Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Artigo - Chamados para fora

A palavra “igreja” vem do grego e literalmente significa “chamados para fora” ou “reunião”. Mas, falar “igreja” em certas situações é “falar grego” mesmo. Isto porque cada um entende do seu jeito. E com razão. A própria divisão do cristianimo gera este desentendimento e escandaliza. Por isto, o melhor caminho nestas horas é traduzir, ou seja, é ir lá na origem e esmiuçar a essência. Creio que este ciclo de palestras sobre a vida e obra do apóstolo Paulo, promovida pelo Serviço Ecumênico de Novo Hamburgo nesta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, ajuda bastante. Afinal, mesmo escrevendo em grego as cartas do Novo Testamento, o apóstolo não complica o significado de “igreja”. E isto num tempo quando já havia divisões entre os cristãos. Aliás, o registro bíblico nunca escondeu o lado humano da igreja, mesmo quando este livro sagrado é lido pelas pessoas “de dentro” – os descrentes (lembram que igreja significa “os chamados para fora”?).
Um interessante texto paulino sobre “igreja” está na epístola aos Efésios. “Sejam sempre humildes, bem educados e pacientes, suportando uns aos outros com amor”, lembra o apóstolo. “Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá. Há um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança, para a qual Deus chamou vocês. Há um só Senhor, uma só fé e um só batismo. E há somente um Deus e Pai de todos, que é o Senhor de todos, que age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4.2-6). Parece que Paulo “copia” a famosa oração de Jesus pela unidade dos cristãos: “E peço que todos sejam um. E assim como tu, meu Pai, estás unido comigo, e eu estou unido contigo, que todos os que crerem também estejam unidos a nós para que o mundo creia que tu me enviaste” (João 17.21).
O ideal para a unidade dos cristãos seria a junção do cristianismo numa única denominação religiosa. Católicos, evangélicos, ortodoxos, pentecostais, todos juntos com a mesma placa de identificação – como foi lá no início. Mas isto nunca vai acontecer, e por razões evidentes. Só na vinda do Pastor quando todas as ovelhas serão reunidas num só rebanho (João 10.16). Mas então, porque orar pela unidade? Bom, daí é preciso enxergar a igreja na essência. E já que ela não é um monte de tijolo e cimento, não é uma construção humana nem uma organização terrena, mas pessoas que têm o mesmo Salvador, podemos sem nenhuma hipocrisia pedir o que Jesus pediu. E fazer o possível para isto acontecer.
Neste domingo é festejado pelos cristãos o Pentecostes – a descida do Espírito Santo sobre os discípulos (Atos 2). Um episódio inverso da Torre de Babel – onde a confusão das línguas dividiu e espalhou a raça humana. Naquele dia os discípulos receberam poder para falar o Evangelho em outros dialetos, e três mil pessoas de outras nações se tornaram cristãs. Voltaram para casa com o “vírus” gerando uma pandemia, neste caso para a vida. Babel caiu porque foi uma construção de baixo para cima. A igreja do Pentecostes até hoje existe e chama para fora da confusão porque vem de cima.
Marcos Schmidt
Jornal NH de 28 de maio de 2009