O famoso pregador norte-americano, David Wilkerson, já advertia sua nação sobre um possível holocausto econômico. No sermão “O bezerro de ouro da América está despencando”, junho de 1998, lembra que não se trata de “papo apocalíptico de um pregador consternado”, mas de fatos. Fatos que ele mesmo apontava: 43 milhões de americanos são investidores fortes da bolsa, dois trilhões de dólares vinculados a investimentos individuais - pessoas que deixaram o seu emprego para ficar em casa e controlar seus movimentos através do computador. Ora, não é preciso ser profeta para prever o pior nesta globalizada jogatina do mercado. O que acontece na terra do Tio Sam tem explicação lógica: ganância. Exemplos não faltam na vida de nações, empresas, pessoas, que cresceram espantosamente da noite para o dia, mas depois ruíram. Uma lição que serve para todos, ricos e pobres. Afinal, o segredo para a estabilidade financeira permanece o mesmo, e é bíblico: O homem bom terá uma herança para deixar para os seus netos, mas a riqueza dos pecadores ficará para as pessoas honestas (Provérbios 13.22).
Maria nunca escutou falar em especulação financeira, mas já profetizava: “Deus derruba dos seus tronos reis poderosos” (Lucas 1.52). E Lutero nem era analista econômico, mas interpretou sabiamente a canção da mãe do Messias: “Assim vemos em todos os compêndios de História e na própria experiência, como Deus enaltece um reino e derruba o outro (...) Não destrói a razão, a sabedoria e o direito, pois é preciso haver razão, sabedoria e direito para que o mundo possa subsistir. Mas destrói a soberba e os soberbos, que usam estes belos dons de Deus em proveito próprio, gozam seus benefícios, não temem a Deus e perseguem com eles os piedosos e o direito divino” (Martinho Lutero - Obras Selecionadas, volume 6, página 65).
Bezerros de ouro são fundidos aos pés de incontáveis montes, também aqui neste país da desigualdade social. Obcecados pelo deus dos cifrões, milhões de brasileiros se aventuram na especulação do mercado, em filas de agências loterias, e até em consagradas poltronas de igrejas, no sonho americano (agora pesadelo) de uma gorda conta bancária, casa com piscina e carros na garagem. Ter riquezas não é pecado, o problema é a ganância e os meios para subir na pirâmide. O rei Davi alertou: Ainda que as suas riquezas aumentem, não confiem nelas (Salmo 62.10). Por isto a sua oração: Não me deixes ficar nem rico nem pobre. Porque se tiver mais do que o necessário, poderei dizer que não preciso de ti. E, se eu ficar pobre, poderei roubar e assim envergonharei o teu nome (Provérbios 30.8,9).
Neste planeta de gente insensata onde riquezas e governos não duram mais que um sonho (Provérbios 27.24), Jesus aponta na direção onde está o investimento sólido e sustentável: o Reino de Deus em primeiro lugar no coração (Mateus 6.33).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 25 de setembro de 2008