Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Sermão 2º Domingo de Páscoa


2º domingo de Páscoa, 12, 14 e 16 de abril de 2012
Tema: Jesus age
Texto: Jo 20.21-23

Introdução
Boni, famoso por criar o “padrão Globo de qualidade”, ao lançar em Porto Alegre seu livro autobiográfico, disse hoje na RBS-TV, afiliada da própria Globo em POA, que “tratar com pessoas é tratar com emoções”.
Absolutamente certo. As emoções humanas são dos mais diversos tipos, passando da extrema tristeza à extrema alegria, da raiva à tolerância, etc. Mas uma das emoções mais significativas é a culpa, muitas vezes infundada. Mas quando tem fundamento, é algo terrível.
            Não sei quais os seus sentimentos, suas emoções, positivas ou negativas, que estão em sua mente hoje. Disse alguém que a maioria dos nossos problemas não são tão grandes assim, problemas mesmo são as emoções que eles provocam, a forma como reagimos aos problemas. De qualquer forma, sempre lidamos com emoções, sobretudo quando tem a ver com culpa.

A. Jesus age concedendo paz aos angustiados

  1. Os Discípulos. Vejam o caso deles depois da morte de seu amado Mestre. Estão angustiados, com medo de seus inimigos, com os mais diversos tipos de sentimento, provavelmente de culpa também. Por quê? Pedro negara por três vezes que conhecia a Jesus; com exceção de Pedro e João, todos tinham fugido quando Jesus foi preso.
  2. Nós. Como esposos, pais, trabalhadores, cidadãos nem sempre somos o que deveríamos ser. Como crentes não somos tão dinâmicos na vivência e testemunho de nossa fé. Culpas reais ou imaginárias nos perseguem. E como ficamos?
  3. Confissão dos pecados. Quando o sentimento é de culpa, a solução começa com a confissão, o reconhecimento do erro. Aliás, nunca é demais lembrar que por natureza já nascemos em pecado. Isto está latente nos crentes também. Os erros diários são “amostras grátis” desta situação. A epístola de hoje, 1 Jo 1.1-2.2 nos incentiva a confessar para que Deus nos perdoe.
  4. A Ressurreição de Cristo. Ela foi atestada das mais diversas formas, passando pela aparição aos confusos, amedrontados e culpados discípulos. Jesus aparece “do nada” por assim dizer. Não tem nenhuma palavra de recriminação (só uma semana depois recrimina Tomé por sua descrença). As palavras que Jesus tem para eles e para nós são de conforto, perdão, aceitação, alegria e esperança: “Que a paz esteja com vocês!” Paz é o equivalente do hebraico Shalom, a primeira e usual saudação entre os judeus. Significa tudo de bom, toda sorte de bênçãos, espirituais e materiais. Jesus dissera antes que “não a dava como o mundo a dá” (Jo 14.27). A paz do mundo, relativa tranquilidade, ausência de guerra, pode até existir, mas paz verdadeira, total, integradora e duradoura, só a paz de Cristo, com o perdão dos pecados. Esta paz foi conquistada com seu sofrimento e morte na cruz por nós. Esta é  “a minha paz”, no dizer de Jesus. Paz em meio aos conflitos. Tudo isso é garantido pela gloriosa ressurreição que garante que Deus Pai aceitou o sacrifício como suficiente e, de quebra, que também vamos ressuscitar.

B. Jesus age enviando os pacificados

A resposta de amor para com todo este amor de Jesus Cristo é muito dinâmica. Estes agem com louvor, amor ao próximo e testemunho.
  1. Louvor. O Salmo deste dia, 148, é maravilhoso. Em três partes distintas fala do louvor a Deus: (a) vv. 1-6, os céus louvam; (b) vv.7-12, a terra e as criaturas louvam; (c) vv. 13-14, os seres humanos louvam. No Apocalipse há grandes cantos de adoração e louvor ao Cordeiro de Deus nestes termos. Os discípulos glorificaram a Deus e nós somos instados a louvarmos a Deus pela grandiosa salvação.
  2. Atos de amor. Somos os promotores do bem estar, da harmonia e paz entre os irmãos. At 4.32-37 fala desta vida de amor entre os irmãos, dando inclusive o exemplo de Barnabé, natural de Chipre, “aquele que Consolava” os irmãos. Isto servia de testemunho do amor de Cristo ao mundo. Tal vida deve estar entre nós também. Não somos apenas chamados a crermos, mas a vivermos a fé. Não somos apenas assistentes de um espetáculo de vez em quando, mas chamados a tocarmos na orquestra de sopro de Deus.
  3. Testemunho. Temos aqui três ênfases de Jesus: o envio, a capacitação e o método. (a) O Envio: “Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.” Temos aqui a Grande Comissão. Os apóstolos deveriam ser agora os agentes de Cristo, seus embaixadores. Tal comissão foi repetida num monte na Galiléia (Mt 28.18-20) e no Monte das Oliveiras, por ocasião da Ascensão de Jesus (Lc 24; At 1). É a missão da igreja ainda hoje. Ela não está aqui como um fim em si mesmo, mas com o meio de atingir o fim, a saber, a salvação de milhares e milhares. (b) A Capacitação: “Depois soprou sobre eles e disse: Recebam o Espírito Santo.”  Este Espírito eles sempre tiveram, pois a fé é operada pelo Espírito Santo. Mas agora receberiam mais dons para que a evangelização efetivamente pudesse acontecer. No Pentecoste haveria um derramamento todo especial do Espírito Santo. Seus dons devem ser pedidos por nós também. (c) O Método: O que eles deveriam fazer? Anunciar e praticar o perdão dos pecados, pois “onde há perdão dos pecados, há também vida e salvação.” (Lutero). Disse Jesus: “Se vocês perdoarem os pecados de alguém, esses pecados são perdoados; mas, se não perdoarem, eles não são perdoados.” Isto é o Ofício das Chaves, de Mt 18, dado a Pedro e aos seus colegas. Que fique claro: não só a Pedro, mas também a todo crente individualmente e à igreja como um todo. De público os ministros, em nome da igreja, o aplicam. Em particular cada cristão pode e deve fazê-lo.

Conclusão

         Que o Espírito Santo, que nos leva a crer na verdadeira paz, nos assista em nossa missão de “mensageiros da paz”. Amém.




Rev. Edgar Züge
Novo Hamburgo, 12 de abril de 2012.
edgarzuge@yahoo.com.br