A dívida dos mensaleiros
O ministro do Supremo Tribunal
Federal, Gilmar Mendes, afirmou que a campanha das doações para pagar a dívida
dos condenados do Mensalão sabotam e ridicularizam a execução da pena. O
ministro também levanta suspeitas sobre a origem do dinheiro arrecadado. Como aconteceu nas campanhas anteriores
que ajudaram três condenados, as atuais doações para José Dirceu pretendem
levantar R$ 971.128,92, valor da multa. No entanto, segundo Mendes, a
Constituição ordena que o cumprimento da pena é individual e
intransferível.
E
agora, quem tem razão? É justo que os mensaleiros condenados recebam de outros
aquilo que eles próprios devem pagar? O assunto é polêmico, envolve questões
políticas, jurídicas, éticas, morais. Sem entrar no mérito da questão, isto
lembra outro tema controverso, este no campo religioso. Aliás, é preciso dizer
que a única religião que afirma que a justiça divina é feita sem que o condenado
pague pelo crime que cometeu, é a cristã. Todas as outras crenças pregam
exatamente o que o ministro do STF defende: o cumprimento da pena é individual e
intransferível.
A Bíblia afirma
que Deus mudou a lógica e promoveu uma doação, uma vaquinha. O termo exato é
bode expiatório (Levítico 9). Ao explicar esses sacrifícios do Antigo
Testamento, o livro de Hebreus lembra que tudo isto simbolizava Cristo Jesus,
"oferecido uma só vez em sacrifício , para tirar os pecados de muitas pessoas"
(9.28). O apóstolo Paulo complementa que foi desta forma que "Deus perdoou todos
os nossos pecados e anulou a conta da nossa dívida, com os seus regulamentos que
nós éramos obrigados a obedecer. Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz"
(Colossenses 2.13,14).
Loucura! (1
Coríntios 1.18). Esta é a palavra bíblica para expressar a anulação do débito
espiritual na conta dos seres humanos, "que parece ser a fraqueza de Deus"
(1.25). Mas, com uma ressalva: o réu precisa reconhecer o erro para que o perdão
seja individual e transferível.
pastor
luterano
fone
8162-1824
Igreja Evangélica
Luterana do Brasil
Comunidade São
Paulo, Novo Hamburgo, RS
20 de fevereiro de
2014