder e a bênção de estarmos livres desta dependência, desta falsa confiança, destes castelos de areia, que é o dólar, o real, enfim, as coisas materiais.
         Mas alguém pode estar pensando: Espera aí pastor, o senhor mora onde?
         Sem dúvida ninguém vive sem dinheiro. Ninguém sobrevive neste mundo sem as coisas materiais. Mas é aí, exatamente aí, neste mundo onde tudo oscila e perde valor, e que dependemos de alguma forma, que o poder de Deus faz a grande diferença – um poder que nos pertence e está em nós. Nos pertence não por domínio, mas por ação.
         Falando desse poder que age em nós, antes de partir Jesus disse algo para os discípulos, e que também é para nós: “Deixo com vocês a paz. É a minha paz que lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá. Não fiquem aflitos, nem tenham medo” (João 14.27).
         Em outro momento Jesus já tinha prometido: “Ponham em primeiro lugar na sua vida o Reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará todas essas coisas” (Mateus 6.33).
         Por isto, quando os textos bíblicos nos falam de bênçãos, de poder, de paz – tudo isto está muito distante e ao mesmo tempo muito perto de nós.
         Distante porque são coisas espirituais e incompreensíveis ao nosso entendimento humano. Ou será que podemos entender o que Paulo escreve (?): “Cristo reina sobre todos os governos celestiais, autoridades, forças e poderes” (Efésios 1.21).
         No entanto, perto, porque este poder age em nós. Age em nós onde estamos no dia-a-dia. No serviço, emprego, estudo. Age em nós quando recebemos o nosso salário e pagamos as contas. Age em nós quando descansamos, nos divertimos, passeamos. Age em nós quando temos que resolver problemas na família, no casamento, nos negócios. Enfim, é um poder funcional, personalizado, customizado.
         Aliás, está na moda hoje a palavra “customizar”.
         Dias atrás, fazendo um orçamento para uns óculos multifocais, o mais sofisticado eram os óculos com lentes customizadas. Ou seja, na medida certa, conforme os meus ajustes e necessidades. Mas ficou longe do meu orçamento...
         Pois, é isto que Jesus foi fazer no céu: ele foi customizar a vida de cada um. E de graça...
         E aqui então surge o mais interessante para nós, quando festejamos a Ascensão de Jesus: o Senhor não foi embora, mas está com nós aqui neste mundo de altos e baixos, de subidas e descidas – um Deus que sempre permanece estável no seu cuidado e amor – um serviço personalizado.
         Poderíamos falar muito mais coisa sobre a Ascensão de Jesus. Mas creio que isto já é o suficiente para este momento. Que o Espírito Santo que Jesus prometeu antes de subir aos céus, e depois enviou, nos ajude nesta reflexão. Amém.