Foto panorâmica da Igreja

Foto panorâmica da Igreja

Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 22 de junho de 2006

Artigo - O Espírito da Copa

É uma coisa que a gente nem quer ouvir nestes dias apaixonantes da Copa, mas as sublimes lições surgem com as derrotas. A Alemanha sabe bem disto. Um exemplo é este Estádio de Berlin, palco da Seleção brasileira. Construído por Hitler em 1936, tinha a intenção de provar durante os jogos olímpicos que o povo da raça ariana era superior aos outros. Mas Jesse Owens, um norte-americano da raça negra, conquistou quatro medalhas de ouro. Hoje um museu na entrada principal deste estádio explica a estúpida história nazista através de vitrines espalhadas pelo estádio. Uma delas registra o local onde Hitler assistiu Owens destruir o seu sonho. O führer poderia ter aprendido ali mas seguiu adiante contaminando muita gente.
O que é melhor para o Brasil, ganhar ou perder? Vão me mandar morar na Argentina se disser que é melhor perder. Não sou louco, quero ser hexa-campeão. Tem brasileiro querendo que a Seleção do Ronaldinho Gaúcho se dane. É gente indignada contra a alienação política e social que a Copa produz. E pior que eles estão certos. No entanto, assim como não dá para misturar futebol com religião, prefiro deixar fora de campo a esperteza da política, a ganância do dinheiro, a vaidade dos jogadores e outras coisas podres que rolam no vestiário deste evento mundial. Afinal, se eu quiser ser justo em tudo, vou ter que torcer contra mim mesmo.
Mas a Copa do Mundo é um bom treino para o jogo da vida. E se o estrelismo é o grande perigo, então lá está na Bíblia a primeira história da engenharia humana em busca de um troféu: “Vamos construir uma cidade que tenha uma torre que chegue até o céu. Assim ficaremos famosos e não seremos espalhados pelo mundo inteiro” (Gênesis 11.4). O final todos conhecem, assim como o de todas as outras torres humanas. E se o texto sagrado não esconde este fato, a intenção está evidente. Ou como a própria Bíblia afirma, de que estas coisas foram escritas a fim de servirem de aviso para nós (1 Coríntios 10.11).
Na verdade, as Torres de Babel caem porque são construídas de baixo para cima. As únicas que permanecem são aqueles que são erguidas de cima para baixo. É por isto que a Torre de Pentecostes (Atos 2) permanece até hoje, porque o Espírito Santo nesta construção “produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio” (Gálatas 5.22,23). Enquanto isto, o espírito que a natureza humana produz são bem conhecidas: inimizades, brigas, ciumeiras, acessos de raiva, ambição egoísta, desunião e divisões (Gálatas 5.20). Não é por nada o conselho: “Que o Espírito de Deus, que nos deu a vida, controle também a nossa vida. Nós não devemos ser orgulhos, nem provocar ninguém, nem ter inveja uns dos outros” (Gálatas 5.25,26).
Dizem que 1 bilhão de pessoas no mundo assistiu este jogo do Brasil contra a Croácia para ver um time de craques. E todos nós de verde e amarelo e de peito estufado cantando: sou brasileiro com muito orgulho. Mas no final foi uma grande decepção mesmo ganhando. O destaque foi o goleiro Dida, parece que um dos poucos que se faz pequeno neste time de torres apesar dos seus quase dois metros de altura. Tomara que o Brasil tenha aprendido esta lição antes que seja tarde. Na verdade, uma lição que aponta bem para o meu nariz.
Marcos Schmidt