Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Artigo - Crianças no buraco

Fiquei chocado quando vi a foto no jornal, a de um bebê sendo resgatado vivo de dentro de uma cova. A própria mãe havia enterrado o filho recém-nascido. Isto aconteceu na última segunda-feira no interior do Paraná. Apenas com a cabeça para fora e ainda com restos da placenta, o bebê sobreviveu apesar de permanecer 24 horas debaixo da terra.
Isto já se tornou comum, relatos sobre pais que matam ou tentam matar seus filhos. Evidentemente, coisa de gente louca que precisa de tratamento. Apesar de que tem muita gente boa da cabeça mas ruim do coração, que não pensa duas vezes antes de eliminar os próprios filhos. É o caso dos milhares de abortos praticados por gente “de bem”, que não titubeia em acabar com o intruso que se alojou no ventre - como se fosse um verme que se despacha com vermífugo.
A questão vai mais longe quando se pensa em outros “buracos”. Nesta semana, educadores, psicólogos e especialistas estiveram reunidos em Porto Alegre para discutir os efeitos da erotização infantil. O grupo, liderado pelo juiz da Infância e Juventude, Leoberto Brancher, faz uma campanha de alerta às famílias. O juiz adverte que existem coisas que passam despercebidas na sala de estar onde a TV está ligada, ou mesmo nos videogames e Internet, mas corrompem silenciosamente a formação e o desenvolvimento do caráter das crianças. Explica que as principais causas da gravidez, do sexo precoce e da brutalidade entre os jovens, é por culpa dos apelos eróticos e violentos que chegam às crianças.
- “Precisamos fazer com que o mundo adulto se posicione”, conclama Brancher. O movimento pede que os pais iniciem a conversa sobre o tema com os filhos nesta Semana das Crianças.
É óbvio que o problema das crianças são os adultos, começando pelos de casa. E se a recomendação é o diálogo, aí a situação complica. Jesus disse que quando um cego guia o outro, os dois acabam caindo num buraco” (Mateus 15.14). Este é o resultado numa sociedade doente que perdeu o controle, o amor e o entendimento com as crianças - pais e mães perdidos despencando com seus filhos na cova da amargura. Alertando sobre a responsabilidade com as crianças, Jesus adverte aqueles que fazem maldades contra elas: “De fato foi a mim que fizeram” (Mateus 25.40). Com justa indignação, sublinha que os agressores das crianças deveriam ser jogados no mar com uma grande pedra amarrada no pescoço (Marcos 9.42). Estupidamente, se a mais valiosa herança de Deus está senda enterrada, isto é natural nesta humanidade que jogou o próprio Criador na cova da descrença. Na parábola dos talentos (Mateus 25.14-30), Jesus fala das nossas responsabilidades. Um dos empregados recebeu 100 moedas e no lugar de usá-las, enterrou-as. - “Você deveria ter depositado meu dinheiro no banco, e, quando eu voltasse, o receberia com juros”, disse o patrão ao irresponsável. Pensando bem, esta mãe que enterrou vivo o seu filho é tão doida como esta sociedade consumista que soterra os pequenos com presentes, mas esquece que os filhos são um presente de Deus (Salmo 127.3). Neste dia das crianças, a súplica vem daquele que também saiu vivo do buraco: Deixem que a crianças venham a mim (Marcos 10.14).
Marcos Schmidt
(artigo para o Jonral NH - para dia 12 de outubro de 2006)