Não é fácil ser cristão. Além de fazer gols, ganhar a partida, também é preciso jogar bonito. Afinal, tem muita gente olhando. Dependendo da torcida, existe preconceito, inveja, maldade. E daí vêm as piadinhas, os sarros, os comentários. Mas isto é normal, afinal, ser cristão não é comodamente participar de uma igreja – o que é bem interessante quando junto com a Seleção do Faustão tem a Seleção do Cristão. Igreja também não é lugar de “santinho” porque todo mundo pisa na bola, é pecador. Mas é uma tática bastante usada para esconder uma vida sacana, tipo estes malandros que caem no chão e simulam falta. Mas hoje, com as câmeras e a leitura labial pegando tudo, ninguém escapa.
Na verdade, ser cristão é complicado. Estou pensando naqueles que jogam limpo, honram a camiseta do seu time, pensam na equipe. Estes são os verdadeiros craques da bola. Kaká demonstra ser um deles. Numa entrevista que deu para o Jornal Terra, na Internet, este famoso jogador não tem vergonha de dizer que a Bíblia é o seu livro de cabeceira. Fiz um apanhado de algumas declarações dele, testemunho que serve de exemplo especialmente para os jovens que se inspiram em gente famosa.
Terra: Qual foi o último texto bíblico que você leu nas últimas horas?
Kaká: Eu li Salmos. Li Romanos 7. O capítulo inteiro. Estou sempre lendo a Bíblia.
Terra - E isso lhe ajuda muito?
Kaká - Muito. A Bíblia para mim é fundamental.
Terra - Você tem um exemplo para dar?
Kaká - São vários exemplos, tem muita coisa. Hoje eu li um Salmo que fala que o Senhor dá a conhecer a intimidade dele àqueles que o buscam. Para mim, mexeu muito. Imagina você conhecer a intimidade de Deus, deve ser uma coisa tremenda. Você ser íntimo de Deus, ser amigo. Isso foi uma coisa que hoje mexeu comigo.
Terra - Como é a relação com os jogadores da Seleção? Respeitosa?
Kaká - Respeito total, todo mundo se respeita. Não tem essa separação dos evangélicos e a turma do pagode. A gente faz aquilo que acha que possa fazer, que é legal. Claro, a gente preserva sempre os valores, mas não tem problema nenhum. Quando fazemos as reuniões, convidamos todo mundo para ir lá participar, ouvir, orar junto. Não tem problema nenhum. É uma relação super-respeitosa.
Com 23 anos, casado, jogador do Milan na Itália até 2011, Ricardo Izecson Santos Leite, o Kaká, deve sofrer forte pressão quando diz que “a gente preserva sempre os valores”. É rico, famoso, jovem, bonito, tem tudo aquilo que muita gente sonha. Mas se lê a Bíblia e acredita nos ensinamentos deste livro, sabe que não se pode servir a Deus e também servir ao dinheiro (Mateus 16.13), que a glória humana é como a flor da erva (Isaías 40.6), que até os jovens se cansam e os moços tropeçam e caem (Isaías 40.30), e que a formosura é uma ilusão e a beleza acaba (Provérbios 31.30). Se ele fosse pobre, desconhecido, velho e feio, com certeza estaria mais tranqüilo, sem toda esta exigência de “fazer bonito e ganhar o jogo”. Mas ele está num time de craques, e se continuar com o livro certo na cabeceira do seu coração, sem dúvida será um vencedor.
Marcos Schmidt