Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

sexta-feira, 23 de junho de 2006

Artigo - O Fim da Piada

O humorista Cláudio Vianna, o Bussunda, está entre os quinze milhões de pessoas que morrem todo ano por problemas do coração, um número que representa 30% do total de óbitos no mundo. Isto não é nenhuma surpresa nesta vida agitada e insalubre. O que surpreende é que Bussunda tinha dinheiro e condições para escapar deste grupo de risco em que a maioria se encontra. Outra coisa, ele morreu do coração num país que esbanja recursos. Mesmo assim a sofisticada tecnologia não conseguiu driblar este ataque fulminante. Aos 43 anos foi eliminado do jogo e impedido de seguir em frente para as oitavas-de-final.
Este é o espanto, ou a zebra. Quando morre um coitado, morre e pronto. Agora, quando gente famosa se vai, isto repercute, abala, choca. Ainda mais se é durante uma Copa, de alguém da telinha que estava lá, brincando com a vida e fazendo irreverências com tudo e com todos. Por isto agora esta reverência, respeito, e porque não dizer, temor. Afinal, com este placar acabam-se sonhos, ambições, projetos, metas. E pior, um resultado que pode acontecer no meu jogo e com maior chance. Afinal, não sou craque, dependo do SUS, não estou na Alemanha, e nem sei como andam as artérias do meu coração.
Por isto nestas horas nada adianta estar na telinha. É o que diz a Bíblia: “Ninguém se lembra para sempre dos sábios, como ninguém se lembra dos tolos. No futuro todos nós seremos esquecidos. Todos morreremos, tanto os sábios como os tolos” (Eclesiastes 2.16). Esta é a verdade, a morte transforma todos num Zé Ninguém. Porque “os seus amores, os seus ódios, as suas paixões, tudo isso morreu com eles. Nunca mais tomarão parte naquilo que acontece neste mundo (Eclesiastes 9.6). Não é assim mesmo? Quem se deu conta que ontem fez dois anos que o Brizola morreu? Bussunda foi esquecido no mesmo dia porque tinha jogo do Brasil. Coisa terrível, mas é assim mesmo porque a vida continua.
E a morte também. Por isto, quando o livro sagrado ensina que “tudo é ilusão, é como correr atrás do vento” (Eclesiastes 2.26), então aí pode estar a resposta de toda esta perplexidade. Porque depois de todo preparo e treinamento, vem o juiz e expulsa o jogador no meio da partida. E nesta hora nada valem os aplausos ou as vaias. Porque é o fim do jogo, é o fim da picada. Ou neste caso, o fim da piada. Por isto as palavras do Sábio: “Então resolvi me divertir e gozar os prazeres da vida. Mas descobri que isso também é ilusão. Cheguei a conclusão de que o riso é tolice e de que o prazer não serve para nada” (Eclesiastes 2.1,2).
Seria assim mesmo se a morte risse por último e a vida fosse uma pegadinha. Sorte nossa que existe algo sério: “Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo. Mas a verdade é que Cristo foi ressuscitado, e isso é a garantia de que os que estão mortos também serão ressuscitados” (1 Coríntios 15.19,20). E daí a vibração quando nos últimos instantes da partida surge o gol da virada: “A morte está destruída! A vitória é completa! Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?” (1 Coríntios 15.54,55). E assim, quem ri por último ri melhor.
Marcos Schmidt