Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Artigo - Palavras de festim

Enquanto as balas que deveriam ser de festim foram de verdade na simulação policial em Rondonópolis, em Brasília acontece o inverso com as palavras. E neste caso, a simulação é por conta da maioria dos detentores do poder que brincam com coisa séria. Sobre as denúncias contra Renan Calheiros, quem engana a esposa carrega todas as chances de fazer igual na vida pública. Por que ele seria fiel com os bens da nação se foi infiel nas promessas que fez para a sua mulher? É o calvário a que ele mesmo se referiu. Mas, se a mentira tem vida curta e a verdade vive para sempre (Provérbios 12.19), nestas horas é preciso tomar todo o cuidado e não colocar toda a farinha no mesmo saco.
O que está faltando mesmo é vergonha na cara para esta gente que ganha a vida explorando sem dó nem piedade os pobres e os necessitados (Provérbios 30.14). No Japão o ministro da Agricultura e seu subordinado se suicidaram porque não agüentaram o vexame da corrupção. Na China um funcionário público foi condenado à morte por aceitar suborno e faltar com seu dever. Ainda bem que estamos no Brasil, este país da solidariedade e do corporativismo nas falcatruas. Mas tudo tem limite, porque quando os honestos governam, o povo se alegra; mas quando os maus dominam, o povo reclama (Provérbios 29.2). Ninguém agüenta mais ladrão de colarinho branco preso e logo depois solto e impune. Não tem lugar para tanta sujeira debaixo do tapete. Mas isto não é de hoje: Os juízes desonestos se vendem por dinheiro e por isso são injustos nas suas sentenças. É errado favorecer alguém no tribunal, mas alguns juízes fazem isso até por pouco dinheiro (Provérbios 17.23 e 28.21).
O pior mesmo é trabalhar 146 dias do ano e receber pouca coisa em troca. Mas isto também é assunto nas Escrituras: Quando o governo é justo, o país tem segurança; mas quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça (Provérbios 29.4); A sanguessuga tem duas filhas, e as duas filhas de chamam: Me dá! Me dá! (Provérbios 30.15). Para os governantes daquele tempo o recado veio do profeta: Vocês exploram os pobres e cobram impostos injustos das suas colheitas. Vocês maltratam as pessoas honestas. Procurem fazer o que é certo e não o que é errado, para que vocês vivam (Amós 5.11,12,14).
No meio de tanta corrupção, é bom nunca esquecer que a honestidade livra o homem correto, mas o desonesto é apanhado na armadilha da sua própria ganância (Provérbios 11.6); A riqueza que é fácil de ganhar é fácil de perder; quando mais difícil for para ganhar, mais você terá (Provérbios 13.11); Quem procura ficar rico por meios desonestos põe a sua família em dificuldades; quem odeia o suborno viverá mais (Provérbios 15.27).
Vejam como é fácil escrever quando o assunto é corrupção. É só copiar da Bíblia. O difícil mesmo é escapar das balas verdadeiras do juízo de Deus. Pois lá do céu Deus olha para a humanidade a fim de ver se existe alguém que tenha juízo. Todos caíram, se desviando assim do caminho certo, e são igualmente corruptos (Salmo 53.2,3). Foi por isto que Deus não simulou a morte de seu Filho. Ao contrário, já sabendo que a bala não era de festim, ofereceu Cristo como sacrifício para as pessoas receberem o perdão dos pecados e para mostrar que ele é justo (Romanos 3.25,26).
Situação bem diferente na política deste país onde tudo indica ser uma grande simulação. Por isto, que as palavras continuem sendo de festim porque se forem de verdade, muita gente pode ser atingida. O que não deixa de ser a única saída.
Marcos Schmidt
Jornal NH – 31 de maio de 2007