Se agora é “Navalha”, então chegou a hora de cortar fundo e diminuir a impunidade. Nenhum espanto neste país de jeitinhos e esquemas que fazem desaparecer o dinheiro dos impostos - quantia suficiente para livrar o país do terrível caos social. Mas quero falar de outra navalha, aquela que está nas mãos do Espírito Santo (Efésios 6.17), que é viva e poderosa e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois lados, que vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga os desejos e pensamentos do coração delas (Hebreus 4.12). Se nestes tempos a mentira ficou com a perna mais curta, tudo graças a tecnologia de câmeras e escutas telefônicas, isto nunca foi novidade desde os tempos bíblicos, em que não há nada que se possa esconder daquele que sabe e vê tudo (Hebreus 4.13).
Tal esquema de corrupção desvendado pela polícia era chefiado pelo dono de uma construtora. Para favorecer a sua empresa, oferecia-se dinheiro, presentes e vantagens a servidores públicos. Em troca, estes garantiam a liberação de dinheiro público para obras superfaturas ou inexistentes da empresa. Na verdade, um esquema sempre usado desde em prefeituras até órgãos federais. Este jeito ganancioso de roubar dinheiro que deveria garantir vida melhor para toda a sociedade, lembra os desvios dos dons repartidos por Deus às pessoas. Para alertar contra este tipo de corrupção, o apóstolo recomendou: Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por meio de uma completa mudança da mente de vocês. Usemos os nossos diferentes dons de acordo com a graça que Deus nos deu (Romanos 12.2,6).
Por isto, tem tudo a ver o próximo domingo quando cristãos lembram o Deus da santa navalha, um poderoso vento que derruba a corrupção, um fogo do céu que purifica a podridão (Atos 2.2,3). Se dez dias atrás foi a subida do Filho de Deus, neste é a descida do Santo Espírito, o Deus da verdade (João 14.16), que para o bem de todos distribui dons (1 Coríntios 12.7) a fim de estas pessoas vivam a mordomia no serviço do amor (1 Coríntios 13) e não “na mordomia” de uma vida de sanguessuga.
É tudo o que mundo precisa quando a mentira toma conta. Referindo-se ao poder desta navalha que elimina um antigo esquema, o apóstolo orienta: Quem roubava não roube mais, mas comece a trabalhar a fim de viver honestamente e poder ajudar os pobres. Não entristeçam o Espírito Santo (Efésios 4.28,30).
Mas é preciso reconhecer que a corrupção está no coração de todos, ou como diz a Bíblia, todos mentem e enganam sem parar (Romanos 3.13). Mesmo aqueles que foram operados por este bisturi divino e receberam um novo coração (Ezequiel 36.26,27) ainda carregam o espírito do jeitinho e da malandragem (Romanos 7.18). Por isto, falando sobre a vida dominada pelo Espírito Santo, o apóstolo recomenda: Não vivam como manda a natureza humana, mas como o Espírito de Deus quer (Romanos 8.9).
O grande problema político do Brasil é a impunidade. Aqueles que governam, fazem as leis e julgam, usam o poder para encher a própria barriga e deixam o povo morrer na miséria. Isto pertence a história humana, e enquanto existir mundo, vai ser uma eterna briga. Mas existe o Pentecostes. Ou como prometeu Jesus: Quando o Auxiliador vier, ele convencerá as pessoas do mundo de que elas têm uma idéia errada a respeito do pecado e do que é direito e justo e também do julgamento de Deus (João 16.8).
Marcos Schmidt
Jornal NH de 24 de maio de 2007
Jornal NH de 24 de maio de 2007
