Consumismo que
mata
O
desabamento da fábrica de roupas que matou mais de mil pessoas em Bangladesh não
só desmascara a ganância humana, mas escandalosamente expõe a opressão homicida
no mercado mundial. Com um salário mínimo em torno de 76 reais e condições
desumanas de trabalho, milhões de "escravos" na Índia vestem o prazer obsecado
do consumismo pelo preço da própria vida. Em tempos de escravidão oficial, Jesus
questionou no Sermão do Monte: "Por que vocês tanto se preocupam com roupas?".
Hoje o vestuário representa apenas um item na enorme lista de nossa ansiedade
consumista, sem prestarmos atenção às injustiças sociais. E neste vício,
o
planeta todo desaba sob o lema "produzir, vender, comprar, consumir, lucrar", no
enganoso sonho da felicidade.
"Vocês
querem muitas coisas", acusa Tiago na sua carta bíblica, "mas, como não podem
tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las". Nesta escalada do
mal, a corrupção e a desonestidade de empresários, governos, políticos,
sociedade em geral, têm mostrado que nada mais é confiável, nem o leite das
criancinhas. Por isto o indicativo cristão: "Não vivam como vivem as pessoas
deste mundo". Um mundo onde a raiz do mal brota do coração humano, com
resultados atuais sem precedentes. O remédio permanece: "Deixem que Deus os
transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês" (Romanos 12.2).
Não uma mudança cultural, moral, ética. Mas uma transformação espiritual em
Cristo, onde o caminho é a mente. Por isto um desafio quando a propaganda na
televisão, internet, mídia, e até por igrejas, enche a cabeça das pessoas que
bem-aventurado é aquele que compra tudo o que as indústrias produzem. Sem
dúvida, diante de tantas tragédias, a maioria gerada pela ganância, nunca foi
tão oportuno o recado do Salvador: "Prestem atenção! Tenham cuidado com todo o
tipo de avareza porque a verdadeira vida de uma pessoa não depende das coisas
que ela tem, mesmo que sejam muitas" (Lucas 12.15).
Marcos
Schmidt
pastor
luterano
fone
8162-1824
Igreja Evangélica
Luterana do Brasil
Comunidade São
Paulo, Novo Hamburgo, RS
16 de maio de
2013