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Tema: O
verdadeiro culto que agrada a Deus.
Texto: Mc 7.1-13
13º domingo
após Pentecostes (2012)
Introdução.
A.
Qual é o verdadeiro culto que agrada a Deus?
·
A pergunta acima
poderia ser também: “Qual é a pessoa que agrada a Deus?” Ou: “De quem Deus se
agrada?” “Em quem Deus tem prazer?”.
·
E isto nos leva a
outras perguntas: “De quem Deus não se agrada?” “Em quem Deus não tem prazer?”
Ou: “Quem não agrada a Deus?”.
· Podemos tornar as perguntas ainda mais pessoais: “Eu
agrado a Deus?” “Deus tem prazer em mim?” “Deus aceita a minha vida?” O que me
leva a perguntar ainda: “Deus tem prazer no meu culto?” Ainda mais: “Que culto
agrada a Deus?”.
B.
A pregação de João Batista.
Estas perguntas com certeza estavam embutidas na
pregação de João Batista quando conclamava as multidões no deserto: “Preparai o
caminho do Senhor!” Is 40.3
I. A acusação
dos fariseus e dos professores da Lei.
Os questionamentos acima também estão no meio de um
dos tantos embates entre Jesus Cristo e os fariseus e os mestres da lei. Desta
feita uma comissão de Jerusalém tinha sido enviada para a Galileia. Eles tinham
muita inveja de Jesus, pois muitos o seguiam. Queriam pegar Jesus em alguma
contradição. Para tanto eles eram bem ardilosos. Eles eram especialistas em
leis. Na ótica deles havia um grande problema com Jesus e seus discípulos.
A. A acusação
(Mc 7.1-5).
Não demorou muito para acharem ocasião
para acusação. Vendo que os discípulos de Jesus comiam sem lavar as mãos, um
lavar não só higiênico, mas também ritual de purificação, perguntam: “Mestre, por que os teus discípulos comem
sem lavar as mãos?” Parece uma pergunta justa e inocente. Mas não é. Como
Marcos explica aos seus leitores romanos, os discípulos assim estavam quebrando
as tradições dos antigos, pois havia um ritualismo muito grande sobre
purificações: quem vinha do mercado tinha que lavar tudo, pois poderia ter se
contaminado com uma comida impura; jarras e utensílios domésticos também tinham
que ser purificados.
B.
O ritualismo hoje.
Há costumes e costumes. Eles são
adiáforas, nem ordenados e nem proibidos. Quando nos ajudam a elevar os
pensamentos a Deus, a primeira opção é usá-los e não jogá-los fora. Daí a dizer
que um culto sem eles não é culto, é maldade. Se, por exemplo, o pastor
“esquece” o Pai Nosso ou outra parte litúrgica comentar: “Hoje não teve culto!”
É um exagero. Vale lembrar que, se o ritual se torna letra morta, talvez o
problema não seja o ritual, mas a compreensão da pessoa. Temos que atentar para
a essência do ritual.
II.
A palavra de Jesus.
A.
Resposta (Mc 7.6-8)
Diante das fraquezas e incompreensões
Jesus tinha muita paciência. Mas quando identificava má vontade, cegueira,
incredulidade e hipocrisia, então ele era duro e direto.
Como resposta a eles Jesus cita o
profeta Isaías: “Este povo honra-me com
os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram ensinando
doutrinas que são preceitos de homens.” Cuidam do cumprimento exterior de
leis, muitas vezes meras tradições humanas apenas.
Assim também hoje, quando se coloca leis
humanas ao lado da Lei divina, está se incorrendo no mesmo erro.
O problema do ser humano, de cada um de
nós, começa no coração. Somos pecaminosos por natureza. Depois da discussão com
estes líderes, Jesus disse em casa, em Cafarnaum, aos seus discípulos: “Não é o que entra pela boca que suja o
homem, mas o que sai. Porque é de dentro, do coração, que vem os maus
pensamentos, a imoralidade sexual, os roubos, os crimes de morte, os
adultérios, a avareza, as maldades, as mentiras, as imoralidades, a inveja, a
calúnia, o orgulho e o falar e agir sem pensar nas consequências.” Mc 7.20-22.
O que Jesus quer mesmo é coração
arrependido de seus pecados e que confia nos méritos por ele conquistados na
cruz como pagamento por nossos pecados. Ser justo diante de Deus não depende do
cumprimento de regras, mas da aceitação do sacrifício de Jesus.
B.
Contra-ataque (Mc 7.9-13)
Tendo feito calar seus detratores, agora
Jesus parte para a ofensiva. Usa de sarcasmo com eles. Aponta para a
incoerência deles dizendo: “Se vocês
prometeram algo para Deus e veem seus pais em necessidade, dizem: ‘eu não posso
ajudá-los por causa da promessa a Deus’.” Ora, promessas assim eram
voluntárias, não tinham ordem de Deus. Mas amar o pai e a mãe tem ordem de Deus
no Quarto Mandamento. Logo, eles não cumpriam um mandamento de Deus por causa
de uma promessa às vezes impensada. Em Pv
28.24 está escrito: “Quem acha que
roubar de seu pai ou de sua mãe não é pecado é pior que um ladrão comum.” O
verdadeiro culto a Deus se desenvolve no amor ao próximo. Jesus estabelece a
real escala de valores.
Este amor também deve estar presente
entre marido e esposa, a exemplo do que acontece entre Cristo e a Igreja. Ef 5.22-33
E este amor se estende a todas as
pessoas, aos inimigos também.
Conclusão
Qual é o verdadeiro culto a Deus? Arrependimento, fé e
amor. Isto acontece em primeiro lugar no coração. Mas não fica aí. Parte para o
louvor de lábios (culto) e vivência do amor ao próximo (dia a dia). Deus
Espírito Santo nos assista. Amém.
Rev. Edgar
Züge.