Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sermão 3º domingo após Pentecostes


3º domingo após Pentecostes

Texto: Mc 4.26-34

Tema: Deus dá o crescimento!

26. E dizia: Assim o Reino de Deus é como um homem lançando a semente sobre a terra.

27. e dormindo e acordando, noite e dia, e a semente germina e cresce não sabendo ele como.

28. por si mesma a terra frutifica, primeiro erva, depois espiga, depois espiga cheia de grãos.

29. E quando o fruto deixar, logo envia a foice, porque chegou a colheita.

30. E dizia: Como compararemos o reino de Deus ou em que parábola poremos o mesmo?

31. Como grão de mostarda, que quando semeado sobre a terra, sendo a menor de todas as sementes sobre a terra,

32. e quando for semeado, cresce e se faz maior que todas as hortaliças e faz grandes ramos, a ponto de poderem sob a sombra dela os pássaros do céu se aninhar.

33. E com muitas tais parábolas falava a eles a palavra conforme podiam ouvir;

34. e sem parábola não falava a eles, mas em particular aos próprios discípulos explicava todas as coisas.

Meus irmãos em Cristo Jesus.

  Esta parábola comparativa que Jesus contou ao povo que o estava seguindo, para nós é de difícil entendimento, visto que há um distanciamento cultural de quase dois mil anos, daquelas pessoas que ouviram a Jesus e nós nestes dias.
  Numa primeira olhada sobre este texto parece que Jesus está dando uma aula de agricultura, já que trata de sementes e de crescimento dos grãos, colheita. Mas é muito mais do que isso. Precisamos pensar de que maneira aqueles ouvintes compreenderam a mensagem, embora Jesus dissesse a verdade através das parábolas, Ele explicava melhor o significado destas estórias de maneira particular aos discípulos. A estes estudos particulares de Jesus nós não temos acesso, então precisamos ouvir o que Cristo disse e da qual temos registros e aprender o que podemos.
  Primeiro precisamos saber sobre o que Jesus está falando nesta parábola: está claro no texto que o assunto é o reino de Deus, e sabemos também que este reino de Deus não é aquele que virá na segunda vinda de Cristo, este é o reino da glória. O reino de Deus também não é somente a sua igreja neste mundo, os seus seguidores, aqueles que creem em Cristo como seu salvador.
  O reino de Deus poderíamos comparar como um círculo maior onde o círculo da igreja se encontra. O reino da qual Jesus trata é a totalidade de sua obra e do seu amor pelo ser humano. É a parte invisível da sua obra salvadora. Esta nós não temos como medir, calcular, nem imaginar o seu tamanho e nem mesmo de que maneira ela cresce. Pois ela se manifesta em momentos que não temos controle. Por exemplo, uma pessoa que durante muitos anos viveu afastada de Cristo, dando mais importância para si mesma e para o que possui, quando se vê acometida de uma doença grave, uma hora ou outra vai voltar a orar a Deus pedindo a sua ajuda. É a semente plantada crescendo, sem nós sabermos como.

   A igreja é a parte visível do reino de Deus, somos todos nós, os que creem em Cristo e que se reconhecem como pecadores e necessitados da misericórdia de Deus e desta forma recebem os benefícios do que Cristo fez por nós.
  Então quem é o homem que lança as sementes sobre a terra?
  Todo aquele que leva a palavra de Deus para as pessoas que ainda não conhecem a Jesus, que ama o seu semelhante não importando quem seja, este é o semeador. Não importa se o semeador é o pastor ou o membro da igreja, não importa quem irá regar a semente, a missão da igreja é anunciar a obra salvadora de Cristo.
  Duas coisas diferentes é o crescimento do reino de Deus e o crescimento da igreja.    Um não podemos medir, nem saber como cresce, a outra usamos meios para medir o seu crescimento, a estatística. Neste ponto devemos olhar agora para as nossas ações. Todos os anos as igrejas devem realizar o seu planejamento anual, e um dos quesitos que constam no planejamento é a taxa de crescimento. Quantos por centoqueremos crescer em número de membros até 2014, por exemplo. Há uma busca por fazer novos membros. O projeto de missão sempre contém números a serem atingidos, a estatística de eficácia da missão se mede em quantos membros entraram na igreja com as ações de evangelização. E se não atingimos o objetivo proposto saímos à caça as bruxas, tentando achar o culpado quando não crescemos, quando nos mantendo estagnados ou com uma redução na quantidade de membros da congregação.
  Esta parábola deixa absolutamente claro que o trabalho da igreja é semear, o resto é Deus quem faz dentro do reino de Deus. O semeador vai dormir e acordar, passa noite e dia e sem saber como, aquela semente nasce e se desenvolve. Mas tudo tem o seu tempo certo de acontecer, e esse tempo só mesmo Deus conhece.
É importante termos estatísticas para podermos medir nosso trabalho, saber quantos somos, conhecer o que podemos fazer para manter e até desenvolver novas frentes de trabalho missionário, mas não devemos nos ater somente aos números, já que a terra onde semeamos pode haver muitos espinhos, pedras e outros empecilhos para que a semente germine. Devemos nos empenhar em amar o nosso próximo, que é uma forma de evangelização. Amar não só aquele que está mais próximo (cônjuge e filhos), mas até mesmo aqueles que não teríamos coragem de chegar perto.
  Muitas pessoas que estão no fundo do poço, seja por causa de vícios ou por causa de erros cometidos, precisam de uma mão que os ajude, no entanto, elas não esperam receber ajuda, já que são consideradas marginalizadas, colocadas à margem da sociedade.
  Se alguém lhes estender uma mão, com amor incondicional, elas terão uma chance de sair do poço, e muitas agarram esta chance. É um pequeno milagre acontecendo dentro do reino de Deus. É a palavra chegando até aquela pessoa, uma semente sendo plantada.
  Em muitas igrejas, colocam-se todas as forças em tentar fazer membros novos para a comunidade e muitas vezes é esquecido de regar a planta que já está crescida, evitando que ela possa ser abafada por ervas daninhas e acabe por fim morrendo.
  Fazer missão é importante, sem dúvida. Precisamos levar a todos a mensagem da   salvação, pois o tempo da colheita está chegando cada dia mais próximo e o ceifeiro vem aí para colher o que semeamos e regamos, mas não podemos esquecer dos que já estão dentro do reino de Deus.
  O importante de tudo é saber que o crescimento da igreja e do reino de Deus está nas mãos de Deus, e isto tem se realizado todos os dias. Mesmo que muitas vezes não vejamos os resultados imediatos desta ação de Deus, ela vem. Pois conforme a comparação feita por Cristo do reino de Deus e o grão de mostarda nos mostra exatamente isto.
  A palavra pregada, anunciada pode parecer ínfima, muito pequenina, insignificante até, muitas vezes desprezada pelos homens que gostam mais de filosofia e da sabedoria humana, mas quando esta palavra florescer e crescer se tornará enorme.
  Somente a força da palavra de Deus é capaz de mudar os corações e as mentes dos homens. E a forma como Deus faz a transformação do homem é algo que não conseguimos compreender. O princípio da transformação nós conhecemos, é com o ensino da palavra. Assim como diz Paulo:  E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2Co 5.17 ARA)
  Vejam com quantos discípulos Jesus começou a sua missão: doze. E destes doze quantas pessoas no mundo se tornaram cristãos por causa da mensagem que tiveram a coragem de anunciar?
  Em algum momento eles se preocuparam com a quantidade de pessoas que eram convertidas? Não, mas ficavam felizes quando havia grandes conversões, pois era a palavra de Deus que estava dando o crescimento ao reino de Deus. O que mais importava para eles era a mudança que estava acontecendo em seus corações e mentes, uma nova criatura estava sendo formada através da ação do Espírito Santo naquelas pessoas.
  É claro que muitas pessoas que ouviram a mensagem do Evangelho não creram, da mesma maneira que hoje, embora preguemos insistentemente a palavra de Deus, muitos não creem no Evangelho.
  Nossa tarefa nos dias atuais é muito mais difícil, há um apelo maior da sensualidade, da ganância pelo dinheiro e poder, um culto à sabedoria humana e o assédio de seitas que mostram que a salvação depende do homem e não de Cristo. Nota-se isto nas novelas, onde o espiritismo é exaltado e o cristianismo é humilhado, deturpado. Estas coisas atrapalham a nossa ação em frente de missão, mas não deve ser motivo de desestímulo. Devemos lembrar as palavras ditas por Cristo aos seus primeiros discípulos quando os tirou do seu trabalho e os convidou a segui-lo, Cristo disse: Não temas, eu os farei pescadores de homens.
  Nisto está a nossa segurança, não importa onde vamos semear as sementes de mostarda, não importa em que tipo de solo esta semente irá cair, não importa quanto tempo o cristão irá dedicar ao trabalho de semear, Deus estará sempre no controle de todas as nossas ações. E é somente Deus quem dará o crescimento a estas sementes.
  Confiemos em Deus, na certeza de que o Evangelho proclamado nunca volta vazio. 

Estudante Marcos Augusto dos Santos