Mesmo sem todo aquele entusiasmo, este é o melhor jeito – o voto. E pensando bem, é o jeito daquele que disse: decidam hoje a quem vão servir, se é a mim ou aos outros deuses (Josué 24.15). Esta liberdade de escolher vem do Rei dos reis que não deixa de fazer propaganda eleitoral na Bíblia, sublinhando: Eu sempre cumpro as minhas promessas (Josué 21.45). Sem dúvida, é muito melhor assim, poder decidir. É complicado, dá trabalho, mas onde não existe liberdade com responsabilidade, direitos com deveres, a vida perde a graça.
No entanto, com voto ou sem voto, não existe nenhuma autoridade aqui em baixo sem a permissão lá de cima (Romanos 13.1). Por piores que sejam, governos são uma instituição divina, e imprescindíveis diante da situação corrupta do ser humano. O que seria de nós sem qualquer direção no lar, na empresa, na escola, na igreja, no país? Se soubéssemos respeitar os direitos dos outros, cumprindo a segunda tábua dos Dez Mandamentos, não haveria necessidade de qualquer tipo de autoridade. Através do poder público, Deus protege a família, a vida, a propriedade, a honra e a reputação do povo, preservando a ordem e a disciplina. Por isto recomenda o apóstolo: assim você deve obedecer às autoridades, não somente por causa do castigo de Deus, mas por uma questão de boa consciência (Romanos 13.5).
Desta forma, percebe-se o significado deste 1º de outubro: o voto é divino. Por tabela Deus faz a seleção, primeiro passando a bola para nós e depois concluindo o lance com aqueles que estão na área de ataque. É assim que funciona a democracia - um jogo onde todos participam, onde o gol é o feliz resultado na vida de todos.
Sem dúvida, com a devida distinção entre igreja e política, cabe especialmente aos cristãos interesse e comprometimento neste assunto. Afinal, somente um lugar com ordem e justiça oferece condições para o grande propósito de Deus, de todos terem a vida verdadeira e conhecer a verdade (1 Timóteo 2.4). A injustiça, a fome, a guerra, a ignorância, a desobediência, a imoralidade, a violência, enfim, o caos na sociedade, além de desagradar o Criador, atrapalha a sublime tarefa da igreja, que é preparar o povo de Deus para o serviço da evangelização (Efésios 4.12). Por isto a lembrança: Orem pelos reis e por todos os que têm autoridade, para que possamos viver uma vida calma e pacífica, com todo o respeito a Deus e agindo corretamente (1 Timóteo 2.2). Neste próximo domingo a recomendação pode ser esta: orem pelos eleitores.
Marcos Schmidt (artigo para o jornal NH - 28/09/2006)
