Amanhã o Jornal NH festeja cinquenta anos. Cinquenta é a minha idade e cinco são os anos que escrevo neste jornal. Na média, são cinquenta artigos que escrevo por ano. Cinquenta é um número redondo, que marca um tempo de convicções, de vida estável. Ou de morte e incertezas. Michael Jackson morreu aos cinquenta. É tempo de vida ou de morte. É a idade de Brasília que brinca de política. Quem sabe seja por isto a idade da boneca Barbie. São também as bodas de ouro da Bossa Nova, da carreira artística de Roberto Carlos. São tantas emoções...
Dizem que é a meia idade. Mas não é verdade já que poucos chegam aos cem. “Meia idade é quando você pára de criticar os mais velhos e começa a criticar os mais novos”, disse um desconhecido. Enquanto isso, para o poeta francês, Victor Hugo, “quarenta anos é a velhice dos jovens; cinquenta anos é a juventude dos velhos”. Uma juventude de cabeça feita que pega no volante para uma viagem mais tranqüila. "Elimine a experiência e o bom senso dos homens de mais de cinquenta anos”, advertiu Henry Ford, “e não sobrará bastante experiência ou bom senso para governar o mundo." Quem sabe foi por isto que o Lula, 64 anos, parou de fumar depois de cinquenta anos. Lá no Oriente Médio onde qualquer faísca pode atear fogo, valeu o sacrifício do nosso presidente, que tenta com a sua experiência sindical apaziguar um conflito de cinco décadas entre judeus e palestinos.
Por isso, dependendo de atitudes, cinqüenta anos ainda podem ser recuperados. Algo parecido com uma história nos Estados Unidos. Dias atrás um funcionário de supermercado encontrou um relógio numa lata de lixo e notou que havia a inscrição "John Iwanacki", com a data 1922-1957 e a assinatura de Henry Ford, no objeto. Procurou na lista telefônica e localizou o nome de Bill Iwanacki, neto do proprietário do relógio. Iwanacki disse que o objeto foi um presente de aposentadoria da "Ford Motor" para seu avô e tinha sido roubado na casa da família em 1959.
Na Bíblia, cinquenta lembra o Pentecostes – festa religiosa da colheita – sete semanas após a Páscoa judaica (Êxodo 23.16). Foi neste dia que o Espírito Santo desceu sobre os discípulos de Jesus (Atos 2) e impulsionou-os na tarefa de lançar a semente do Evangelho para a colheita da nova vida com Deus. Assim este número lembra um monte de coisa boa, porque “o Espírito de Deus produz o amor, a alegria, a paz, a paciência, a delicadeza, a bondade, a fidelidade, a humildade e o domínio próprio” (Gálatas 5.22,23).
Pois se o Jornal NH, nestas cinco décadas, cumpre importante função informando as notícias boas e as ruins com imparcialidade, parabéns ao Grupo Sinos por sua abertura ao segmento religioso, também ao “evangelho” de Cristo – que aliás, significa “boa notícia”. Parabéns pelos cinqüenta, e que Deus continue abençoando a todos deste Jornal.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 18 de março de 2010