O Pai
e os pais
Deus é comparado
com muitas coisas na Bíblia: patrão, dono de plantação, pastor de ovelhas, luz,
sol, fogo, etc. São metáforas, símbolos. No entanto, apesar de ser comparado com
um pai, Deus é Pai em pessoa. Deus não é mãe mesmo quando é igual a uma mãe.
Assim, não existe o Deus Pai, Mãe, Filho e Espírito Santo. Isto é uma ideia do
politicamente correto, mas teologicamente errada. Da mesma forma, Deus não é Pai
porque somos pais. Nós somos pais porque Ele é Pai. É uma questão de ordem na
igreja e na família.
Assim é
preciso deixar Deus ser Pai. É preciso deixar o homem ser pai. O psicanalista
francês Charles Melman numa edição da Veja avisou: “Pela primeira vez na
história a instituição familiar está desaparecendo e as consequências são
imprevisíveis”. Segundo Melman, a ausência paterna no lar é a principal causa
deste declínio. Para o psicanalista brasileiro Rubens de Aguiar Maciel, o pai é
uma figura fundamental no papel e na sua função que tem para a personalidade da
criança: “O papel de pai é mais normativo, tem a ver com as obrigações morais
que ele deve ter diante de sua família. A função é algo mais profundo, diz
respeito ao mundo interno da criança, à sua personalidade, seu lado emocional".
Por isto os dados do Censo do IBGE 2010 preocupam quando afirmam que a
quantidade de núcleos familiares no Brasil que seguem o modelo tradicional, pai
mãe e filhos, representa menos da metade. Os números do Censo Escolar de 2009 já
diziam que 5 milhões de estudantes não têm paternidade reconhecida na certidão
de nascimento.
Evidentemente que não basta ser um
pai presente. Têm pais que estão juntos e matam os filhos. Por isto a ordem do
Pai dos pais: “Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles
fiquem irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os
ensinamentos cristãos” (Efésios 6.4).
Marcos
Schmidt
pastor
luterano
Igreja Evangélica
Luterana do Brasil
Comunidade São
Paulo, Novo Hamburgo, RS
9 de agosto de
2012