Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Artigo - Piada sem graça

Um adesivo com letras bem destacadas no vidro traseiro de um carro provoca a atenção nas ruas de Novo Hamburgo: “Corno! Ou você foi, ou é ou será”. Uma brincadeira de tremendo mal gosto e que pode complicar a vida deste motorista. Adesivos, frases em pára-choque e piadas sobre este tipo de assunto têm bastante por aí. Como aquela propaganda de cerveja em que o noivo prometia fidelidade diante do altar na condição de ela permanecer sempre gostosa, igual a cerveja que ele bebia. O comercial de televisão até podia ser muito engraçado, mas lembra algo extremamente sério quando a fidelidade conjugal virou motivo de piada. Se a honestidade nos negócios e na política está caindo mais que o dólar, pode ser reflexo de uma situação no próprio namoro e casamento com pouco tempo de validade igual aos presentes deste 12 de junho. Afinal, a infidelidade começa em casa.
Houve tempo em que o namoro durava mais, tudo na intenção de um possível compromisso sério. Encontros românticos na casa da moça até certo horário, diálogos na sala ou no portão da casa, abraços e beijos recatados, sempre com planos para o futuro. Era o respeito, coisa que hoje não existe mais. Isto agora é motivo de deboche para esta juventude que não namora, mas “fica”, logicamente prevenidos com camisinha no bolso. Aliás, uma cartilha do Ministério da Saúde e da Educação com dicas sobre beijo, sedução, masturbação e saúde, seria distribuída neste ano para 400 mil estudantes de 13 a 19 anos de todo o Brasil. Máquinas de camisinha, igual às de refrigerante, devem ser colocadas nas escolas públicas em 2008. Para a saúde do corpo uma ótima idéia, mas, e para a saúde do casamento?
Piada ou coisa séria, todos estamos sendo vítimas de uma propaganda enganosa, que vende a idéia que feliz é aquele que experimenta e troca. É a doença do consumismo pela novidade, do test drive com tudo o que se tem direito, do tira-gosto destes produtos novos oferecidos nos supermercados. É preciso experimentar para descobrir se é isto mesmo que se quer. Caso não deu certo, não ficou no gosto desejado, então o negócio é seguir adiante, porque o que não falta é “produto” na praça.
Vinícius de Moraes, no poema Soneto da Fidelidade, fala sobre o amor e defende esta idéia presente nos paraísos tropicais: "Que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure". Mas que conversa é esta? Infinito enquanto dure? Isto que é uma grande piada. Melhor mesmo é ouvir o poema do apóstolo que diz tudo aquilo que um homem e uma mulher necessitam para um namoro feliz: Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso. Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor é eterno (1 Coríntios 13.4-8).
Evidente que o nosso amor está muito longe de tudo isto. Mas existe uma fórmula. Caso contrário, o mesmo apóstolo não escreveria: Marido, ame e entregue a vida a sua mulher assim como Cristo amou a igreja e deu a sua vida por ela. Esposa, ame e respeite o seu marido (Efésios 5). A fórmula é o próprio amor de Cristo, divulgada num esquema bem simples: Nós amamos porque Deus nos amou primeiro (1 João 4.19).
Na verdade, se este país fosse sério e a coisa levada ao pé da letra, o presidente do Senado estaria condenado por seu adultério, conforme o artigo 240 do Código Penal. Mas isto é uma piada. Enquanto isto, é melhor rir para não perder o amigo. Ou o marido, a mulher, os filhos, a família...
Marcos Schmidt
Artigo Jornal NH de 7 de junho de 2007