Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Sermão 2º Domingo após Pentecostes


2º Domingo após Pentecostes, 10.06.2012
Autor: Edgar Züge
Tema: “Anseio por perdão”

Texto: Salmo 130



Introdução.
A. Anseio por novidades.
É natural ansiar por algo. É natural ansiarmos por novidades. Ao entrarmos na igreja também podemos ter este sentimento. O professor Raul Blum escreveu interessante artigo no Mensageiro Luterano de junho deste ano neste sentido. Geralmente queremos novidades. Diz ele que em cada culto há novidades: Leituras bíblicas diferentes, hinos diferentes.

B. O mesmo, sim; mesmice, não.
O que permanece igual é o evangelho. Às vezes há diferença entre o que queremos e o que realmente precisamos. Queremos diferentes formas de adorar. Isto pode ser feito. Há espaço para o dito tradicional e para o jeito mais contemporâneo. Mas quem muito anseia por mudanças constantes jamais ficará satisfeito. Se atentarmos demais para o continente, não daremos a devida atenção para o conteúdo, o que de fato interessa. A forma sempre deve estar a serviço do conteúdo.
E qual é o conteúdo? É o que a palavra de Deus nos apresenta mais uma vez no dia de hoje, com destaque para o  Salmo 130.

C. Introdução e títulos do Salmo 130.
Salmo de penitência: Este Salmo é o 6º dos 7 salmos de penitência, na ordem: 6; 32; 38; 51; 102; 130; 143. O pecador não pode chegar ao templo de Deus sem arrependimento, sem pedir perdão ao Deus que é cheio de misericórdia e graça. Por isso na liturgia sempre consta como primeira parte principal a Confissão e  Absolvição dos pecados.
Salmo “paulino”: Lutero o chamou de salmo “paulino”, pois até parece ser um hino predileto de Paulo, uma vez que o tema aparece muito em suas cartas, a penitência.
Salmo de peregrinação: Mas também é um salmo de peregrinação, como aparece no título em hebraico. Entoado durante as romarias para Jerusalém, para o templo.
Títulos dos tradutores: Os principais que aparecem são de duas ênfases: a) Das profundezas, apontando para o pedido de perdão; b) Oração pedindo ajuda, que também está no texto, mas sempre lembrando que a ajuda principal é o perdão, a salvação.


I. Como o perdão é conseguido


A. O ser humano quer se esquivar de um encontro com Deus.
Em Gn 3.8-15 temos o relato da confrontação de Deus com Adão e Eva logo depois da primeira desobediência destes. Quando Deus veio ao encontro deles, trataram logo de se esconder. Quando Deus pergunta: “onde estás?”, desviam o assunto não respondendo onde estão, mas o que estavam fazendo. Quando Deus pergunta se tinham comido o fruto proibido, também não respondem mas começam a jogar a culpa um no outro: Adão joga a culpa em Eva e esta joga a culpa na cobra. Deus dá um castigo temporal específico a cada um como consequência imediata, mas surpreende com uma nova possibilidade de vida.

B. Deus promete perdão e salvação.
Surpreendentemente Deus não cumpre a ameaça inicial de castigo eterno a quem desobedecesse, mas contrapõe uma oportunidade de perdão e salvação através de uma estranha proposição: O descendente da mulher seria ferido no calcanhar e a cabeça da serpente seria atingida em cheio, na cabeça (um golpe mortal e definitivo). Gn 3.15

C. Como o perdão é conseguido (vv.1-4).

Adonai. O nome mais comum do Antigo Testamento para Deus é Javé, Senhor. Mas aqui consta “Adonai”, “meu Senhor”, é o inferior se apresentando diante do superior.
vv. 1 e 2: Diante da majestade de Deus o humilde e arrependido faz sua confiante súplica por ajuda por causa do seu grande mal, o pecado. É o pedido reiterado por alguém que está afundado, atolado, à beira do desespero.
v. 3: As nações todas são pecadoras e o salmista também se inclui. Aqui está a verdadeira natureza do problema do ser humano, que é diferente de depressão, saudades do lar, ou perseguição: O verdadeiro problema é o pecado que se manifesta nas mais diversas formas de desamor, levando à “culpa”.
v. 4: Temos aqui a expressão de sua fé, da confiança irrestrita “a fim de que sejas temido.” É excluído o pedido de perdão meramente formal, rotineiro. Não há medo no verdadeiro temor. Há confiança, adoração e serviço. Caso contrário, fugiríamos do Senhor.
“O sincero arrependimento inclui o reconhecimento da imensidade de nossos delitos, o que necessariamente nos faz temer a Deus; e a fé na existência do perdão completo, que tira do temor o medo, mas faz, reverentemente, respeitar o Deus misericordioso e assim consolar-se.”
Na certeza do perdão de Deus estamos consolados, até mesmo quando perdura o sofrimento, pois este já não pode ser castigo, já que “o castigo que nos trás a paz estava sobre Ele”. Is 53.5


II. A atitude do autor perdoado e seu conselho a Israel

A. O salmista aguarda a ajuda do Senhor (vv. 5 e 6).
O salmista aguarda pela ajuda do Senhor porque sabe que Suas promessas são fiéis. Às vezes a noite parece ser longa, mas a aurora rompe a escuridão. Isto não é triste resignação, é fé.
Cada vez que me deparo com este versículo lembro dos tempos de quartel, no 19º BIMtz, de São Leopoldo, em 1975. O “segundo quarto” da guarda, das 4 às 6 da madrugada, era o mais terrível. Como ansiava pelo romper da manhã! Assim o salmista aguarda a salvação do Senhor!
Esta esperança sobre assuntos espirituais é a mesma quanto a assuntos temporais. Eles não são mutuamente excludentes, mas complementares. Evidente que, quanto aos temporais, devemos dizer sempre: “Seja feita a Tua vontade.”  A vontade de Deus tem seu fim último em nossa salvação. Claro que entre as duas vem em primeiro lugar a bênção espiritual.
Nas páginas amarelas de Veja da última semana há uma entrevista muito interessante com Silas Malafaia. Só senti falta de uma coisa. Não há nenhuma palavra sobre arrependimento, perdão e salvação eterna. Só sobre a “vida abundante” que um evangélico tem aqui e agora. Só falta o principal. Isto sem falar que falsas esperanças são apresentadas.
Mas a ajuda de Deus é integral pois as pessoas são um todo, corpo e alma.

B. O salmista exorta Israel a ter a mesma atitude (vv.7, 8).
Israel não exclui Judá. Trata-se de todo povo de Deus. Hoje é a igreja, você e eu. É o povo dos crentes, dos fiéis. Todo Israel, de todos os tempos, é exortado a se aproximar do trono da graça de Deus, com toda humildade e confiança, pois só Nele há “copiosa redenção”, isto é, seu amor perdoador é derramado como cachoeira abundante.
“Onde abundou o  pecado, superabundou a graça”, escreve o apóstolo Paulo. Pela fé somos redimidos não só da raiz do problema que é o pecado, mas também de todas as suas conseqüências, castigo, morte e inferno.



Conclusão

A. Uma advertência.
Infelizmente há um jeito de não usufruir destas bênçãos. Pela incredulidade, pela falta de fé. No evangelho de hoje, em Mc 3.20-30, Jesus advertiu severamente os que blasfemavam contra Deus dizendo que Ele, Jesus, agia em nome do maioral dos demônios.
Jesus adverte a que não pequemos contra o Espírito Santo. Uma vez que é o Espírito Santo que opera e mantém a fé, expulsá-lo ou rejeitá-lo por vida ímpia e incredulidade é o mesmo que rumar voluntariamente para a eterna condenação. É uma advertência muito dura, mas só motivada pelo maior amor que existe, daquele que deu sua vida por nós na cruz, onde pagou por todas as nossas culpas.

B. Uma orientação.
A salvação pelo perdão dos pecados (e só assim há salvação) tem que ser divulgada. É o que Paulo preconiza na epístola de hoje: “As Escrituras Sagradas dizem: ‘Eu cri e por isso falei.’ Pois assim nós, que temos a mesma fé em Deus, também falamos porque cremos.”   2 Co 4.13.
Somos instados a testemunhar a nossa fé. Isto fazemos com palavras e atitudes nos nossos relacionamentos, diretos e virtuais nestes tempos internéticos. E por ofertas e orações vamos onde nossos lábios e cliques do mouse ou toques na tela não alcançam.

C. Um consolo.
Não poderíamos deixar de olhar o versículo seguinte de Paulo: “Pois sabemos que Deus, que ressuscitou o Senhor Jesus, também nos ressuscitará com Ele e nos levará, junto com vocês, até a presença dele.”  2 Co 4.14.
O que nos aguarda “nenhum olho viu e nenhum ouvido ouviu”, mas “a glória nunca irá cessar!”, como entoamos com o autor sacro de “Acordai, os guardas chamam.” Amém.




S O L I    D E O    G L O R I A !