Assisti no Fantástico o caso do pai de uma aluna de 12 anos que protestou com a forma da orientação sexual. Espantou-se com os comentários da filha sobre um pênis de borracha usado na sala de aula durante a explicação da professora sobre métodos contraceptivos. "Ela ficou bastante chocada, achou esquisito. Ela conta inclusive que na sala de aula houve muita brincadeira indecente e gozação com aquele objeto”, disse o pai à reportagem.
Parabéns a este pai do interior de São Paulo, também professor, que entrou com uma representação no Ministério Público contra a Secretaria Estadual da Educação. Teve coragem em dizer “não” às imposições do Ministério da Saúde que obrigam nossos filhos a entender do jeito deles a sexualidade. Tenho uma filha de 12 anos, e não quero que ela veja um pênis de borracha ereto numa sala de aula. Minha “pré-ocupação” não é com a gravidez precoce, mas com aquilo que é gerado na mente e no coração dela. Desta forma, assim como as escolas públicas não têm o direito de impor uma específica religião aos alunos, elas também não têm licença com respeito à orientação sexual dos nossos filhos. No entanto, estamos sob uma ditadura. O Fantástico mostrou isto. A dirigente regional de ensino, a diretora do Programa Nacional contra as doenças sexuais, e o promotor da Infância e Juventude foram unânimes em dizer que este pai está errado. Mas o pai pedagogo, no final, disse tudo: “Não podemos dar uma carta de motorista para um menino de 12 anos, assim como não podemos incentivar uma criança de 10 a 15 anos a ter uma relação sexual. A relação sexual tem que ser explicada que é dentro de um contexto de compromisso mútuo”.
Neste mesmo Domingo ouvi uma palestra do Osvino Toiller num encontro de casais, e entre tantas coisas sábias, o professor disse algo que me chamou atenção: “Hoje precisamos mais desaprender do que aprender”. Não é possível nem salutar tapar os olhos, ouvidos e mente para tudo o que se ensina por aí. Então, o único jeito é desaprender. É usar “camisinha” no coração. Uma proteção essencial, sobretudo contra esta forma doentia que contamina a vida dos jovens e da sociedade, e que gera tanta desarmonia na família. Por isto a recomendação bíblica: “É preciso que o coração e a mente de vocês sejam completamente renovados. Vistam-se com a nova natureza, criada por Deus, que é parecida com a própria natureza dele e que se mostra em vida verdadeira” (Efésios 4.23,24).
Não sou contra campanhas sobre doenças sexualmente transmissíveis e AIDS. No entanto, o problema é a didática. Também não posso obrigar ninguém a aceitar meus princípios religiosos e morais. Mas creio que tem muita gente que pensa como eu penso. No Fantástico, 40% dos telespectadores telefonaram que concordavam com o pai. É isto que o governo e as escolas precisam compreender: nós, pai e mãe, temos o direito de saber o quê e como estão ensinando os nossos filhos. Mesmo que sejamos a minoria!
Marcos Schmidt
Jornal NH de 4 de dezembro de 2008