Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Artigo - Novela e gerúndio

- “Isto já virou novela”. É o que a gente diz quando algo na vida real embroma, não sai do lugar. Por exemplo, uma manchete de tempos atrás dizia: “Escândalo Renan Calheiros já virou novela”. Pior que deste tipo de “enrolação” a gente não consegue escapar. Mas, e as novelas novelas mesmo? Tipo Paraíso Tropical? Santa paciência! Eu já não agüentava mais “quem matou Tais” nas rodas de conversa. Não entendo tamanha audiência com global falta de criatividade destes autores que utilizam sempre os mesmos enredos.
Criatividade foi o que não faltou nesta semana para o governador do Distrito Federal ao tomar a decisão de acabar com as novelas nos órgãos do seu governo. O Decreto nº 28.314 surpreendeu ao demitir os “gerúndios” por desculpa de "ineficiência". De todos os decretos nos últimos tempos, este merece o nosso apreço. O homem deveria ser escolhido para a Academia de Letras. O tal gerúndio é um tempo verbal formado pelo sufixo "ndo" que indica continuidade de uma ação, como, por exemplo, “vou estar providenciando” em vez de “vou providenciar”. Sem perceber - como ligar imediatamente a TV quando se chega em casa - o gerundismo virou mania que muitos estão adquirindo, desculpe, que muitos adquiriram.
Por conta disto, a pergunta deveria ter sido: “Quem está matando Taís?”. E a resposta: o gerundismo. Ou então, a embromação, a ineficiência, a falta de criatividade. Sim, porque a televisão e as novelas estão nos emburrecendo, digo, nos emburrece. Não é isto que diz uma pesquisa? Que boa parte dos jovens brasileiros do ensino fundamental não entende o que lê, mas só entende o que ouve? Tempos atrás foi dito que o analfabetismo funcional atinge 2/3 da população brasileira – pessoas que têm dificuldade de entender o que lêem. Falta de leitura mesmo. Mas existe uma outra situação segundo especialistas: “Um fenômeno intelectual de um tempo em que o texto praticamente sucumbiu ao recurso visual e, principalmente, à imagem da televisão”.
Ao tratar sobre certas “novelas” da época, Paulo recomendou maturidade e interação na história do Filho de Deus, para não acontecer o analfabetismo funcional na vida cristã. Diz o texto: Então não seremos mais como crianças, arrastados pelas ondas e empurrados por qualquer vento de ensinamentos de pessoas falsas (Efésios 4.14). Nesta epístola bíblica o apóstolo adverte o cristão que, em vez de viver e praticar a fé, se acomoda na poltrona do gerúndio como desculpa da sua ineficiência nas obras do amor. A carta tem endereço de entrega: Que a vida de vocês seja dominada pelo amor, assim como Cristo nos amou e deu a sua vida por nós (Efésios 5.2). Por isto, a fim de dar um nó nesta burocracia do reino de Deus, Tiago decreta: Que adianta alguém dizer que tem fé se ela não vier acompanhada de ações. A fé assim é uma coisa morta (Tiago 2.14,17).
Então, gerundismo e fé sem obras são crias da mesma mãe, que no fim tudo vira novela. E neste caso, a pergunta no ar é: Quem matou a fé?
Marcos Schmidt
Jornal NH – 04 de outubro de 2007