Foto panorâmica da Igreja

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Evangelho de Lucas 20.27-40

Explicação do teólogo Gerson Linden sobre o Evangelho de Lucas 20.27-40, texto bíblico do culto desta segunda semana de novembro.


Mordomia da Oferta Cristã

Mordomia da Oferta Cristã

sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Artigo - Horário Eleitoral

Tempos atrás certo repórter fez uma matéria de jornal sobre as igrejas que mais crescem no Brasil. Entrou num templo em Porto Alegre e descreveu parte da pregação do pastor que prometia prosperidade: “Quem não faz a sua oferta não acredita em Deus. Quem faz a sua oferta, pode ser R$ 100, R$ 50, R$ 10, vai ser compensado. Quanto melhor a oferta, mais o Senhor Deus vai recompensar”. Conforme a reportagem, sete coisas identificam estas igrejas que crescem de maneira espantosa: elas se organizam igual a uma empresa adotando um marketing religioso; usam os meios de comunicação; aproveitam a situação da crise social e econômica com promessas de solução; identificam e combatem as desgraças na vida das pessoas com rituais de exorcismo; prometem riquezas na terra; fortalecem os fiéis com pregação de otimismo; e realizam rituais diferentes e emocionais que levam as pessoas ao êxtase de alegria ou tristeza.
Se prestarmos atenção, vamos ver que estes pregadores usam os mesmos truques que certos políticos. Aliás, este tipo de malandragem está por toda parte, na religião, na política, no mercado. Para conseguir dinheiro fácil, poder e prestígio, usam algo em comum: a lábia. Assim, não existe diferença certos programas religiosos entre tantas propagandas políticas. Com a maior cara de pau prometem coisas que nunca vão cumprir. Sabem que estão mentindo, mas para eles os fins justificam os meios. E o povo acredita porque está desesperado, aflito, perdido. Ou porque a verdade ainda não chegou até o seu coração...
Alertando contra os charlatães da época, o apóstolo já dizia: “Não acreditem em todos os que dizem que têm o Espírito de Deus. Ponham à prova essas pessoas para saber se o espírito que elas têm vem mesmo de Deus, pois muitos falsos profetas já se espalharam por toda parte” (1 João 4.1). Se naquele tempo já era difícil descobrir o “espírito” nas pessoas, imaginem hoje, com tanto recurso técnico, maquiagem e treinamento. No caso dos candidatos a cargos públicos, muitas vezes só descobrimos quando já conseguiram o nosso voto. Mas, e no caso dos pregadores religiosos? Como saber se este ou aquele fala a verdade e tem boas intenções? Sem dúvida, mais complicado que no horário da propaganda eleitoral.
Mas, como diz o ditado, “quem procura acha”. E se tal insistência estiver numa religião de denominação cristã, então é evidente que as verdades precisam sair da Bíblia. E daí é fundamental ler ou conhecer este livro. Não existe outro caminho. Caso contrário, é impossível “por à prova” aqueles que explicam e interpretam este livro. E pior, estaremos cegamente nas mãos deles, o que é muito perigoso no meio de tanta gente esperta. E quando falam que a Bíblia é um livro complicado e tudo nela é uma questão de interpretação, aqui pode estar a primeira propaganda enganosa. Afinal, se a própria Escritura diz que “é assim que saberemos quem pertence à verdade de Deus” (1 João 3.19), então este “assim” está lá mesmo. Basta caminhar pelas páginas deste livro para descobrir que Cristo deu a sua vida por nós e nós agora podemos dar a nossa vida pelos outros (1 João 3.16). É o fio da meada...
Nesta época de tantas palavras e promessas, tenho receio que as minhas estejam igualmente desacreditadas. O melhor então é fazer mais e falar menos. Caso contrário, a “minha Bíblia” pode ser um blá blá blá igual a muita propaganda política.
Marcos Schmidt