No futuro não haverá mais a figura tradicional de pai e mãe, nem casamento fiel e monogâmico. Quem afirma é a famosa psicanalista carioca Regina Navarro Lins que festeja o sucesso da 6ª edição do seu livro “A cama da Varanda”. - Daqui a um tempo poderemos ter um parceiro fixo, outro bom para viajar, outro ótimo para o sexo, diz esta senhora casada pela terceira vez. Segundo ela, as tendências também apontam para um ser humano “andrógeno” quando não existirá diferença entre o gênero masculino e feminino. Com isto, as escolhas amorosas se darão mais pelas características de personalidade do que pelo fato de ser homem ou mulher. É o que chamam de bissexualidade.
Não li nenhum de seus livros, apenas alguns artigos pela internet depois de acompanhar uma entrevista com esta sexóloga num encarte de jornal. Fiquei de boca-aberta quando ela desmerece a fidelidade conjugal, afirmando que a idéia de fazer sexo somente com uma pessoa de cada vez é uma construção cultural que causa sofrimentos desnecessários. Ninguém gosta de usar a mesma roupa todo dia, há vontade de variar também na cama e fora dela, defende esta mãe e avó.
Contrapondo tais idéias hedonistas, a antropóloga Miriam Goldenberg diz que tudo isto pode ser uma tendência, mas para um grupo. - Ter um parceiro para cada coisa parece levar a uma ilusão. Já o psicólogo Sócrates Nolasca lembra que “se você sente que a felicidade está associada à liberdade de escolha, a vida adulta diz que se investe naquilo que escolheu”.
De fato, qualquer especialista sério sabe que os prejuízos deste amor livre, que identificam de poliamor, swing, recaem nos filhos. Não é por nada que crianças de tal ambiente abarrotam o consultório e o bolso dos terapeutas e que a delinqüência juvenil virou praga. Ninguém mais quer pagar os custos da responsabilidade, do sacrifício, do amor. Nem na família, nem na política, nem na sociedade.
As idéias impressas desta profetiza do sexo têm nome: pornografia. E são levianas, quando diz que “existem casamentos bons, mesmo no molde tradicional da fidelidade, mas são exceções. Não podemos discutir idéias com base em exceções”. Perguntada sobre como sabe que são exceções, ela responde que nos seus 34 anos de consultório e de experiências com o público, percebe que a imensa maioria dos casamentos é sofrível e não tem prazer sexual. Pois, coitados dos que procuram atendimento desta terapeuta que prega um amor egoísta e perverso.
Nos meus 25 anos de aconselhamento pastoral e 15 de casamento, posso constatar que a felicidade é filha da fidelidade. Por isto a recomendação: Que o casamento seja respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro. Deus julgará os imorais e os que cometem adultério (Hebreus 13.4).
No meio de tantas incertezas, podemos ficar tranqüilos: no futuro ainda existirá o verdadeiro amor, igual àquele que disse: Eu não vim para ser servido, mas para servir (Marcos 10.45).
Marcos Schmidt
Jornal NH - 2 de agosto de 2007
Jornal NH - 2 de agosto de 2007