Foto panorâmica da Igreja

Foto panorâmica da Igreja

Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Artigo - A canga do casamento

Um milionário sul-coreano recebeu mais de 200 propostas de homens dispostos a se casar com sua filha descrita como "um tanto gorda e de baixa estatura". Uma situação ridícula divulgada nos jornais desta semana, mas, pensando bem, que indica o caminho inverso de grande parte dos casamentos. Com o tempo todos ficam “gordos e baixos”, e muitas propostas indecorosas são feitas para manter o contrato firmado.
O Dia dos Namorados se foi assim como se vai o próprio namoro no casamento. É que a paixão tem um breve tempo de validade. Então, como manter a união conjugal depois que homem e mulher descem das nuvens? Quando fios de cabelo aparecem na pia, meias pelo chão, tudo somado aos defeitos que o amor cego não enxergou? Muitos se separam e casam de novo, mas depois encontram as mesmas dificuldades. E de reboque todo o estresse do primeiro casamento. A idéia de encontrar a pessoa certa até pode ser verdadeira, mas em qualquer lugar lá estará alguém nos seguindo: nós mesmos. É claro, tem gente infiel, egoísta, intratável, e muitos se casam com tipos assim. Mas, se cada um olhar bem de perto no espelho, os defeitos são perceptíveis, e às vezes só o casamento para explodirem como num vulcão.
A própria palavra “cônjuge” quer lembrar o essencial: “debaixo do mesmo jugo”. E jugo é aquela canga de madeira colocada no pescoço dos animais que puxam a carroça. Casamento é um peso, um serviço, um compromisso, e que precisa ser compartilhado. Caso contrário, a carroça não anda.
Parece que foi isto que selou um dos casamentos mais longos, o de Percy Arrowsmith com Florence. Os 80 anos de matrimônio foram festejados na Inglaterra em 2005 com a presença da própria rainha. Se conheceram numa igreja onde ele cantava no coro e ela dava aula de catecismo. Segundo o casal, três coisas os mantiveram unidos: não esticaram uma discussão, beijaram-se com freqüência e deram as mãos antes de dormir. Pode até ser uma coisa muito boba, mas assim como a maioria das separações acontece por pequenos detalhes, é através de coisas insignificantes e bobas que uma união permanece sólida.
Pode ter sido este o problema no casamento do príncipe Charles e Diana. Na liturgia de casamento, eles pediram que o sacerdote anglicano excluísse o texto bíblico de Efésios, capítulo 5. Foi um detalhe simples, mas que comprometeu e arruinou esta e tantas outras relações conjugais. “Esposa, respeite o seu marido, como você respeita o Senhor. Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo amou a igreja”. Na verdade, a primeira coisa que o homem necessita é admiração e respeito, e a primeira coisa que a mulher quer é afeição e carinho. Isto qualquer terapeuta confirma, e é isto que o texto sagrado está dizendo. Coisas bobas do dia-a-dia - aquelas que praticamos quando estamos apaixonados - mas essenciais até que a morte separe.
Percebo que o atual casamento enfrenta três implacáveis inimigos: a propaganda da imoralidade, a doença do consumismo e a agenda super carregada. Li numa revista secular que são 10 coisas que podem fazer o casamento ir por água abaixo: não compartilhar as tarefas domésticas, cair na rotina, ter ambientes diferentes, muitas contas, viver pensando no trabalho, ciúme, um não querer filhos, egoísmo, ela ter um trabalho melhor que o dele (machismo), e a falta de comunicação. Na verdade, coisas que todos já sabem, mas que não é levado a sério. Coisas que no final de tudo apontam para aquela paixão de Deus que carregou o jugo do pecado na infame cruz e abençoou também o casamento.
Marcos Schmidt
Artigo Jornal NH – 14 de junho de 2007